Setor atacadista tem faturamento positivo pela 1ª vez desde maio de 2014, aponta ABAD

Acumulado do ano aponta estabilidade.

Dados de fevereiro são favorecidos pela base fraca de comparação com o mesmo período de 2015. Expectativa da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados(ABAD) é de que a solução do impasse político tenha reflexos positivos para o setor no segundo semestre

Depois de uma série negativa que durou 22 meses, o faturamento do setor atacadista distribuidor cresceu em termos reais pela primeira vez em fevereiro de 2016, atingindo alta de 6,16% na comparação com o mesmo mês de 2015. No acumulado de janeiro e fevereiro de 2016, o desempenho ficou estável, com crescimento de 0,33% em relação ao mesmo período de 2015. Na comparação mês a mês, o faturamento cresceu 2,61%. A pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados(ABAD), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), leva em consideração o faturamento de um conjunto representativo de empresas que fornece números preliminares sobre o setor.

O resultado positivo foi favorecido em grande parte pela base fraca de comparação. Em fevereiro de 2015, o faturamento deflacionado havia apresentado queda de 12,75% na comparação anual. “O empenho do setor em se adequar à nova realidade de mercado, com ações promocionais e estratégias de vendas, tem se mostrado satisfatório, garantindo certa estabilidade mesmo em um cenário hostil, de profunda retração do consumo”, afirma o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho.

Em termos nominais, o faturamento mantém o ritmo de recuperação. Houve crescimento nas três bases de comparação: no acumulado do ano, de janeiro a fevereiro de 2016, +10,93%; em relação a fevereiro de 2015, +17,16%; na comparação com o mês de janeiro de 2016, +3,53%.

“O crescimento real do setor atacadista distribuidor, assim como dos demais setores da economia, só deve acontecer quando houver uma solução para o impasse político-econômico que se estabeleceu no país. Esperamos que um desfecho favorável, dentro dos ritos democráticos, esteja próximo e que já traga bons ventos no segundo semestre desse ano, permitindo fechar 2016 com discreto crescimento”, conclui José do Egito.

A ABAD —Criada em 1981, a ABAD representa nacionalmente o segmento e reúne mais de quatro mil empresas de todo o Brasil que comercializam produtos alimentícios industrializados, candies, bebidas, produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica, produtos farmacêuticos e de perfumaria, papelaria e material de construção, entre outros.

De acordo com os resultados da pesquisa do Ranking ABAD/Nielsen, em 2014 o segmento atacadista distribuidor cresceu 0,9% em termos reais e 7,3% em termos nominais, atingindo faturamento de R$ 211,8 bilhões. Com isso, os agentes de distribuição respondem por uma fatia de 51,7%% do mercado mercearil nacional, que foi de R$ R$ 409,5 bilhões no ano passado. É o décimo ano consecutivo em que a participação do segmento nesse mercado permanece superior a 50%.