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27/02/2008 - 13:10

Comércio bilateral Brasil – China

O comércio sino-brasileiro movimentou aproximadamente US$ 23,37 bilhões e superou projeções realizadas pelo governo brasileiro, indicando que a marca de US$ 30 bilhões, esperada para 2010, poderá ser alcançada ainda em 2008.

A previsão para o comércio exterior da China em 2008 é que haja desaceleração, mesmo que reduzida, do crescimento das exportações do país em razão, sobretudo, da recessão da economia dos Estados Unidos. A possível crise norte-americana poderá reduzir as vendas chinesas para esse país. Ademais, tal cenário poderá afetar negativamente outras economias que, por sua vez, podem reduzir demanda por produtos do país asiático. Apesar de tais previsões negativas, alguns especialistas sustentam a hipótese de que, em caso de crise nos Estados Unidos, o mundo passará a comercializar mais com a China, cujos produtos terão preços mais competitivos. Segundo previsões do Dragonomics a expectativa é de que o superávit da China em 2008 seja de US$ 260 bilhões, valor pouco inferior ao registrado em 2007.

Brasil - No acumulado de 2007, o comércio sino-brasileiro registrou incremento anual em valor de 42,5% em relação ao ano anterior e a China ultrapassou a Argentina como segundo importador brasileiro, atrás apenas dos Estados Unidos. No mesmo período, o Brasil apresentou o primeiro déficit comercial com o país asiático, de US$ 1,87 bilhão, após seis anos consecutivos de superávit. Em 2007, as exportações brasileiras para a China aumentaram 27,9% em relação a 2006 e somaram US$ 10,75 bilhões, enquanto as importações de produtos chineses cresceram 57,9% no mesmo período e totalizaram US$ 12,62 bilhões. O comércio sino-brasileiro movimentou aproximadamente US$ 23,37 bilhões e superou projeções realizadas pelo governo brasileiro, indicando que a marca de US$ 30 bilhões, esperada para 2010, poderá ser alcançada ainda em 2008.

Tal cenário reflete, parcialmente, o crescimento da economia brasileira, cujo incremento em 2007 é estimado em 5,4%. O aumento da demanda interna e a valorização do real estimularam importações do mundo e desaceleraram vendas do Brasil para o exterior. Ademais, as importações contribuíram expressivamente para o incremento da capacidade industrial instalada do país que, apesar de registrar crescimento significativo no ano, poderia comprometer o abastecimento de mercados domésticos por alguns setores. No acumulado de 2007, as exportações para o mundo registraram crescimento de 14,2% em relação a 2006. Já as importações, cujo volume total foi de US$ 120,62 bilhões, apresentaram incremento de 24,2% em relação a 2006. Se comparado ritmo de crescimento entre exportações e importações observa-se aceleração significativamente maior das importações, que registraram aumento de 4,8 p.p. em relação ao crescimento entre 2005 e 2006, enquanto as exportações cresceram apenas de 0,3 p.p. no mesmo período. O saldo comercial anual totalizou US$ 40,03 bilhões em 2007, valor 13,8% inferior ao registrado em 2006. A participação da China nas vendas do Brasil para o exterior foi de 6,7%, enquanto as importações do país asiático representaram 10,5% do total importado pelo Brasil do mundo em 2007.

Em 2007, a pauta de exportação brasileira para a China manteve-se concentrada em produtos básicos, com 73,7% do total de vendas realizadas valor apenas 0,2 p.p. inferior ao registrado em 2006. Em comparação às exportações totais do Brasil para o mundo, a pauta exportadora para a China é significativamente distinta. Em 2006 e 2007, produtos de maior valor agregado representaram a maior parcela do total das vendas brasileiras para o mercado internacional, com 65,9% e 68,6%, respectivamente.

Exportações brasileiras para a China - As vendas brasileiras à China registraram aumento de 27,9% em 2007 se comparado ao ano anterior.

Em volume, no entanto, o total exportado ao parceiro asiático decresceu 22%, reflexo, sobretudo, do efeito da valorização das commodities no mercado internacional. As vendas de produtos semimanufaturados de ferro e aço do Brasil para a China retomaram trajetória de crescimento anterior a 2006 e aumentaram 82,2% em valor e 112,1% em volume em 2007. As exportações brasileiras de máquinas, ferramentas e aparelhos mecânicos e elétricos para a China, tradicionalmente pouco expressivas, registraram queda no acumulado do ano. As vendas para o país asiático representavam em 2006 pouco mais de 2% das vendas totais brasileiras de máquinas. Em 2007, esse número passou para aproximadamente 1%. Esse decréscimo foi consideravelmente maior do que aquele observado nas exportações para o mundo e contrário à tendência de aumento nas compras chinesas de bens de capital. O cenário é explicado parcialmente pela contínua valorização do real e subseqüente perda de competitividade do produto nacional, tal como pelo aquecimento da demanda doméstica proporcionada pelo crescimento da economia brasileira.

