VIR αVER 2008

Exposição de 5 de março à 30 de março das 12h às 19h, no Centro Cultural Justiça Federal, Av. Rio Branco, 241 – Centro – Rio de Janeiro (RJ).Telefone: +55 (21) 3212-2550 | Gratuita | www.ccjf.trf2.gov.br

A artista plástica Ivani Pedrosa inaugura no dia 04/03 às 19h, a exposição VIRαVER. A mostra apresenta séries de fotografias feitas com celular, todas captadas no interior do próprio Centro Cultural, mostrando imagens de objetos e locais das Galerias, traduzidas em novas formas de ver o já visto, em séries no mínimo de quatro e no máximo de trinta fotos, expostas em papel fotográfico, que variam de 37 cm a 270 cm.| Por: Isabel Portella

Paredes, teto, chão, aberturas, vãos: elementos arquitetônicos que servem para dividir, cobrir, pisar. E, de tanta serventia, acabam escapando à nossa percepção diária, ao nosso olhar acostumado apenas com o servir. Ivani Pedrosa, porém, viu além. Desnaturalizou o olhar buscando a beleza das formas, a estética do cotidiano, a objetividade das linhas. O estímulo visual foi tão grande que a artista ousou modificá-lo, preocupada em deslocar a atenção do espectador.

Lançou mão de objeto do cotidiano, o celular, para captar as imagens. Simplesmente, sem utilizar-se de tecnologias fotográficas mais complexas, foi registrando ângulos surpreendentes, contrastes, convergências e abrangências que estavam o tempo todo ali, à espera do reconhecimento.

O aparelho celular, tão accessível e indispensável nos dias de hoje, permitiu, com a rapidez necessária, a transformação de uma idéia em realidade. “O inexprimível precisa ser transmitido por todos os meios possíveis”, diz Baudelaire. E talvez esse seja o ponto crucial do conflito entre consciência e representação.

Surpreender, conduzir, provocar – são os desafios que Ivani Pedrosa enfrentou ao desvendar, com sua arte, os caminhos do dia a dia. A artista faz assim, a todos, um convite sedutor: voltar a ver, olhar de novo, virar os olhos em outra direção e perceber algo novo nas imagens desgastadas do cotidiano.

É a tecnologia do século XXI capturando, fragmentando e costurando a arte romântica do século XIX, transformando-a em arte independente dirigida aos sentidos e através deles ao sentimento.