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18/03/2016 - 06:32

Estratégias de competição na área de saúde

Em uma de suas mais interessantes obras – Repensando a Saúde – o professor da Harvard Business School e autor de diversos livros na área de competitividade, Michael Porter, trata da pesquisa acerca das crescentes dificuldades dos sistemas de saúde e dos próprios pacientes em todo mundo.

A proposta de Porter é arrojada e propõe uma mudança de rumo no modelo vigente: ele sugere o estímulo da competição entre os prestadores de serviço de saúde, uma competição com foco e voltada para o paciente, em que se busque a melhoria da prestação do serviço.

Durante sua pesquisa, Michael Porter notou que os investimentos na área da saúde são cada vez maiores, não implicando, porém, no proporcional aumento de qualidade do serviço.

Em todo mundo, os gastos com saúde per capita são significativos, e notória é a necessidade de remodelagem do sistema, antes que ele entre em colapso. A quantia de dinheiro aplicada no setor da saúde é cada vez mais elevada, tendo como alcance resultados, por sua vez, menores.

Para o autor americano, a grande causa do problema na saúde são os prestadores de serviço, os quais sempre competiram entre si, sem que essa competição traga benefícios como ganhos para o paciente, aumento do nível de especialização, diminuição de custos e preços ou aumento da qualidade.

A ideia central do livro e da teoria desenvolvida por Porter é como a competição pode estimular os prestadores de serviço na área da saúde a uma melhor qualidade, menor preço e maiores benefícios aos pacientes.

Dentre os vários atores dessa competição merece destaque a classe médica, que deve conduzir a mudança. Nesse sentido, deve haver preocupação com três pontos principais: valorização do paciente; prática médica organizada em torno de condições médicas e resultados ajustados ao risco.

O atual debate em torno da saúde se dá de maneira equivocada, uma vez que busca soluções para o controle de custos. O objetivo do sistema de saúde não é a minimização de custos, mas a geração de melhor saúde para o paciente, ou seja, fazer com que o dinheiro gasto propicie melhores condições às pessoas.

A ideia defendida pelo autor é que o atendimento à saúde seja transformado, com foco sempre no valor e no resultado para o paciente. Ninguém melhor que o profissional médico para fazer a ponte para essa mudança, buscando sempre que o atendimento seja direcionado ao paciente e às boas práticas médicas.

A mesma teoria defendida por Michael Porter também deve valer para a realidade brasileira. Há que se fazer com que cada real gasto pelo governo seja melhor aproveitado em prol do paciente, o que traz necessidade de melhor cobertura e assistência do Sistema Único de Saúde (SUS).

Esse tipo de competição que se incentiva é saudável e, nesse cenário, os médicos servem como intermediadores fundamentais. Talvez esteja aí a fórmula ideal para, sem aumentar gastos, aproveitar os recursos já disponíveis para melhorar a prestação do serviço.

Além de ser a tendência mundial, talvez seja essa saída para o SUS, antes que esse entre em colapso pela falta de recursos.

. Por: Gabrielle Kaczalovski Marin, advogada atuante na área empresarial e de direito público do escritório Augusto Grellert Advogados Associados e líder do Task Force de Saúde.

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