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14/06/2016 - 07:02

Recuperação judicial: um bicho de sete cabeças?

Para o consultor Artur Lopes existe um estigma no Brasil sobre a medida que precisa ser revisto, pois o recurso pode ser a única salvação de uma empresa que passa por uma crise.

São Paulo— Enquanto nos Estados Unidos a recuperação judicial – o “Chapter 11” – é vista como um instrumento saudável à atividade econômica, no Brasil, na maioria das vezes, causa apreensão e um juízo de valor negativo, para quem precisa recorrer ao recurso jurídico. Por mais qualificados que sejam os empresários e seus gestores, a economia brasileira, especialmente nos últimos dois anos, tem sido imprevisível e instável, num cenário desfavorável.

O advogado Artur Lopes, consultor especializado em gestão de crise, recuperação e ampliação de negócios, com experiência de 20 anos nesse mercado, pondera que o empresário brasileiro pode e tem o dever de lutar com todas as armas para preservar seu negócio e os empregos que gera.

Lopes revela que, ao contrário de hoje, a antiga Lei da Concordata só previa raras alternativas possíveis para lidar com o passivo das empresas. Como não produzia resultados efetivos, deixou um estigma que permanece na mentalidade do empresariado brasileiro: que a recuperação judicial é sempre algo “difícil”. No entanto, atualmente, a nova lei institui uma série de mecanismos que possibilitam a reestruturação da organização. São recursos que, colocados em prática, permitem a salvação da empresa e até mesmo a revitalização e expansão dos negócios.

“Não existem fórmulas exatas para vencer as dificuldades, porque a realidade de cada empresa é única. Mas existem metodologias aplicáveis e um know-how adaptável, sempre. O importante é que o empresário busque ajuda assim que perceber que os negócios não estão indo bem: não se deve deixar para o último instante. Quanto mais demorar o combate à doença, menores serão as chances de cura”, defende o consultor, autor de um dos poucos livros com linguagem acessível sobre a recuperação judicial, no País.

Quando se trata do gerenciamento da crise nas organizações, Lopes é enfático: “Se a recuperação judicial não for acompanhada de uma profunda modificação na estrutura corporativa, de um redesenho dos negócios, de um jeito diferente de tocar a companhia, o que vai se ganhar apenas, em alguns casos, será mais prazo. Não existe um `bicho de sete cabeças´. Mas sim, um arsenal de medidas que, se tomadas no timing certo, serão a salvação da empresa”.

Perfil: Artur Lopes & Associados —Sócio-fundador da consultoria Artur Lopes & Associados, o consultor tem uma experiência emblemática: viveu na própria pele uma grave crise empresarial, tempos atrás. Hoje com sua expertise atende grandes e médias organizações de todo o Brasil, dos mais variados segmentos: eletroeletrônico, alimentício, químico, moveleiro, de tecnologia, educação, materiais de construção etc. Em sua carteira de clientes estão empresas como: Café Bom Dia, UniSantana, Móveis de Itália, Busquinelli Pisos, Manchester Química, Café Damasco etc.

Com mais de 20 anos de experiência em gestão financeira, Artur Lopes foi secretário-executivo do Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – e faz parte da TMA Brasil, representante brasileira da Turnaround Management Association, entidade internacional que trata de reestruturação e recuperação judicial. É também autor de livros como “Quem matar na hora da crise – Como Resgatar sua Empresa e Fazê-la Crescer”, “Negócios sem Crise” e “Recuperação Judicial”, lançados pela editora Évora.

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