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13/04/2016 - 08:31

Alta de 1,2% nas vendas de fevereiro é considerada ponto fora da curva

“Ainda que o mercado acionário possa fica um pouco mais otimista em relação às perspectivas, não há como não considerar esse dado das vendas de fevereiro como um ponto fora da curva”, analisa Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora.

O anúncio do comportamento das vendas do comércio varejista de fevereiro divulgado hoje (12), pelo IBGE, surpreendeu ao apresentar valores positivos. As vendas subiram 1,2% no mês, com recuperação em quase todos os setores. A tabela abaixo mostra o comportamento pelos grandes setores pesquisados:

É visto que mesmo os automóveis e materiais de construção tiveram uma recuperação. Caíram apenas “tecidos, vestuário e calçados”, “livros, jornais, revistas e papelaria” e “equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação”. No entanto, a dúvida em questão é se essa alta pode ser vista como uma recuperação de uma tendência de queda, dada pela enorme recessão, pelo desemprego e pela contração da oferta de crédito. No ano a queda do comércio varejista ainda tem variação negativa e o acumulado em doze meses é de queda de 7,20%.

Gráfico com o comportamento do comércio:

“Após a longa trajetória de alta, o comércio vem caindo consistentemente desde o final de 2014. Como o comércio é um bom indicador do item “Consumo das Famílias”, que representa mais de 60% do PIB, ele dá uma boa mostra de como a recessão atual é influenciada pelo enorme sacrifício aos quais as famílias brasileiras estão submetidas”, comenta Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Corretora.

O que mais chama a atenção é a queda das vendas de supermercados e hipermercados. Como esse segmento representa a aquisição dos bens mais essenciais às pessoas (que têm a menor sensibilidade à queda da renda), a sua queda dá uma ideia precisa de como a recessão está profunda: as famílias estão cortando o que é mais essencial para sua sobrevivência.

Gráfico das vendas supermercados:

Se o comércio como um todo caiu cerca de 9,5% desde seu pico, as vendas de supermercado caíram 7%. Essa pode ser uma medida da queda real do consumo, desde que essa crise engoliu o país e para tirar a “prova dos nove” acerca desse evento, basta considerar os resultados da maior rede de supermercados do país, o Pão de Açúcar.

A empresa apresentou seu primeiro prejuízo desde 2001, depois de ter um lucro de R$ 1,7 bilhões em 2014. A queda dos lucros impulsionou uma enorme venda de suas ações, que passaram a perder valor.

De um patamar de preços da ordem de R$ 100, as ações caíram 55%, chegando aos atuais R$ 47. Essa oscilação marcou a evaporação de cerca de R$ 42 bilhões do valor de mercado da empresa. Esse comportamento da ação é revelador dos mecanismos da crise: o desemprego leva as famílias a consumirem menos; as receitas e os lucros das empresas caem; o valor de mercado das empresas cai; com o valor das empresas caindo, os investimentos em novos negócios recuam; com a queda dos investimentos o desemprego aumenta e o ciclo recomeça.

“Ainda que o mercado acionário possa fica um pouco mais otimista em relação às perspectivas, não há como não considerar esse dado das vendas de fevereiro como um ponto fora da curva”, completa Pedro.

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