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04/05/2016 - 07:47

O desafio da página em branco

Já ouvi pessoas e empresas comentando: “Aqui não falamos (não tem) de crise”; “Enquanto alguns choram, outros vendem lenços”; “Tem muita oportunidade”. Concordar ou não com essas afirmações é irrelevante, principalmente quando somamos quase um milhão de pessoas que perderam seus empregos no último ano. Ou quando nos colocamos no lugar dos milhares de comércios que estão fechando pelo país e nos deparamos com um dos piores desempenhos anuais da indústria ou acompanhando a queda de quase 30% do setor automobilístico.

O fato é simples: nós, brasileiros, estamos fazendo muito pouco para mudar o país. Nesse momento, todas as notícias apontam para um 2016 tão ruim como 2015 e um próximo ano (2017) ainda em recessão. A Inflação, o desemprego, a confiança e a renda disponível – principais vetores de crescimento do varejo - não melhorarão até 2018.

O que nos restou como executivos e empresários é olhar para os nossos negócios e potencializar estratégias que nos possibilitem tirar o máximo de proveito e, até mesmo, nos reinventarmos. Para Steve Jobs, o quadro branco (página em branco) era o ponto de partida de novos projetos. Superar resistências, vícios e percepções do que já existe, para pensar no ideal para uma situação oportuna. Esse é o mind set que venho trabalhando com a minha equipe desde julho de 2015. Fazer muito bem feito o que sempre fizemos não vai ser suficiente para termos um excelente 2016. O grande desafio é esquecer o que temos para pensar no que precisamos e vamos entregar.

Parece impossível (e é para ser), mas partimos da seguinte premissa: em 2016, precisamos de produtos com melhor margem, mais qualidade, mais quantidade, maior percepção de valor e melhor preço. Analisamos nosso carro-chefe, separamos suas fortalezas e seus pontos fracos. No detalhe, entedemos nossas inovações de 2014 e 2015, que no faturamento total representavam mais de 20% das vendas. Separamos nossos consumidores em alguns grandes grupos, observando seus comportamentos específicos e processos decisórios. Conseguimos, a partir da necessidade do negocio e das oportunidades que a crise nos trouxe, montarmos um conceito aderente para o consumidor, desenhado com simplicidade, de fácil compreensão e, principalmente, entregando os principais atributos da marca.

A crise serviu de motor para vencermos inúmeras resistências que talvez não venceríamos em outras circunstâncias. Até mesmo porque, em todas as apresentações para conselheiros, franqueados e diretoria, tivemos resistência no primeiro momento. “Como assim vamos tirar foco do carro-chefe?”; “Essa linha não tem nada a ver com nosso negocio!”; “Não concordo com essa opinião de que o consumidor prefira isso ou aquilo. Muitas empresas sofrem tentando defender aquilo que foi construído em situações passadas, como uma forma de defesa para garantir a sobrevivência (embora esta percepção possa ser a morte em si). O desafio que precisamos colocar em tudo que fazemos é: o que podemos adicionar, corrigir ou mudar para atacarmos o que é oportuno para os períodos que estão por vir? Também é necessário colocar em mente que não vamos acertar em tudo aquilo que desenhamos para o negócio, mas temos que estar preparados para ajustar e corrigir o mais rápido possível.

Entrei em 2016 com a sensação de que fizemos o nosso melhor em 2015 e não estamos acomodados, negando a crise ou afirmando que teremos um ano ruim. Todos os dias, levanto excitado com os novos aprendizados, meus, da minha equipe e da empresa. Determinamos que juntos faremos o melhor resultado, o melhor para nossos franqueados e serviremos a melhor equação de valor para os nossos consumidores.

. Por: Ricardo Guerra, Diretor de Marketing da Rede Giraffas.

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