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30/03/2016 - 08:04

Setor de pneus fecha segundo mês do ano com queda acumulada de 2,8% nas vendas

Volume de vendas de pneus para as montadoras retraíram 32,4% em janeiro e fevereiro.

São Paulo — A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, divulga hoje o balanço setorial de janeiro a fevereiro de 2016. Segundo a associação, o volume de vendas de pneus teve queda de -2,8% em relação ao mesmo período de 2015, com destaque para os segmentos de pneus de carga, passeio e moto. "Os resultados negativos do setor como um todo são reflexos da crise em que o país se encontra. A queda do ritmo produtivo está diretamente relacionada com a redução da demanda desses mercados", avalia Alberto Mayer, Presidente da ANIP.

De janeiro a fevereiro deste ano, a balança comercial dos fabricantes nacionais de pneus manteve o superávit de U$S 113,55 milhões, com um saldo de 1,68 milhão de unidades de pneus (exportações menos importações). Outro destaque é a queda de -40,5% nas importações de pneus, em comparação a igual período do ano passado. Sempre comparando o primeiro bimestre corrente com o primeiro bimestre de 2015, temos:

Montadoras —O acumulado de janeiro e fevereiro foi marcado pela queda nas vendas para montadoras em todos os segmentos, em unidades de pneus: Industriais (-81,3%), OTR (-55,5%), Duas Rodas (-53,4%), Carga (-45,1%), Agrícola (-41,1%), Passeio (-29,1%) e Camioneta (-8,5%). O resultado reflete a queda do ritmo produtivo do setor automotivo em função da menor demanda do mercado. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a retração nas vendas do setor automotivo no primeiro bimestre deste ano foi -31,3% em comparação com o mesmo período de 2015.

O gráfico abaixo traz a queda consecutiva das vendas de pneus para as montadoras de março de 2015 a fevereiro de 2016, em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Mercado de Reposição — Um ponto de atenção para a indústria nacional de pneus é o fraco desempenho das vendas para o mercado de reposição no início de 2016. Apesar do aumento de 0,6% nas vendas dos fabricantes nacionais para a reposição, o mercado total deste segmento caiu 14,2%, em comparação ao mesmo período do ano passado, devido à substituição das importações, principalmente causada pela desvalorização cambial. Essa porcentagem representa mais de 1,4 milhão de pneus que deixaram de ser comercializados. "Este é um dado preocupante, pois de um lado pode mostrar uma circulação mais baixa de veículos e, por outro pode indicar que o consumidor está deixando de realizar a manutenção de um item essencial de segurança" destaca Mayer.

Exportações — Em relação às exportações, o resultado das vendas de pneus para o mercado externo entre março de 2015 e fevereiro de 2016, destacado no gráfico abaixo, começou a se restabelecer no segundo semestre do ano passado e fechou fevereiro deste ano com crescimento de 33,7% em relação ao mesmo mês de 2015.

A desvalorização cambial melhora a baixa competitividade do produto nacional, embora grande parte dos insumos para fabricação dos pneus seja importada, neutralizando em parte esta vantagem. Mesmo assim, determinou um crescimento nas exportações, inclusive graças aos esforços dos fabricantes em aumentar as vendas no exterior. Para continuar crescendo no mercado externo, a perspectiva para os próximos meses de 2016 é que os fabricantes nacionais de pneus se concentrem nos mercados da América Latina, focando principalmente na exportação de produtos para a Argentina.

Contudo, segundo Mayer, esta melhora de competitividade é efêmera, pois o mecanismo do câmbio é muito usado principalmente por países asiáticos e na própria China como fator de facilitação comercial. "O que precisamos para alavancar o setor são políticas mais justas e que melhorem a competitividade do produto brasileiro no exterior, dado que a concorrência no mercado global de pneus é acirrada", afirma Mayer.

Livro Branco —A necessidade de adoção de políticas que aumentem a competitividade do setor de pneus levou a ANIP a lançar o documento Livro Branco da Indústria de Pneus, que contém propostas para alavancar o crescimento do setor, como a redução do custo logístico, desoneração do processo de logística reversa, melhor acesso a insumos essenciais para a produção de pneus, estímulos à exportação, implantação de margem de preferência para a indústria nacional nas compras públicas, entre outras.

Reciclanip — Até fevereiro de 2016, a Reciclanip coletou e destinou de forma ambientalmente correta mais de 70,5 mil toneladas de pneus inservíveis, quantia que equivale a 14,1 milhões de unidades de pneus de carros de passeio. Desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes, 3,60 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o equivalente a 720 milhões de pneus de passeio. Desde então, os fabricantes de pneus já investiram R$ 814,3 milhões no programa até fevereiro de 2016.

"A previsão de investimento para 2016 é de R$ 114,8 milhões, valor superior ao investido no ano passado. Esses recursos são utilizados nos gastos logísticos, que hoje representam mais de 60% dos nossos pagamentos, e também para todos os investimentos de destinações. Temos hoje mais de mil pontos de coleta e uma média de 90 caminhões transitando diariamente, em todos os dias do ano. Toda essa complexa operação logística é comandada pela Reciclanip, que já tem experiência acumulada há 17 anos, quando começou a coleta pelos fabricantes", explica Mayer.

ANIP e Reciclanip: a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos(ANP) [www.anip.org.br], fundada em 1960, representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil, que compreende onze empresas (Bridgestone, Continental, Dunlop, Goodyear, Levorin, Maggion, Michelin, Pirelli, Rinaldi, Titan e Tortuga) com 20 fábricas instaladas nos Estados de São Paulo (nove), Rio de Janeiro (duas), Rio Grande do Sul (duas), Bahia (três), Paraná (três) e Amazonas (uma). Ao todo, responde por 27 mil empregos diretos e 120 mil indiretos. O setor é apoiado por uma rede com mais de 5 mil pontos de venda no Brasil com 40 mil empregos.

Em 2007, a ANIP criou a Reciclanip (www.reciclanip.org.br), voltada à coleta e destinação de pneus inservíveis no país. Originária do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis, de 1999, a Reciclanip é considerada uma das principais iniciativas na área de pós-consumo da indústria brasileira, por reunir 1008 pontos de coleta no Brasil. Desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes, 3 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o equivalente a 600 milhões de pneus de passeio. O trabalho de logística reversa da Reciclanip já recebeu vários reconhecimentos, como o Prêmio E, concedido pela UNESCO em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro e o Instituto E, o Prêmio FIESP como exemplo de ação de sustentabilidade, e o Prêmio Opinião Pública (POP) dos Conselhos de Relações Públicas pelo trabalho de conscientização da população sobre o recolhimento e destinação adequada dos pneus inservíveis.

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