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03/06/2016 - 07:16

Petrobras deve perseguir a esteira do compliance


Além de citar os três pilares fundamentais para colocar a companhia nos trilhos, o novo presidente Pedro Parente afirmou que a empresa apoia a revisão da Lei de Partilha com a substituição da obrigatoriedade de participação com pelo menos 30% dos investimentos em cada campo de exploração do pré-sal pelo direito de preferência, de acordo com a avaliação de onde é melhor fazer parte do negócio.

O engenheiro Pedro Parente, que assumiu na manhã do dia 2 de junho(quinta-feira), o cargo de presidente da Petrobras, afirmou que tem como prioridade a recuperação econômica e financeira da empresa. Ele destacou três pilares que devem orientar sua administração: governança para recuperar a credibilidade; responsabilidade econômica e financeira; e gestão de risco.

"O primeiro pilar é a consolidação de uma nova governança corporativa, que seja capaz de garantir a plena recuperação e credibilidade da companhia junto aos acionistas, aos fornecedores, ao mercado, às autoridades públicas e judiciais, e ao conjunto da sociedade", explicou. "O segundo pilar é a adoção da responsabilidade econômica e financeira em absolutamente todos os planos e ações da empresa", disse, ressaltando que os investimentos e ações devem ter clara relação com a capacidade de gerar retorno econômico adequado. O terceiro pilar é o fortalecimento da gestão de riscos. "Riscos incluem não só os estratégicos e operacionais, mas também riscos de mercado, de crédito, de imagem, e com redobrada atenção para os riscos de segurança operacional e socioambientais", disse.

Durante seu discurso, o presidente anunciou que a companhia atingiu, no dia 8 de maio, o pico diário de 1 milhão de barris de petróleo produzidos no pré-sal, menos de dez anos após a primeira descoberta nessa região. Para atingir a produção total de 1 milhão de barris de petróleo produzidos por dia, o país levou 45 anos, lembrou o executivo.

Pré-sal — A exploração do pré-sal, segundo Parente, deve ser uma das prioridades da companhia. Para permitir o avanço mais rápido da exploração, o presidente informou que apoia o fim da obrigatoriedade de investimento mínimo de 30% nos campos do pré-sal, nos moldes do projeto que já está sendo discutido no Congresso Nacional . “Se essa exigência não for revista, a consequência será retardar, sem previsão, a exploração plena do potencial do pré-sal. E essa obrigação retira a liberdade de escolha da empresa, de somente participar na exploração e produção dos campos que atendam o seu melhor interesse”, disse.

Parente falou também do compromisso da companhia em continuar colaborando com as investigações em curso, citando vários mecanismos para coibir qualquer tentativa de corrupção dentro da companhia.

"Continuaremos a contribuir de maneira irrestrita e incansável com a Operação Lava-Jato, pois, como vítimas, somos os maiores interessados na total elucidação de todos os crimes e na sua reparação. A Petrobras é hoje, sem sombra de dúvidas, um dos principais protagonistas na busca pela verdade. Mecanismos como o comitê especial autônomo, comandado com grande competência pela ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, as auditorias internas e os canais para recepção de denúncias contarão com meu total apoio", garantiu.

Plano de desinvestimentos — O novo presidente destacou a importância do plano de desinvestimentos e reforçou que buscará uma relação adequada entre a dívida e o capital da companhia. Em fala dirigida aos empregados da Petrobras, ele pediu que sejam mantidos dedicação e empenho para que a Petrobras recupere-se: "Com afinco e trabalho sério, vamos conseguir trazer de volta essa empresa ao posto que ela merece: ser uma referência para o mercado, o emprego dos sonhos para os jovens e motivo de orgulho para todos os brasileiros".

"Compartilhamos da visão de que a empresa tem que estar sempre livre de qualquer tipo de pressão política e protegida de qualquer agenda partidária ou eleitoral. Todos que trabalham na Petrobras, dos empregados aos executivos e conselheiros, devem atuar com a única e nobre missão de promover os interesses da empresa", afirmou.

Ainda durante o discurso, disse que a gestão da Petrobras está sob a orientação do Conselho de Administração e a liderança da Diretoria Executiva e com o engajamento de todos os petroleiros e petroleiras, todos devem estar comprometidos em construir uma nova empresa, movida pelos valores da ética e da transparência, pautada exclusivamente por critérios técnicos, guiada sob a égide da responsabilidade econômica e financeira, com profissionalismo, transparência e seguindo os mais altos padrões de governança corporativa.

Resgate da empresa — Durante a entrevista coletiva com os jornalistas, comentou-se sobre as resistências de algumas entidades sindicais: "para mim o que é chave foi o que eu disse no meu discurso. Esse é um momento de reconstrução da empresa e o que fiz no discurso foi chamá-los para um diálogo desde que estejam imbuídos com o mesmo propósito, a partir do Conselho de Administração, da diretoria. Acredito, da imensa maioria dos colaboradores que é reconstruir, resgatar esta empresa. Essa empresa precisa ser resgatada. Se eles tiverem com este espírito, não teremos nenhum problema em dialogar”, enfatizou.

O presidente do conselho, Luiz Nélson Guedes de Carvalho, disse que não foi encaminhada uma resposta formal aos representantes dos petroleiros. “Muito me alegra saber que os petroleiros estão preocupados com os prejuízos da Petrobras", emendou.

Participaram da solenidade na sede da companhia, no Rio de Janeiro, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o governador em exercício do Estado do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Luiz Nelson Guedes de Carvalho, além de membros da diretoria e executivos da Petrobras.

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