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14/06/2016 - 07:59

Papa Francisco pede maior compromisso com a luta por Fome Zero

Durante sua visita a ONU.

Líder religioso fez sua primeira visita ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, em Roma, destacando seu ‘apoio total’ ao objetivo de erradicar a fome. Papa Francisco prestou homenagem à equipe da organização, inclusive aqueles que perderam suas vidas no desempenho de suas funções.

Papa visitou a exposição de fotos que marca os cinco anos do Centro de Excelência contra a Fome, cuja sede é no Brasil, e as placas com os nomes de membros da equipe do PMA que morreram em serviço.

Na primeira visita papal ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, o Papa Francisco deu nesta segunda-feira (13) seu apoio total ao objetivo de erradicar a fome e prestou homenagem à equipe da organização, inclusive aqueles que perderam suas vidas no desempenho de suas funções.

“Não se deixem vencer pelo cansaço, que é muito, nem permitam que as dificuldades os retraiam”, disse o Papa ao Conselho Executivo e à equipe do PMA na sede da organização em Roma. “Para tornar realidade esta urgente prioridade de Fome Zero, eu asseguro a vocês nosso total apoio e respaldo.”

Em sua chegada ao PMA, o Papa pôde ver a exposição de fotos que marca os cinco anos do Centro de Excelência contra a Fome, com sede no Brasil, e as placas com os nomes de membros da equipe do PMA que morreram em serviço.

“Há alguns momentos rezei diante do Muro da Memória, testemunho do sacrifício que realizaram os membros deste organismo, entregando sua vida para, inclusive em meio a complexas vicissitudes, os famintos não carecessem de pão. Memória que temos que conservar para seguir lutando, com o mesmo vigor, pelo ansiado objetivo de Fome Zero”, disse.

“O PMA é um valioso exemplo de como se pode trabalhar em todo o mundo para erradicar a fome por meio de uma melhor alocação dos recursos humanos e materiais, fortalecendo a comunidade local”, disse o Papa.

Ele pediu que os Estados-membros das Nações Unidas aumentem decisivamente seu compromisso para cooperar com o PMA. “Como seria importante que a vontade política de todos os países-membros permita e incremente decisivamente sua real vontade de cooperar com o Programa Mundial de Alimentos para que este possa não somente responder às urgências, mas também realizar projetos solidamente consistentes e promover programas de desenvolvimento de longo prazo, de acordo com os anseios de cada um dos governos e de acordo com as necessidades dos povos.”

Ele falou sobre o impacto de conflitos e destacou os casos em que as organizações foram impedidas de distribuir alimentos em zonas de guerra, em violação à lei internacional. “Em alguns casos, a própria fome é utilizada como arma de guerra.”

O Papa destacou ainda o tema do desperdício de alimentos: “O alimento desperdiçado é como se fosse o alimento roubado da mesa do pobre, de quem tem fome.”

Ele disse ainda que o excesso de informação está deixando as pessoas insensíveis à pobreza extrema. “Pouco a pouco, nos tornamos imunes às tragédias alheias e as avaliamos como algo natural”, ele disse. “São tantas as imagens que nos invadem que vemos a dor, mas não a tocamos; ouvimos o choro, mas não o consolamos; vemos a sede, mas não a saciamos. Desta maneira, muitas vidas se tornam parte de uma notícia que em pouco tempo será trocada por outra. E enquanto mudam as notícias, a dor, a fome e a sede não mudam, permanecem.”

“Quando faltam os rostos e as histórias, as vidas começam a se transformar em cifras, e assim paulatinamente corremos o risco de burocratizar a dor alheia. As burocracias movem papéis; a compaixão, não a pena, a compaixão, o ‘padecer com’, por sua vez, move as pessoas.”

A visita do Papa colocou sob os holofotes a necessidade urgente de eliminar a fome, que afeta um em cada nove pessoas no planeta. A visita aconteceu no primeiro ano dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No centro do trabalho do PMA está o Objetivo 2, Fome Zero, que deve ser alcançado até 2030.

A diretora-executiva do PMA, Ertharin Cousin, descreveu o Papa Francisco como “nosso herói de Fome Zero” e disse que seu chamado pela eliminação da fome e da desnutrição fala diretamente à missão do PMA de fortalecer as pessoas mais vulneráveis do mundo.

“A verdade é que o mundo possui, como o senhor disse, o alimento, o conhecimento, a capacidade e as habilidades não só para enfrentar os desafios da insegurança alimentar e da desnutrição, mas para eliminar a fome”, disse Cousin. “O que precisamos, o que nos falta, é a vontade política global para assumir a feroz urgência de resolver essa grande falha de nossa humanidade comum.”

O Papa falou para a equipe do PMA e seu discurso foi transmitido ao vivo para todos os escritório das instituição no mundo. Cerca de 1 mil funcionários estavam presentes em Roma, e cerca de 14 mil funcionários tiveram a chance de assistir pela internet ao seu discurso ao ar livre.

O Papa encerrou sua visita de duas horas de duração pedindo à equipe para rezar por ele: “Obrigado e por favor rezem por mim para que eu possa também fazer algo contra a fome no mundo”.

Durante a visita, o Papa falou com três funcionários do PMA: Jok Kuol, do Sudão do Sul; Alessandra Piccolo, da Itália; e Sara Adam, da Somália.

Kuol foi beneficiário da alimentação escolar do PMA quando criança e, mais tarde, num campo de refugiados no Quênia, onde ele e sua família foram obrigados a buscar abrigo. Agora, trabalha com o PMA para entregar alimentos às famílias afetadas pela guerra no Sudão do Sul.

“Eu estava tão animado, foi o dia mais feliz da minha vida”, disse Kuol. “Eu queria dizer a ele que há pessoas precisando de ajuda, para que ele saiba sobre as pessoas que enfrentam a fome. Eu fui beneficiário do PMA e agora olhem onde estou, eu trabalho para o PMA.”

Em uma troca de presentes, Cousin deu ao Papa Francisco um desenho de um garoto do Sri Lanka que recebe alimentação escolar do PMA e desenhou sua visão sobre como seria um mundo sem fome.

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