Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

Perspectivas para Exportação da Carne de Avestruz

Exportar é uma necessidade para o avestruz como agronegócio, pois a cultura e o hábito alimentar de consumo da carne de avestruz já está mais desenvolvido no exterior, com mercados importantes no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. Há também a China (Hong Kong), como uma possibilidade importante. O próprio agronegócio do avestruz necessita das exportações para equilibrar-se, como a balança comercial, com possibilidade de bom desenvolvimento.

Para saber como andam essas exportações, a Struthio foi conversar com a Avestro, que hoje é a empresa referência no mercado nacional e trabalha no sentido de colocar a carne brasileira de avestruz no mercado mundial. Exportar é o que se quer. Mas os caminhos não são nada fáceis. No mundo atual, existe a necessidade de desenvolvimento da comercialização, no caso do Brasil, a negociação para abrir mercados. Além dessas negociações, existem as barreiras sanitárias impostas por um processo que às vezes se confunde comercialmente, mas que está prescrito dentro das organizações mundiais dos países consumidores como necessárias para dar ampla satisfação, até política, aos seus consumidores, aos seus povos.

Barreiras sanitárias como a febre aftosa são discutidas dentro da OIE - Organização Internacional de Epizootias, onde são estabelecidas fronteiras para o gado brasileiro através de uma regionalização, com zonas livres da doença, com e sem vacinação. Mas países como Japão, Coréia, Estados Unidos e México não compram a carne in natura brasileira por causa da aftosa. Mais: encontram-se hoje no mercado diversas redes varejistas dos Estados Unidos (Wal Mart), Europa (Tesco, inglesa), que estão exigindo normas de qualidade específicas. Diversos países, além da cerificação do MAPA, dentro das exigências da OIE, exigem satisfações sobre produtos alimentícios que envolvem, além da relação mundial, a relação bilateral de comércio, que deve atender, no mínimo, às exigências que cada um desenvolve dentro de suas fronteiras; "posso exigir de terceiro aquilo que faço aqui mesmo". Ou um pouco mais, na verdade.

Giovanni Costa desenha o mapa do avestruz, onde se nota um interessante quadro com fornecedores, ou possíveis fornecedores importantes, todos eles no Hemisfério Sul; África do Sul e alguns países africanos, Austrália e Nova Zelândia, e o Brasil (este último querendo entrar no mercado). Os principais consumidores estão no Hemisfério Norte e são: Comunidade Econômica Européia, Estados Unidos, Japão, China e Rússia. Além desses, devem existir outros mercados com possibilidades mais difíceis.

Os países se dividem entre os que aceitam a Lista Geral certificada pelo Mapa, plenamente, com alguma modificação ou exigência a mais e os que possuem uma legislação própria ou uma relação comercial com o Brasil que deverá ser modificada. Entre os países para os quais a Avestro está apta a exportar hoje estão o Japão, os Emirados Árabes Unidos, o Irã, a Bielorússia, o Peru e Hong Kong. A empresa também espera a abertura de mercado no Mercosul, já solicitada. Portanto, o grande mercado aberto hoje se trata do Japão, onde estão sendo feitos esforços comerciais, numa competitividade onde parece que o que vale é "evitar que o Brasil faça a sua primeira venda, por parte de Sul Africanos e países da Oceania". Segundo ele, "isto se faz de maneira comercial através de preços e ofertando quantidades suficientes para suprir esse mercado".

A receita da exportação que Giovanni Costa mostra se divide em quatro pontos fundamentais: o primeiro é a aprovação na Lista Geral de Exportadores. O segundo é a aprovação das exigências de cada mercado que aceita a LGE, com ou sem ressalvas. O terceiro é a aprovação pela CEE. O quarto é a aprovação pelos EUA.

O caso da Comunidade Econômica Européia é um exemplo da dificuldade gerada pela classificação do avestruz, considerado como Ave de Caça em Cativeiro, ou Farmed Game. O Plano Nacional de Controle de Resíduos, uma legislação do MAPA, não prevê o controle para a Ave de Caça em Cativeiro. Prevê para o boi, para o frango, para os suínos, mas não para o avestruz. Resultado: o MAPA tem que enviar um anexo do PNCR para a CEE, para que a solicitação de habilitação da exportação feita pela Avestro à Suíça e Mercado Comum Europeu obtenha uma resposta. Essa resposta pode ser negativa, afirmativa ou mediativa. Só a partir daí, se poderá ter uma visão do que vai acontecer com o continente europeu e o avestruz brasileiro.

O caso dos Estados Unidos pode ser mais simples ou mais complicado. Depende fundamentalmente das ações que serão feitas para descolar o avestruz do frango. Os EUA e o Brasil não trocam exportações de carne de frango. Nosso motivo: promotores de crescimento e uso de antibióticos. Motivo deles: New Castle. O Brasil está com a região Sul (exceção do Rio Grande do Sul) e região Sudeste livres de New Castle, exporta frango para mais de 150 destinos, mas a briga tem fundo comercial. É uma briga entre o primeiro e o segundo colocado nas exportações de carne de frango. Segundo Giovanni, "a UBA - União Brasileira de Avicultura entrou na briga pela defesa do avestruz". De novo a briga comercial tem seu plano colocado na classificação comercial adotada pelo país de destino, pois os Estados Unidos adotam a classificação de "poltry" para o avestruz, e a tradução é "frango".

Enfim, para a batalha comercial ser vencida ou pelo menos travada, já que o mercado internacional paga menos que o mercado interno pela carne de avestruz, é necessário que se ganhe a batalha no plano institucional.| Por: Rubens Portella/Struthio&Cultura nº 25

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira