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11/05/2016 - 07:24

Ovodoação e útero de substituição soluções para quem quer ser mãe

Nem todos sabem, mas o casal que estiver fazendo tratamento de fertilização in vitro e a mulher tiver menos de 35 anos, pode participar do programa de ovodoação compartilhada. O intuito é ajudar outra mulher a ser mãe, já que existem muitas receptoras e poucas doadoras, visto que a maioria das mulheres que fazem o tratamento está acima dos 35 anos. Daí, a primeira pergunta: Porque uma mulher aceitaria doar seus óvulos? Por duas razões, ou seja, diminuir o custo financeiro do tratamento, e para muitas, a sensação de poder ajudar alguém na mesma situação, mas sem outra chance com os próprios óvulos. Vale ressaltar que a doação é anônima.

O programa funciona da seguinte forma: a paciente responde a um questionário com dados de saúde seus e dos seus familiares e realiza uma triagem de sangue para infecções, hormônios e análise genética, além de uma avaliação da parte emocional a fim de verificar se ela está apta a fazer a doação.

Após essa análise inicial será procurado no arquivo de receptores o pareamento com grupo sanguíneo do casal, cor de cabelo, pele, olhos e estatura. Com a fotografia do casal receptor e da doadora é feito um pareamento com as características de fisionomia e regionalidade.

Definido o pareamento o casal é contactados para começar o tratamento, que é totalmente anônimo.

A doadora terá um tratamento igual a uma fertilização in vitro. A única diferença será em relação aos óvulos obtidos, já que metade será doada, sendo fecundados com o esperma da receptora e a outra metade fecundada com o esperma do marido da doadora.

A receptora terá o seu útero preparado em paralelo a doadora, para que no momento da coleta dos óvulos o útero esteja com o endométrio adequado para a transferência dos embriões.

Confirmando a gravidez da doadora, faz-se a manutenção com progesterona e ácido fólico até 12 semanas, período em que o ovário estaria produzindo hormônios. Após este período, a placenta assume a produção hormonal e o suporte progestacional não é mais necessário.

Já a receptora, como não teve seus ovários trabalhando, deve ser reposta com estrogênio e progesterona até a 12ª semana e após este período suspender o procedimento sem riscos. A gravidez depois desta data é autônoma, sendo suportada pela placenta apenas.

O programa de doação de óvulos obtém uma boa chance de gestação – em torno de 40 a 45% - dependendo da idade da doadora. A transferência embrionária só pode ser de no máximo dois embriões, segundo a norma vigente: até 35 anos só podem ser transferidos dois embriões. E a idade que importa é a do óvulo (doadora) e não do útero (receptora).

Vale lembrar que no Brasil é proibida a doação simples de óvulos de mulheres que não se submeteram a um tratamento de fertilidade. Esta medida foi tomada buscando evitar o comércio de óvulos.

Além da ovodoação outro procedimento é o útero de substituição, indicados para mulheres que nasceram sem o útero ou cirurgicamente o retiraram, ou aquelas que por alguma doença não podem gestar. O Conselho Federal de Medicina permite que este tratamento seja feito entre parentes até o 4º. grau, mas muitos casais não têm parentes dispostos ou com idade ou saúde para tal.

A solução é solicitar ao Conselho Regional de Medicina, através do médico, a possibilidade de recorrer ao útero de substituição aparentado. Se aprovado é só fazer o procedimento sempre lembrando que não pode existir compensação financeira da mulher portadora.

Mas nem só a mulher pode doar. Os homens também podem ajudar sendo doadores de esperma. A doação exige uma avaliação criteriosa, com testes especializados, que eliminem as probabilidades negativas de um doador e além de vastas informações sobre ele. As amostras permitem assim o uso tanto em inseminação artificial como in vitro, aumentando a gama de escolha dos tratamentos.

. Por: Dr. Luiz Fernando Dale, ginecologista e especialista em Reprodução Humana. É diretor da Clínica Dale e do Centro de Medicina da Reprodução no Rio de Janeiro.

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