Um mercado em Evolução

Mesmo com a retração do consumo, o setor de e-commerce cresceu 15,3% em 2015.

Assim como para os demais setores da economia, 2016 será um ano de desafios também para o e-commerce. Depois de crescer cerca de 20% ao ano nos últimos tempos, em 2015 o avanço foi de 15,3% comparado a 2014, alcançando faturamento de R$ 41,3 bilhões, segundo a E-Bit, uma das maiores referência em geração de dados sobre e-commerce no país. Se considerarmos o ambiente adverso ao consumo que tivemos em 2015, os resultados foram bem positivos. Vender em tempos bicudos é uma arte. Vender sem poder seduzir seu consumidor olho no olho exige mais esforço ainda.

O fato é que mesmo com o cenário atual e as implicações trazidas nesse começo de ano com a nova tributação de ICMS para este segmento, o horizonte é positivo. Com toda certeza, os pequenos empreendedores sofrerão um impacto maior de imediato e o tema ainda promoverá muito debate, mas as vendas online continuarão a ter uma evolução.

Calcula-se que cerca de 67% da população conectada do país já experimentou alguma compra em sites nos últimos 12 meses. O e-commerce é um canal em formação, com amplo espaço para crescer, principalmente na conquista das futuras gerações de consumidores e na mudança de perfil de uma boa parte da população que está construindo sua carreira, atingindo novos patamares de renda. Essa geração já tem identidade com o meio digital e sua migração para o canal online acontecerá naturalmente.

Mesmo o consumidor mais ativo hoje, que tem potencial de compra mas ainda não se sente totalmente seguro para ser um comprador usual dos meios eletrônicos, já descobriu nesse canal algumas facilidades que não quer abrir mão. Cabe aos empresários do e-commerce o empenho em cativar esse consumidor antecipando-se às suas necessidades e oferecendo serviços cada vez mais eficientes.

Seriedade, tecnologia e serviço serão decisivos para conduzir o e-commerce a um crescimento significativo. Páginas bem estruturadas, com imagens e informações fiéis aos produtos anunciados, preços justos, segurança dos dados e na transação, cumprimento de prazos e atendimento de alto nível. Um desafio a ser orquestrado? Sim, mas o mundo já tem muito serviço e produto medianos. Quem quiser vender mais terá que entregar mais.

A Black Friday tem sido um treinamento intensivo para o varejista nacional. Sistemas mais apurados para suportar o tráfego gerado, centenas de profissionais envolvidos, milhares de terabytes canalizando milhões de reais em vendas. Como executivo de uma startup de e-commerce posso testemunhar que o empenho é forte na construção de uma empresa diferenciada.

No nosso caso, apostamos em focar atenção nos pequenos e médios empreendedores que, se bem assessorados, podem dar um salto em suas vendas e se consolidarem em seus respectivos mercados. Para customizar serviços e entregar uma solução mais completa e eficiente, em outra ponta, também investimos em operação logística, com transporte rodoviário e inteligência operacional para este segmento. É uma luta diária construir um novo negócio no Brasil de hoje. Mas ficar parado não é opção para quem precisa fazer acontecer.

. Por: Washington Moura, presidente da IBEX Brasil.