Setor de seguros tem balanço positivo em 2006

Abertura do mercado de resseguros e aprovação da Leia das Microempresas oferecem boas perspectivas ao mercado em 2007

Depois de um ano difícil em 2005, o setor de seguros voltou a mostrar resultados positivos em 2006. Crescimento de 18%, fortalecimento de parcerias importantes e aberturas de mercados. O anúncio da aprovação pela Câmara dos Deputados do mercado de resseguros, com a quebra do monopólio estatal, reforça a tendência de crescimento para 2007.

Na opinião de alguns profissionais do setor, como Marcos Eduardo Bandeira Maia, presidente e CEO da Kiman Solutions, empresa de soluções em tecnologia para o setor de seguros, a abertura do mercado de resseguros foi muito positiva. "Sem dúvida este é um avanço que estava com o prazo de validade vencido há bastante tempo. O mercado de resseguros apresentava dois graves problemas: ser administrado por um monopólio, e este monopólio ser uma estatal. Isto provocava, e ainda provoca, um entrave neste mercado e, de certa forma, tirava a motivação de grandes grupos internacionais de seguros e resseguros em apostar no Brasil e trazer mais investimentos para cá. Sou e sempre fui completamente favorável à abertura deste mercado e, pelo que pude depreender do texto aprovado na Câmara dos Deputados, as regras adotadas trarão mais desenvolvimento para o mercado segurador em geral", analisa Bandeira Maia.

Importância das reformas - Outro avanço alcançado pelo Legislativo destacado pelo executivo foi a aprovação da Lei das Micros e Pequenas Empresas. "Sem dúvida, este é outro grande avanço no sentido de dar mais competitividade a economia brasileira. No entanto, o Brasil precisa encarar a questão tributária e trabalhista. Falando do ponto de vista do presidente de uma empresa de tecnologia, para sermos competitivos não podemos ter essa complexidade e custos. Muitas vezes gasta-se mais tempo com advogados e no emaranhado burocrático do que no desenvolvimento de uma estratégia vencedora. O Governo brasileiro precisa encarar o problema do emprego no Brasil, com uma revisão profunda ainda em 2007 das leis trabalhistas em vigor, de forma a atualizá-las face ao atual contexto e evolução tecnológica e, mais do que isto, para que essas leis se tornem competitivas com as leis de países como a China, a Irlanda, a Índia e Estados Unidos.

Para Marcos Bandeira Maia, o balanço de 2006 foi positivo. " Foi um ano muito bom para a Previdência, principalmente porque, em 2005, tivemos um dos piores anos da previdência aberta brasileira, em função da estagnação provocada pelas mudanças de regras tributárias. Mas 2006 mostrou que este mercado ainda tem um enorme potencial de crescimento. Este também foi um ano muito importante para o ramo de Seguro de Pessoas, em função das profundas e necessárias mudanças legais ocorridas ao longo do ano. Por um lado estas mudanças têm trazido diversos problemas de ordem judicial para as seguradoras, por outro, a nova legislação criada traz a base regulatória necessária para a expansão deste setor, que, se comparada ao que ocorre no resto do mundo, ainda é muito mal aproveitado no Brasil. Acredito que para os outros ramos a popularização dos produtos vai garantir ainda um sólido crescimento para os próximos anos."

No ano que termina, a Kiman Solutions apresentou resultados muito positivos. Fechou com a Real Tókio Marine um dos maiores contratos do ano no mercado de seguros. O acordo permitirá que, a partir de 2007, a empresa de previdência opere a plataforma Koprev - um conjunto de programas que permite gerenciar, de forma completa e integrada, a administração previdenciária. No fim do ano, outra boa notícia: a executiva Cláudia Pavani chegou para integrar a equipe da Kiman ajudando em seu processo de consolidação e preparando a empresa para a abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo. "Nossa expectativa para 2007 é excelente. Nosso software, o Kiprev, entrará em produção na Real Tókio Marine na metade do ano. Partiremos mais agressivamente para o mercado de Institutos de Previdência de Estados e Municípios, regidos sob o RPPS. Nossa meta é triplicar o faturamento da empresa e já estamos neste momento expandindo os escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro, e temos expectativa da abertura do escritório de Brasília em meados do próximo ano. O projeto de abertura do capital no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo deve estar concluído no final de 2009", afirma Marcos Bandeira.