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29/02/2008 - 10:32

América do Sul é prioridade para empresas brasileiras, informa estudo da CNI

São Paulo - O Brasil precisa ter uma estratégia mais agressiva no setor de serviços na América do Sul, assim como aumentar a promoção comercial para vender produtos nos países vizinhos. Revisar os acordos bilaterais, além de aprofundá-los, deve ser a estratégia das negociações internacionais brasileiras, para aumentar a presença das empresas nacionais na região. As conclusões constam do estudo . Os interesses empresariais brasileiros na América do Sul-, produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado hoje, em São Paulo, em seminário sobre o tema na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O estudo, disponível em formato PDF na página da entidade na internet (www.cni.org.br), foi dividido em três partes: serviços, comércio de bens e investimentos diretos do Brasil na América do Sul. O documento mapeou os interesses das empresas nos três setores em todos os países da região, classificando-os como consolidados, ameaçados, potenciais e emergentes. De acordo com o mapeamento, será possível traçar a estratégia de negociação com os vizinhos tendo em vista os interesses das empresas brasileiras em cada um dos países, para cada um dos setores.

O documento aponta para a necessidade de aperfeiçoamento dos acordos comerciais existentes. ?São acordos que de quando em quando são revisados. O que precisamos fazer é aprofundá-los, porque já temos identificados os produtos e setores que poderão ser colocados na lista de demanda do Brasil, -afirmou Fernandes. Ele fez referência, por exemplo, à redução das tarifas aplicadas num tempo menor do que o já negociado.

Os acordos comerciais feitos pela diplomacia brasileira foram analisados. O Mercosul, por exemplo, foi identificado como tendo pouco espaço de avanço institucional, porque as tarifas já foram eliminadas (a exceção é o setor automotivo, que ainda é regulado). Mas existe uma série de oportunidades em relação aos países andinos e aí foi identificado um conjunto de produtos e setores que merecem uma maior atenção do governo nas negociações, -avaliou Fernandes.

Para a Abimaq, a região é prioridade. Tanto que, até o final deste ano, vai abrir três escritórios regionais na América do Sul para aproveitar as oportunidades de vender bens de capital para os países vizinhos, segundo Luiz Aubert Neto, presidente da instituição. As representações regionais da Abimaq serão em Caracas, na Venezuela, em Santiago, no Chile, e em Buenos Aires, na Argentina. Nossa intenção é transformar a Abimaq em uma agência de negócios,- disse Aubert Neto.

No ano passado, a América do Sul, exceto o Brasil, importou um total de US$ 20 bilhões em bens de capital. ?O Brasil participou disso com US$ 3,5 bilhões, então US$ 16,5 bilhões estão em outras mãos. Se considerarmos que, na América do Sul, o Brasil é o único país que tem um setor de bens de capital desenvolvido, isso fica mais crítico ainda-, , afirmou o presidente da Abimaq.

Aubert Neto lembrou que, no ano passado, foi a América do Sul que salvou os exportadores do setor. ?Os Estados Unidos representam 25% das nossas exportações, mas as vendas para lá caíram 10% no ano passado. No mesmo período, as exportações para a América do Sul cresceram 40%, fazendo com que as vendas totais para fora do Brasil ainda tivessem crescimento, de 21%,- ressaltou Luiz Aubert.

Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, as empresas brasileiras têm encontrado grandes oportunidades no mercado sul-americano. E há margem para crescer mais?, sintetizou, lembrando que, para o setor industrial, a região é o melhor mercado.

Segundo Barral, o que o Brasil tem enfrentado agora são entraves típicos de parceiros comerciais com intenso fluxo de comércio, tais como problemas de harmonização de padrões técnicos. Isso é uma barreira não-tarifária que atrapalha as vendas, mas é algo não tão difícil de ser driblado-, afirmou.

Fernando Ribeiro, diretor da Fundação Centro de Comércio Exterior (Funcex), observou que os interesses consolidados das empresas brasileiras estão mais concentrados nos países do Mercosul. O acordo facilitou essa penetração nos últimos anos. Nos outros países, o nível de consolidação ainda é baixo, porque os acordos firmados são recentes e têm longo prazo. Nesses países, há mais interesses potenciais, emergentes e ameaçados-, afirmou.

Para melhorar o comércio de bens e serviços na região, Ribeiro citou como fundamental os investimentos em infra-estrutura de transportes. Todos os setores citam isso como entrave - afirmou.

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