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09/03/2016 - 08:25

Caixa atinge lucro líquido de R$7,156 bilhões em 2015, e anuncia medidas para aquecer setor imobiliário

A Caixa Econômica Federal anunciou no dia 08 de março(terça-feira), prejuízo recorrente de R$303 milhões no quarto trimestre, diante do aumento das despesas com captação e das provisões contra calotes.

Ainda assim, o banco estatal, principal concessor de financiamento imobiliário no país, divulgou medidas para estimular o setor de habitação, na tentativa de reanimar essa indústria em meio à recessão econômica.

No acumulado de 2015, a Caixa teve lucro recorrente, que exclui itens não operacionais, de R$1,156 bilhão, queda de 82,6 % contra o ano anterior, sob influência dos mesmos fatores que pesaram sobre o desempenho de outubro a dezembro.

As provisões para crédito de liquidação duvidosa totalizaram R$3,951 bilhões no quarto trimestre e R$19,657 bilhões nos 12 meses de 2015, altas de 14,6 e de 49,4%, respectivamente, contra um ano antes.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse a jornalistas que não espera um salto nas provisões neste ano, afirmando que o banco já tem adotado postura prudencial.

No ano passado, a Caixa vendeu cerca de R$13 bilhões que estavam em sua carteira de crédito, dentro dos trabalhos para melhorar a qualidade dos ativos.

Diante do agravamento da crise econômica e do avanço do desemprego no Brasil, o banco vem chamando clientes para que renegociem os termos de seus empréstimos, de modo a evitar inadimplência futura.

No quarto trimestre, o índice de inadimplência da Caixa para operações vencidas há mais de 90 dias foi de 3,55%, quase um ponto percentual acima do trimestre final de 2014 e alta de 0,29 ponto percentual ante julho a setembro de 2015.

Percival estima que a inadimplência fique entre 3,5 e 3,8% durante o primeiro semestre, devendo se estabilizar e, eventualmente, começando a ceder na segunda metade deste ano.

Captação mais cara —As despesas com captação da Caixa, por sua vez, somaram 21,490 bilhões de reais nos três meses até dezembro e 82,197 bilhões de reais em todo o ano passado, avanços de 25,3 e de 43,2%, contra o quarto trimestre e todo o ano de 204, respectivamente.

Os sucessivos resgates da caderneta de poupança vêm impondo desafios ao crédito imobiliário, que tem nesse instrumento sua principal fonte de captação de recursos a custos mais competitivos.

Além disso, empréstimos imobiliários que já estão na carteira de crédito da Caixa a juros fixos mais baixos que as taxas atuais de mercado impõem um descasamento entre ativos e passivos.

O vice-presidente de Finanças da Caixa acredita que a taxa básica de juro Selic começará a ser reduzida ainda em 2016, o que representaria um alívio nas despesas com captação.

O banco federal, que tem cerca de 57% de sua carteira de crédito no setor de habitação, vem lançando mão de instrumentos como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e captações internacionais para fazer frente ao encolhimento dos recursos da poupança para financiar a habitação.

No fim de fevereiro, a Caixa conseguiu um fôlego importante do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que no orçamento de 2016 reforçou as operações de crédito imobiliário em R$21,7 bilhões, com estimados R$16,1 bilhões para a Caixa.

Apoiada pelos recursos do FGTS, a Caixa apresentou iniciativas para estimular o crédito imobiliário, inclusive revertendo restrições impostas no ano passado.

O banco está ampliando a cota de financiamento para imóveis usados da faixa de 40 a 60 para até 80%, com o percentual máximo disponível apenas a funcionários públicos. O banco também está reabrindo a oferta de empréstimos para um segundo imóvel, que tinha sido suspensa em agosto do ano passado.

Crédito mais moderado —Para 2016, a Caixa espera que sua carteira de crédito cresça entre 7 e 11% provavelmente mais perto do piso da faixa, segundo Percival.

Entre outubro e dezembro, a expansão foi de apenas 2%, enquanto que nos 12 meses de 2015 a alta ficou em 11,9%, a R$679,487 bilhões, principalmente devido ao aumento dos empréstimos nas áreas de habitação e infraestrutura.

O lucro líquido da Caixa em todo o ano passado incluindo itens extraordinários foi de R$7,156 bilhões.

O balanço completo de 2015 ainda não estava disponível no site do banco, mas um dos fatores para explicar a diferença do lucro recorrente de R$1,156 bilhão para o lucro líquido de R$7,156 bilhões foi o lançamento de créditos tributários no terceiro trimestre, ativados com o aumento da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL). | Cesar Bianconi/Reuters.

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