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15/04/2016 - 08:18

A origem do mal do século

O nome assusta. A forma como avança amedronta. O câncer, um dos piores males do século, não permite outra reação diante da maneira como destrói vidas. Destruída emocionalmente está, hoje, a servidora pública, Amanda Regina de Almeida Araújo, 39 anos. O choro é inevitável e incontrolável ao falar do filho caçula, o pequeno Júnior, de 8 anos de idade. Após lutar contra a doença, ele morreu no dia 31 de dezembro do ano passado. “Ele tinha três anos e meio quando a mãozinha dele começou a inchar. Passamos por vários médicos e todos eles achavam que não era nada. Até que, em Teresina, quando levei ao pediatra, ele falou que era um câncer e era maligno. Ficamos sem chão”, relembra.

O diagnóstico de rabdomiossarcoma alveolar (câncer que se desenvolve, principalmente, nos músculos e tendões) fez a família sair do Maranhão com destino a Brasília atrás de ajuda. Foram cinco anos de tratamento à base de radioterapia, quimioterapia e cirurgias, nos quais a criança primeiramente perdeu um dos dedos da mão esquerda e depois, o braço. “Desde o início, os médicos disseram que, como o tumor era do tipo mais agressivo, a chance de cura era mínima. Não havia relato de ninguém que tenha se curado do rabdomiossarcoma, mas escolhemos lutar até o último instante. Meu filho era guerreiro”, conta emocionada a servidora pública.

A doença que deixa marcas por onde passa invade o organismo silenciosamente. Caracteriza-se – independentemente do tipo – pelo crescimento desordenado das células. Primeiro, é preciso entender o funcionamento considerado normal. O nosso corpo é formado por milhões e milhões de células. Elas são encarregadas de se reproduzirem para formar e regenerar os tecidos. Mas fazem isso de forma controlada. A diferença está exatamente aí.

No nosso DNA – onde estão as informações genéticas de cada indivíduo, que definem, por exemplo, cor dos olhos e dos cabelos – há os genes que dividem as células (oncogenes) e os que atrasam esse processo e matam as células, na hora certa (supressores de tumor). Quando há uma falha no DNA, ocorre um comprometimento nos oncogenes, que não conseguem realizar a divisão, ou nos supressores, que são desativados e não exercem a função. E aí o resultado é uma multiplicação descontrolada e a formação de tumores.

Natural que surja logo a pergunta. E o que causa a alteração no DNA? A pessoa pode herdar um DNA com ”defeito”, digamos assim. Outra explicação seria uma falha na hora de reprodução da célula. E há ainda os fatores externos, como, por exemplo, a exposição excessiva aos raios solares.

Sem limites, as inimigas, não satisfeitas em agir num determinado local, migram para outros órgãos e o ciclo se repete. Elas crescem, formam novos tumores, que substituem os tecidos sadios. Essa proliferação desenfreada por todo o corpo é o que a medicina chama de metástase.

Dois aspectos precisam ser esclarecidos. Um deles é que nem todos os tipos da doença formam tumores. A leucemia, por exemplo, atinge o sangue. Outro detalhe é que nem todo tumor é câncer. Os considerados benignos crescem exageradamente, mas são menos agressivos e não invadem outros tecidos, daí a explicação para a cura ser mais rápida e menos complexa. Esclarecer o processo de formação do tumor é possível, ao contrário da saída para controlar a doença. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) foi de 580 mil casos da doença, no Brasil, em 2015. O Instituto verificou, em 2012, que os tumores mais frequentes nos homens são o câncer de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago. Nas mulheres, o de pele também é o primeiro da lista e, em seguida, estão mama, colo do útero e reto e pulmão.

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