Novamente soja em grãos, minério de ferro e petróleo e derivados dominaram a pauta exportadora brasileira à China, com cerca de 70% das vendas efetuadas. Apesar de grande participação no total exportado para o país asiático, no acumulado de 2007, soja em grãos sofreu leve redução em volume, de 6,5%. Tal queda, no entanto, foi significativamente inferior ao aumento do preço da commodity no mercado internacional, impulsionado majoritariamente pela demanda chinesa. As exportações de óleo de soja reagiram ao aumento das importações e à redução das alíquotas de importação e tarifas sobre valor agregado (VAT) chinesas ao produto, registrando crescimento em volume de aproximadamente 85% com base em 2006. Já os dados de aparelhos elétricos para telefonia e aparelhos de radiodifusão aparentam crescimento de aproximadamente 720% e redução de 50%, respectivamente. O incremento, porém, se deve a reformas no sistema de classificação, que reorganizaram a categoria de determinados produtos. Alguns itens que até 2006 eram classificados como aparelhos de radiodifusão passaram a integrar a categoria de aparelhos para telefonia.

Após queda significativa em 2006, as exportações de fumo para o mercado chinês retomaram tendência de crescimento anterior e expandiram aproximadamente 250% em 2007. O decréscimo de quase 70% das vendas brasileiras do produto registrada de 2005 para 2006 foi resultado de divergência entre as propriedades do fumo brasileiro e as qualificações exigidas pelas autoridades chinesas - variações climáticas ocorridas no Brasil naquele ano e a pequena quantidade de chuvas no país afetaram produção e qualidade do produto. Já as vendas de carne apresentaram queda de 68,1% em valor de 2006 para 2007, mantendo tendência em face de negociações pendentes entre governos chinês e brasileiro.

Importações brasileiras da China - Entre os principais produtos importados pelo Brasil da China houve poucas surpresas. Máquinas e aparelhos para indústria metalúrgica e para construção civil; bombas, válvulas e aparelhos de uso doméstico (refrigeradores, fornos e máquinas de lavar) e produtos químicos orgânicos e inorgânicos mantiveram-se no topo das compras brasileiras do país asiático.

Assim como o já mencionado decréscimo das exportações de máquinas brasileiras à China, o moderado ganho de participação de máquinas chinesas no mercado brasileiro pode ser atribuído, em parte, à competitividade de produtos chineses - que continuam a substituir tradicionais fornecedores ao mercado brasileiro - e ao crescimento da economia do Brasil. Pelas mesmas razões, produtos químicos orgânicos e inorgânicos registraram aumento de 77% em valor e 156% em volume. Já as importações brasileiras de têxteis e vestuário da China, embora tenham apresentado incremento significativo, registraram pequena variação em sua participação no total de compras desses produtos, de 32,9%, valor 4,6 p.p. superior ao registrado em 2006.

Os dados de aparelhos elétricos para telefonia e aparelhos de radiodifusão aparentam crescimento de aproximadamente 720% e redução de 50% respectivamente. Isto, no entanto, se deve a reformas no sistema de classificação, que reorganizaram a categoria de determinados produtos.

Alguns itens que até 2006 eram classificados como aparelhos de radiodifusão passaram a integrar a categoria de aparelhos para telefonia. Ao analisar ambas categorias simultaneamente, observa-se ainda um aumento de 42,6% nas importações advindas da China, contra 21% de aumento nas importações totais destes produtos.

Em 2007, as importações brasileiras da China foram, em sua maioria, de bens de capital e matériaprima para indústria - estes representaram 69% das compras brasileiras do país asiático. A China tornou-se fornecedor estratégico para produtores brasileiros de diversos setores, que se beneficiaram dos baixos preços de produtos chineses para garantir renovação tecnológica e ampliação do parque industrial nacional. Ademais, parte das importações provenientes da China é de insumos que conferem competitividade aos produtos brasileiros no mercado doméstico e internacional, a exemplo de setores fabricantes de equipamentos de telecomunicações. Produtos de consumo não duráveis, como calçados e vestuário, alvo constante de reclamações de empresários brasileiros, representaram somente 13,8% das importações do Brasil da China. | Por: Conselho Empresarial Brasil-China / Macro China

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