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15/03/2016 - 08:17

Matsuda lança mais duas cultivares forrageiras: MG7 Tupã e MG11 Tijuca

Pelo segundo ano consecutivo a marca Matsuda chega ao mercado trazendo mais novidades para os pecuaristas: duas novas cultivares forrageiras híbridas foram lançadas na matriz da empresa, em Álvares Machado, interior de São Paulo, no início deste mês, o andropogon MG7 Tupã e a setária MG11 Tijuca. Cerca de 300 pessoas foram recepcionadas pela diretoria do Grupo Matsuda, autoridades, pesquisadores, fiscais do MAPA- Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, entre outros. Resultado de mais de uma década de pesquisas, testes em ambientes controlados (casas de vegetação) e a campo, alguns desses em propriedades de pecuaristas parceiros, as novas cultivares foram apresentadas oficialmente em um dia-de-campo para a imprensa, representantes comerciais e clientes da região.

Divididas em grupos distintos, acompanharam, simultaneamente, as explicações técnicas dos engenheiros agrônomos Alberto Takashi, Gilson Souza, Pedro Lorençoni e Luciano Lara, que ressaltaram, diante dos respectivos canteiros, as características edafoclimáticas das duas novas cultivares híbridas para o público.

Em coletiva à imprensa, após as palestras em campo, Alberto Takashi lembrou que os resultados das pesquisas para a produção de uma nova cultivar costumam demorar, em média, dez anos, e que isso não acontece por acaso, pois o pesquisador precisa saber o que ele está buscando ou precisando trazer para o mercado, antes de começar um novo projeto.

No caso da Setária e do Andropogon, Takashi lembra que o Departamento Técnico da Matsuda buscava opções forrageiras para duas áreas bem distintas, e de certa forma, abandonadas pelo mercado ou que não tinham muita escolha, como o Brasil Central, ou o Cerrado Brasileiro, e as áreas de menor drenagem ou solos encharcados, como o Pantanal. Após alguns estudos, eles concluíram que a melhor opção para o Cerrado era o Andropogon, entretanto, o que havia, apresentava problemas, pois é uma cultivar de ciclo curto, começa a florescer no início da seca, justo no momento em que o pecuarista mais precisa das qualidades nutricionais da planta. “Ele sementeava, perdia a qualidade nutricional e, obviamente, deixava de funcionar bem”. “Então, nós tentamos buscar um Andropogon de melhor qualidade”.

Já em áreas de má drenagem ou encharcadas, a única opção disponível no mercado é a humidícola, pois ela tolera alagamento, solo mal-drenado, mas, também tem um problema: a humidícola é uma espécie forrageira com baixa qualidade nutricional, pois tem apenas 3% do total de sua composição, de proteína. Nesse caso, os técnicos da Matsuda, decidiram trabalhar com outra espécie, e escolheram a Setária. Já existente no mercado, com a denominação de kazungula, também apresenta outra dificuldade, o oxalato de cálcio, que se forma dentro da planta e que não pode ser repassado para os animais.

“Quando os animais consomem o oxalato de cálcio, em grande quantidade, isso lhes causa intoxicação”, comentou Takashi, por isso decidiram partir para a Setária, com o objetivo de diminuir os níveis de oxalato. Definidas as características da planta que se quer produzir, o próximo passo é buscar no Banco de Germoplasma – no caso das duas novas cultivares, foi usado o banco próprio da Matsuda Genética, três ou quatro acessos da cultivar desejada e inicia-se um processo de cruzamento entre os mesmos, que pode levar de dois até três anos.

Quando se obtém a planta que os pesquisadores estão buscando, inicia-se nova fase do desenvolvimento da espécie forrageira, que é selecionar as melhores fixar as características até chegar mais a frente e ter uma cultivar com boa produção de semente e, principalmente, com boa aceitação pelos animais. “Não adianta nada conseguir uma planta com todas as características buscadas, e que não seja aceita pelos animais”, salientou Takashi, acrescentando que todo esse caminho foi percorrido até atingirem a variedade MG7 Tupã.

Já no caso da Setária, que existe há muito tempo no mercado optou-se por uma com as melhores características para se iniciar os cruzamentos, pois se buscava um cultivar com porte mais baixo, maior perfilhamento, folhas mais compridas e mais largas e, ainda, mais baixos índices de oxalato de cálcio.

Takashi adiantou que essas cultivares já estão plantadas em campos para multiplicação de sementes, com área de 20 a 30 hectares, e que, a partir de maio próximo, ambas já estarão disponíveis para serem comercializadas nas regiões para as quais foram desenvolvidas. Mas as novidades não param por aí. “As duas variedades não chegarão ao mercado como sementes comuns”, avisa o agrônomo, “mas dentro da tecnologia padrão da Matsuda”. Isso significa que tanto a MG7 Tupã como a MG11 Tijuca integrarão o catálogo de sementes Série Gold, ou as chamadas “sementes inteligentes”. Ou seja: elas recebem diversos tratamentos, à base de revestimento de polímeros e fungicidas, após serem escarificadas. Takashi explica que isso as torna mais resistentes ao ataque de pragas ou insetos, pois o fungicida adere à cápsula criada pelo polímero e evita que a semente tenha contato e seja contaminada pelo meio-ambiente, ou ainda, que contamine o trabalhador no momento do seu manuseio.

