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30/03/2016 - 07:43

Farmanguinhos/Fiocruz usa nanotecnologia em antirretroviral pediátrico

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) vem trabalhando no desenvolvimento de um medicamento inovador voltado para crianças que vivem com HIV/Aids: o efavirenz pediátrico dispersível em água, elaborado a partir de nanotecnologia. O objetivo da iniciativa é melhorar a qualidade do medicamento ingerido pelos pequeninos. O estudo vai ao encontro da política da Organização Mundial da Saúde (OMS) em oferecer medicamentos mais adequados aos pequenos pacientes.

A pesquisa é liderada pelo pesquisador Helvécio Rocha, coordenador do Laboratório de Sistemas Farmacêuticos Avançados (LaSiFA) da instituição. Já foram realizados testes prévios em cobaias, comprovando a biodisponibilidade in vivo, ou seja, confirmou-se a liberação da substância ativa na corrente sanguínea dos animais. “É um comprimido elaborado com um sabor mais agradável, que se dispersa em água para facilitar a ingestão pelas crianças”, frisa o coordenador. A previsão é de que em dois anos sejam iniciados os testes em humanos.

O pesquisador informa que as partículas foram testadas na escala ainda micrométrica, isto é, mil vezes maior do que a nanotecnologia. “Estamos agora avançando na escala nanométrica, e, de fato, só os testes comprovarão se a nanotecnologia será mesmo tão superior. De qualquer forma, só com a versão micrométrica já testada conseguimos aumentar a biodisponibilidade em três vezes em relação ao fármaco normal. Esses resultados significam que uma menor dosagem do fármaco poderia ser utilizada na formulação. No caso específico de crianças, é um benefício enorme, uma vez que poderia facilitar a fabricação de comprimidos menores, portanto mais fáceis de serem deglutidos”, explica.

De acordo com o Ministério da Saúde, a maior diferença entre antirretrovirais pediátricos e adultos está na apresentação farmacêutica, sendo líquidos para crianças de até seis anos de idade, e comprimidos, sólidos, no jargão farmacêutico, para os demais pacientes. Sob este aspecto, outra importante vantagem é que a administração deste efavirenz é também mais fácil e segura que as opções líquidas disponíveis, já que o comprimido é feito na dosagem exata para o tratamento, sem a necessidade de medir a quantidade a ser ingerida.

No caso da apresentação líquida, os pacientes podem ter dificuldade em ministrar a dosagem correta, conforme a prescrição médica. Rocha observa que a formulação líquida ressalta o sabor desagradável do princípio ativo, além de ser mais inconveniente para transporte e armazenamento.

O efavirenz pediátrico desenvolvido pelo LaSiFA pode ser considerado uma inovação incremental, se levarmos em consideração que se trata de um aprimoramento das apresentações já existentes, porém, elaborado especificamente para o organismo das crianças, o que o torna mais eficaz. Na composição dele, é utilizado menos princípio ativo, o que ajuda na ingestão, além de promover a redução de custos de produção.

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