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05/02/2016 - 07:48

BNDES aprova R$ 401 milhões para produção de remédios biotecnológicos


Contra câncer e doenças autoimunes. Investimentos da Bionovis e Orygen completam a atuação do Banco na criação de indústria de biotecnologia no Brasil.

A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento para a construção de duas novas unidades de produção de medicamentos biotecnológicos. Os recursos, no valor total de R$ 401 milhões, serão destinados à Bionovis e à Orygen para investimentos inovadores que permitirão a produção no país de medicamentos de última geração para tratamentos de diversos tipos de câncer e doenças autoimunes.

O comunicado enviado pelo banco afirma que os dois projetos, apoiados pelo BNDES Profarma, o programa do Banco de apoio à indústria farmacêutica, têm grande potencial transformador, uma vez que contribuirão para o surgimento de um segmento industrial de alta tecnologia, até então inexistente no país. Em uma primeira etapa, a Orygen produzirá cinco novos medicamentos biossimilares e a Bionovis oito.

— Os biossimilares podem ser caracterizados como “quase-cópias” dos medicamentos biológicos originais com patentes expiradas. Diferentemente dos genéricos tradicionais, não é possível realizar cópias de medicamentos biotecnológicos, pois são produto de organismos vivos geneticamente modificados. Em razão das elevadas barreiras tecnológicas, grande parte dos produtos ainda não possuem concorrentes no mercado mundial—destaca.

— Os biotecnológicos têm sido a grande aposta da indústria farmacêutica para o tratamento de doenças como câncer e artrite reumatoide. Por essa razão, já representam sete entre os dez medicamentos mais vendidos do mundo—continua.

Os investimentos da Bionovis, de R$ 201 milhões, em Valinhos (SP) e da Orygen, em São Carlos (SP), de R$ 200 milhões, serão destinados à implantação de unidades industriais para desenvolvimento, produção e comercialização de medicamentos biológicos. As operações incluem, ainda, suporte às atividades de desenvolvimento de medicamentos biológicos e investimentos sociais voltados para as comunidades da região.

Orygen — A empresa é uma joint venture formada em 2012 pela Biolab e Eurofarma, duas das maiores farmacêuticas de capital nacional, e representa a entrada das controladoras no mercado de produtos biotecnológicos.

O processo de produção de cinco medicamentos biossimilares será transferido para a Orygen mediante acordo de transferência de tecnologia com a empresa Pfizer para desenvolvimento, produção e comercialização de produtos biológicos de alta complexidade para saúde humana, área na qual as sócias não operam.

Bionovis — O financiamento do BNDES apoiará o início das operações da Bionovis, que tem contrato de transferência de tecnologia com as empresas Merck e Janssen, para iniciar suas atividades com a produção de oito medicamentos biossimilares.

A Bionovis é uma joint venture formada em março de 2012 por quatro grandes farmacêuticas brasileiras: Aché Laboratórios Farmacêuticos, EMS, Hypermarcas e União Química Farmacêutica Nacional.

Os medicamentos das duas empresas serão adquiridos pelo Ministério da Saúde (MS), no âmbito das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) e propiciarão mais acesso da população a esses produtos de alto custo. As farmacêuticas irão desenvolver e produzir anticorpos monoclonais biossimilares, que atualmente são integralmente importados pelo governo.

A instalação de uma indústria nacional de biotecnologia para saúde humana constitui o objetivo do BNDES Profarma, em sua terceira fase, iniciada a partir de 2013, e os dois projetos aprovados consolidam a estratégia do Banco no setor.

— O programa foi lançado em 2004, com ênfase no apoio à capacidade produtiva; renovado em 2007, já com foco em inovação e novamente renovado em 2013, priorizando o apoio a investimentos em novas unidades de produção de medicamentos biotecnológicos— afirma o banco.

Desde 2004, o Profarma tem hoje uma carteira de 146 projetos aprovados, no valor de R$ 4,6 bilhões. Em sua terceira fase, 58% dos financiamentos do BNDES para as indústrias de saúde estão relacionados à inovação e a biotecnologia, enquanto nas primeiras esse percentual era de 16%.

O apoio do BNDES ao ciclo de desenvolvimento da produção de medicamentos biossimilares no país está em linha com as políticas de saúde pública que incluem a produção local de medicamentos de alto custo —em grande parte sem similar nacional — voltados para doenças graves, visando ampliar o acesso da população brasileira ao tratamento de câncer e doenças autoimunes, reduzindo a vulnerabilidade do SUS.

— Além de Orygen e Bionovis, o Banco também apoia a construção da fábrica da empresa Libbs, com o mesmo objetivo. O fomento à concorrência entre produtos de fabricantes distintos tende, ainda, a baixar os preços dos novos medicamentos— conclui.

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