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25/02/2016 - 11:34

Patchwork e arte têxtil: da colcha de retalhos para a arte contemporânea


Enquanto nos séculos XVI, XVII e XVIII mulheres se esforçavam para fazer colchas bonitas e aconchegantes, na era Vitoriana (século XIX) a criação do patchwork com a técnica “Crazy” tornou-se um hobby elegante que levou a ideia de se fazer trabalhos apenas para exposição.

Nos anos 70, jovens artistas “descobriram” o patchwork, dominaram a técnica e rapidamente começaram a experimentá-la em estilos contemporâneos.

Galerias de arte se recusavam a expor quilts (patchwork) artísticos por que o patchwork não era visto como dignos de consideração artística e mostras de patchwork se recusavam a aceitar trabalhos artísticos por que não se limitavam a estilos e técnicas tradicionais.

A primeira exposição de patchwork artístico foi realizada no final dos anos 70 nos EUA.

O patchwork contemporâneo atinge o seu auge no século XXI. Atualmente, museus e galerias de arte atraem grandes multidões para exposições de arte têxtil em vários países.

A técnica ganhou o mundo e hoje em dia movimenta bilhões de dólares em vários países.

Segundo levantamento realizado pela TNS Global Inc., só nos EUA o patchwork impulsiona uma indústria que movimenta US$ 3,6 bilhões, com mais de 21 milhões de adeptos.

Apesar de ser um mercado relativamente novo no Brasil e não haver um senso oficial sabe-se que o setor já movimenta milhões de reais por ano.

Esse tipo de artesanato segue o crescimento do setor brasileiro de artigos têxteis que segundo o estudo desenvolvido pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), produziu 967 milhões de peças só em 2013 e faturou R$ 13,6 bilhões, registrando um crescimento anual de 5,5%.

Nos últimos 15 anos o número de consumidores do patchwork aumentou tanto que motivou o surgimento de uma indústria nacional para atender exclusivamente esse mercado. Tecelagens fabricam tecidos com estampas próprias para o trabalho, editoras publicam livros e revistas sobre a técnica, indústrias de máquinas de costura criam novas tecnologias para atender o artesão, lojas especializadas e eventos espalhados por todo Brasil, abastecem milhares de consumidores e artesãos que vivem ou fazem dessa arte um hobby.

A feira Patchwork Design e a exposição Contemporâneo – Exposição Internacional de Arte Têxtil são dois exemplos de eventos de sucesso do setor. Criada para alavancar direta e indiretamente o volume de negócios, abrindo mercado através do contato das grandes, micro e pequenas empresas com lojistas e com o consumidor final, a feira chega a sua 16ª edição em março em São Paulo e no Rio de Janeiro, com um faturamento de R$ 6 milhões.

O projeto agora é implantar a feira em mais uma cidade brasileira já que os números de visitantes só aumentam. Cerca de 20 mil pessoas – do Brasil e da América Latina – são esperadas este ano, 20% a mais do que em 2015.

. Por: Zeca Medeiros, pesquisador e curador da Patchwork Design e da exposição Contemporâneo.

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