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11/03/2016 - 08:08

Imunoterapia é a nova tendência para o tratamento do câncer

O sistema imunológico do paciente é estimulado e as defesas naturais do organismo são incentivadas a agir.

O que até há alguns anos era visto com ceticismo por pesquisadores e médicos de todo o mundo, passou a ser um dos temas mais comentados e comemorados dentro da oncologia. A imunoterapia hoje é considerada uma das principais descobertas na luta contra o câncer em todo o mundo. Os fabricantes de medicamentos passaram a investir em novas fórmulas e a oncologia, que sempre caminhou vagarosamente, levando-se em conta a complexidade da doença, parece ter encontrado um novo caminho, e muito promissor.

A imunoterapia tem como principal característica o estímulo ao sistema imunológico do paciente para reconhecer e destruir as células cancerosas. “Os tratamentos tradicionais, como a quimioterapia e radioterapia, atacam diretamente os tumores para matar as células cancerígenas. Já os medicamentos relacionados à imunoterapia têm a função de estimular o sistema imunológico do paciente, ou seja, o próprio corpo detecta que algo está errado. As defesas naturais do organismo são incentivadas a agir”, diz o oncologista Fernando Medina da Cunha.

O oncologista explica ainda que, por meio de proteínas presentes na sua membrana, as células cancerígenas conseguem passar despercebidas pelo conjunto de alertas do sistema imunológico. O resultado é que o tumor cresce sem ser reconhecido como uma ameaça ao organismo. “Explicando de uma forma bem simples, as células cancerígenas conseguem enganar o sistema de defesa”, esclarece Medina. “Os medicamentos imunoterápicos não agem para atacar os tumores, mas alertam o sistema de autodefesa, trabalham o sistema imunológico”, diz.

Os estudos sobre a imunoterapia surgiram há mais de cinquenta anos, quando cientistas tentaram aplicar a técnica em vacinas contra doenças como a aids e tuberculose. Mas, aos poucos, pelos resultados poucos satisfatórios, o tratamento deixou de receber a atenção necessária. Há alguns anos, pesquisadores passaram a analisar com mais critérios o sistema imunológico e a terapia voltou a ter destaque mundial.

Durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado no ano passado, em Chicago, os pesquisadores apresentaram estudos que apontam grandes avanços nessa classe de medicamentos que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a combater o tumor, principalmente no tratamento de tumores agressivos em estágio avançado, como melanoma e câncer de pulmão. Para melanoma, a combinação de dois medicamentos contra o câncer reduziu o tumor de 58% dos pacientes e aumentou o período médio sem progressão do câncer para 11,5 meses.

Já o uso de um remédio que bloqueia uma proteína chamada PD-1, permitindo que o sistema imunológico localize e destrua as células cancerosas – dobrou a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão. Na pesquisa, aqueles que foram submetidos ao tratamento comum viviam, em média, 9,4 meses, enquanto os que tomavam o imunoterápico viveram mais de 12 meses. Em alguns pacientes, os resultados foram ainda melhores e a sobrevida chegou a 19,4 meses.

Em outro estudo realizado pelo Centro de Câncer Memorial Sloan Kettering de Nova Iorque, a técnica foi capaz de combater 88% dos casos de leucemia sem auxílio de outro tipo de tratamento. Também, com o uso da imunoterapia, outro estudo apontou que 53% dos doentes que receberam a dose máxima da medicação tiveram reduções de pelo menos 80% no tumor de melanoma metastático, uma forma agressiva de câncer de pele para a qual a medicina não oferecia nenhuma alternativa eficaz. “Podemos considerar a imunoterapia como um dos principais avanços científicos da oncologia nos últimos tempos. É a nova tendência do tratamento da doença”, conclui Medina.

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