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16/06/2016 - 08:11

Doloroso rito de passagem


São Paulo — O esperado fim da malfadada gestão petista encerra uma fase da História Política e Econômica do Brasil, remetendo Lula, Dilma e apaniguados ao panteão dos governantes merecidamente esquecidos. Ao invés da estapafúrdia expressão "não vai ter golpe" passaremos a ouvir "Dilma nunca mais". O governo de Temer, com todas as dificuldades que está enfrentando para recuperar as Finanças Públicas, ainda terá de suportar muitos outros problemas decorrentes não só das intermináveis e necessárias investigações da Lava Jato, mas também do corporativismo sindical e político, que teima em sabotar as tentativas de recuperação da Economia, numa demonstração inequívoca de egoísmo e falta de espírito público. Os cidadãos que não vivem das benesses do setor público cansarem-se de uma interminável sequência de golpes: mentiras, arrogância, desonestidade, incompetência e uma maneira infantil de vislumbrar o mundo e de compreender como o mesmo funciona. A brilhante equipe econômica nomeada por Michel Temer tem credibilidade mais do que suficiente para recolocar o Brasil no rumo do progresso e de devolver a esperança à população, porém, há que afastar os políticos dos cargos em que a capacidade técnica é imperativa, não deixando com isso que a gestão do país resvale novamente para um padrão permanente de atos de irresponsabilidade, visando a manutenção de um projeto de poder a qualquer custo.

Alguns assuntos de vital importância terão que ser inescapavelmente enfrentados de forma imediata: uma reforma política destinada a criar legislação visando o afastamento mais rápido de maus governantes (por incompetência ou deslize moral), fim da estabilidade de emprego no setor público, mudanças drásticas na obsoleta legislação trabalhista (antes que a tecnologia transforme-a em letra morta), desvinculação das receitas da União, privatização de estatais como Banco do Brasil, Petrobrás, Caixa Econômica Federal e outras que servem permanentemente de instrumentos de manipulação para políticos desonestos, diminuição da inflação a patamares aceitáveis e consequente diminuição da taxa de juros, taxa de câmbio que permita ao país ter competitividade no comércio internacional e incremento das ações diplomáticas destinadas a priorizar negócios com parceiros de real importância como os EUA, Europa, Japão e China, ao invés dos claudicantes da América Latina, estabelecimento de um teto para os gastos públicos em relação ao PIB, bem como para o déficit previdenciário.

Uma ideia a ser considerada para um sadio processo de reaquecimento da Economia seria destravar os setores habitacional e de infraestrutura, que rapidamente alavancaria diversos segmentos: demanda de mão-de-obra, produção e manutenção de veículos pesados, serviços de engenharia, siderurgia, asfalto, cimento, lojas de materiais de construção, moveleiro, decorações, loteamentos, etc., citando apenas alguns setores. Um redirecionamento das políticas de crédito do BNDES, canalizando-a para as pequenas e médias empresas (grandes empregadoras de pessoal) também contribuiria com o objetivo. Boas ideias existem, mas carecemos do principal: pressão permanente das classes esclarecidas em relação aos políticos e autoridades em geral, obrigando-os a reorientar suas decisões em prol dos reais interesses do país. Só reclamar é inócuo.

As próximas eleições vão propiciar aos eleitores compromissados com as boas práticas capitalistas, uma ótima oportunidade para abandonar a retórica e agir, evitando votar em políticos alinhados com a defesa do contínuo agigantamento do Estado e suas mazelas. A leitura ou releitura das seguintes consagradas obras pode ajudar a entender o atual dilema ideológico em que encontra-se o Brasil: "A Mentalidade Anticapitalista " e "As seis Lições", ambas do economista austríaco Ludwig von Mises, bem como "Os fundamentos da Liberdade", de Friedrich A. Hayek.

. Por: Fernando Pinho, economista e consultor financeiro da Prospering Consultoria. Fernando Pinho, 60 anos, natural de Bauru (SP), é economista e consultor financeiro com vivência em importantes mercados nacionais e internacionais. Em suas análises relaciona estatísticas, matemática financeira, ciência política e história econômica para tratar de realidades complexas que impactam no cenário econômico do Brasil e do mundo. Fernando gosta de trabalhar em cenários econômicos amplos, mostrando causas e consequências de como a economia afeta diretamente a vida de todos, considerando diversos assuntos e variáveis, como Geopolítica, Política Partidária, Política Monetária, Política Câmbial, Ideologias Econômicas, Psicologia do Consumidor, fenômenos e aspectos da globalização. Formado em Economia pela ITE – Instituição Toledo de Ensino (Bauru-SP), Fernando é Pós-graduado em Psicologia Econômica pela PUC SP e Mestre em Finanças pela Universidade Mackenzie.

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