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09/06/2016 - 09:06

Banco Central e o câmbio flutuante: especialistas comentam os impactos no dólar

“A provável consequência é a moeda americana em queda, testando até casa dos R$ 3,20”.

O dólar operou em queda de 1,12% na manhã do dia 8 de junho(quarta-feira), chegando a R$ 3,3857, menor índice em quase um ano. Além dos fatores externos — números positivos das importações da China, alta dos preços do petróleo e enfraquecimento das expectativas de uma alta de juros nos EUA em curto prazo —, a queda também sofreu influência após a declaração de Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, que defendeu um regime de câmbio flutuante. Nos últimos meses, apesar da constante baixa do dólar devido aos avanços do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o Banco Central intervia agressivamente, realizando leilões de swap cambial reverso para amenizar uma queda mais brusca da moeda norte-americana. As constantes intervenções demonstravam que o BC estava atuando para defender o piso do dólar em R$3,50 para proteger as exportações brasileiras, apesar das consequências inflacionárias do dólar com um valor mais elevado. Contudo, após o discurso de Ilan, acredita-se que o BACEN deva realizar menos intervenções no mercado de câmbio, já que é o sexto dia seguido sem novas ações da instituição.

Veja os comentários de especialistas do mercado financeiro após o posicionamento pró-câmbio flutuante de Ilan Goldfajn: “Os dois principais motivos que impactaram significativamente na queda do dólar foram a economia americana, com muitas empresas fechando lojas e adiando a alta dos juros e a fala do novo presidente do Banco Central deixando claro que com a nova direção, o dólar abaixo de R$3,50 será desejável. Os dois fatores convergiram fazendo com que o dólar chegasse a um número que não víamos desde junho do ano passado”, analisa Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. Segundo o diretor, não existe certeza de nova queda e é um bom momento para a compra da moeda-americana. “Apesar da queda ser embasada por fundamentos circunstanciais e não meramente por especulações, não há garantia que o dólar continue caindo, já que os fundamentos da economia continuam inalterados e qualquer mudança surtirá efeito apenas em longo prazo. Quem precisa enviar remessas em dólar vai entrar comprando tudo e tende a se estabilizar novamente. O momento é oportuno e não tem motivo para esperar mais”, completa.

Já para Caio Esteves, analista sênior de câmbio da FN Capital, a declaração de Ilan Goldfajn foi positiva e deve animar o mercado. “Acredito que um regime com câmbio flutuante seja muito benéfico, pois daria maior independência ao mercado. Essa decisão faz com que ele [mercado] se ajuste naturalmente, deixando a demanda e a oferta comandarem a volatilidade. A provável consequência é a moeda americana em queda, testando até casa dos R$ 3,20”.

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