Para se ter uma idéia do custo-benefício de se adquirir as sementes Série Gold, para renovação ou formação de pastagens, Takashi comenta que, no caso do Andropogon sem esse tratamento, é comum o plantio de 20 a 25 kgs de sementes por hectare, por causa do tipo de semente, que é quase uma pluma, de tão palhosa. No caso da MG7 Tupã incrustada, os técnicos da Matsuda estão recomendando apenas 4 kgs de semente por hectare, pois o que será comercializado será apenas a semente, sem nenhuma palha, como a que é vendida atualmente no mercado. “Esse é o grande diferencial, pois isso não existe em nenhum lugar do mundo, para essa cultivar”, conclui Alberto Takashi, sem esconder o orgulho e a satisfação de entregar aos produtores pecuaristas brasileiros mais um resultado de uma longa década de trabalho. “Estou muito feliz, pois agora estaremos atendendo também as regiões que mais necessitavam desses produtos: as de solo de baixa fertilidade, ácidos e rasos, com a MG7 Tupã. E as áreas que apresentam problemas de drenagem, à exemplo do Pantanal, com a MG11 Tijuca.

Dados técnicos: MG7 Tupã —O trabalho de cruzamento de diversos acessos de Andropogon iniciou-se em 2004 (trata-se de uma população híbrida obtida pelo método de policross). Esses materiais vieram do germoplasma da Matsuda Genética. Em seguida o processo foi de seleção de plantas com características superiores desejáveis como a maior produção de forragem, melhor qualidade nutricional, porte mais baixo e plantas de ciclo mais tardio. Os testes de distinguibilidade, de homogeneidade e de estabilidade foram feitos em 2010 e 2011.

Descrição da planta —Trata-se de uma gramínea tetraplóide de ciclo perene, forma touceira com vários perfilhos, planta de porte médio, colmo com 0,47 cm de diâmetro, folha com 90 cm de comprimento e 3,0 cm de largura, de coloração verde e média pilosidade. O ciclo de florescimento é de aproximadamente 110 dias.

Recomendações de uso —A MG 7 Tupã é uma planta forrageira para solos de média a baixa fertilidade, para solos poucos profundos e também com cascalho. É uma ótima opção para regiões mais secas. Recomendado para bovinos nas fases de cria, recria e engorda e também pode ser consumido pelos equinos.

Essa cultivar apresenta fácil manejo pelo porte menor, talo mais fino, folhagem mais intensa e ciclo mais longo. O pastejo deve ocorrer quando as plantas atingirem 50 a 60 cm, até a altura de 18 a 20 cm do solo.

Características: Nome científico: Andropogongayanus | Origem: Matsuda Genética | Fertilidade do solo: Média a baixa | Forma de crescimento: Touceira ereta | Altura de planta: até 2,60 m| Utilização: Pastejo direto |Digestibilidade: Boa |Palatabilidade: Boa | Tolerância a seca: Alta | Tolerância ao frio: Média a baixa | Teor de proteína na matéria seca: 7 a 10%| Produção de forragem: 16 a 20 t/ha/ano de MS.

Ciclo mais tardio —O ciclo mais tardio faz com que a planta demore mais o seu florescimento, mantendo por mais tempo o seu ciclo vegetativo, ou seja, o período em que a planta mais cresce, mais produz forragem e mantém por mais tempo a qualidade nutricional.

MG11 Tijuca —Essa cultivar foi originária de cruzamentos de diversos acessos de Setariasphacelata originários da Matsuda Genética e posterior seleção (trata-se de uma população híbrida obtida pelo método de policross). Os cruzamentos tiveram início em 2004 e a seleção de plantas com boa produção de forragem, maior quantidade de folhas, porte mais baixo e menores teores de oxalato, características superiores a cultivar Kazangula, comercializada há anos.

Descrição da planta —A cultivar MG11 Tijuca é uma gramínea tetraplóide, de ciclo perene, planta entouceirada de crescimento ereto, altura em torno de 1,65m, com folhas de coloração verde-azulada, folhas com mais de 30 cm de comprimento e mais de 1,0 cm de largura, colmo fino com 0,38 cm de diâmetro. A planta possui bom desenvolvimento do sistema radicular e presença de rizomas.

Recomendações de uso —Possui boa qualidade nutricional, tolera solos de média a baixa fertilidade, recomendada para bovinos nas fases de cria, recria e engorda. Pode ser utilizada também para equinos. A boa tolerância aos solos mal drenados faz com que a MG11 Tijuca seja uma boa opção para substituir a Humidicola nessas áreas. Além disso, possui a vantagem de apresentar melhor qualidade nutricional e as sementes não apresentam dormência.

O pastejo deve ocorrer com plantas de 60 a 70 cm, até a altura de 20 cm do solo.

Características.: Nome científico: Setaria sphacelata | Origem: Matsuda Genética | Fertilidade do solo: Média a baixa | Forma de crescimento: Touceira ereta | Altura da planta: Até 1,65 m | Utilização: Pastoreio direto | Digestibilidade: Boa (51 a 53%) | Palatabilidade: Muito boa | Tolerância à seca: Muito boa | Tolerância ao frio: Muito boa | Teor de proteína na matéria seca: 7,9 a 8,7% | Produção de forragem: 10 a 12 t/ha/ano de MS | Tolerância a solos mal drenados: Muito boa.

Teores mais baixos de oxalato —O Oxalato de Cálcio é um composto químico que pode ocorrer em algumas plantas forrageiras. Quando consumido pelos animais através do pastejo, pode causar intoxicação, caracterizado por andar cambaleante, tetania, diarréia e corrimento nasal, em alguns casos sanguinolento. Outro problema é a deficiência de cálcio, principalmente nos equinos. A MG11 Tijuca foi selecionada visando a diminuição desses teores de oxalato na planta. Apresenta teores em torno de 4%, enquanto que a cultivar Kazangula eles chegam a 7% na matéria seca.

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