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22/06/2016 - 06:40

Educação na agricultura como fator de inclusão social

“A agricultura é o instrumento mais eficaz para a paz e o equilíbrio social no Brasil e no mundo”. Esta frase do ex-Ministro Roberto Rodrigues nunca foi tão emblemática e perfeita para o Brasil como agora. Apesar da crise econômica e política, o setor agrícola brasileiro tem sido um ponto fora da curva, mantendo bons níveis de crescimento, gerando divisas, empregos e inclusão social.

Em um cenário de crescentes demandas mundiais por alimentos e energia renovável, dispondo de fatores competitivos singulares como clima favorável (que permite duas safras anuais), água abundante (na maioria das regiões o regime de chuvas elimina a necessidade de irrigação), terras, escala de produção, além de uma imensa costa marítima para produção de proteínas através da piscicultura, o agronegócio brasileiro, obviamente tem uma vocação inegável para ser uma das áreas mais bem sucedidas na economia brasileira, assim como, consolidar-se como uma referência mundial.

Porém, para isso, é necessário mais do que investimentos em infraestrutura, terras e tecnologias. É preciso educar. Por quê? Para o cientista político Fernando Abruccio, a resposta é simples: “estamos na era do conhecimento e, inegavelmente, investimentos bem executados em educação produzirão um Brasil mais equilibrado socialmente e em condições de crescer de maneira sustentável”.

Temos que concordar. É com educação de qualidade que se produz inovação, avanço tecnológico e que se ganha em produtividade, grandes desafios para o setor nos próximos anos. Vide o exemplo vitorioso da Coréia do Sul. Após uma guerra devastadora, o país, então dividido, investiu maciçamente em educação e, mesmo com as restrições territoriais, tornou-se uma potência industrial.

No passado, a posse de terra foi fator de inclusão social. Hoje, segundo Fernando Abruccio, a forma mais eficiente para exercê-la é através da educação.

No caso específico da agricultura, mesmo com o déficit de educação, o Brasil já conseguiu grandes feitos. Basta olhar para o desenvolvimento do mercado de cana-de-açúcar, que hoje é referência mundial na produção de açúcar e no desenvolvimento do etanol, que é um dos biocombustíveis mais sustentáveis do planeta.

Obviamente, para atingir este nível, o setor privado investiu muito, e por iniciativa própria, em educação, pesquisa e desenvolvimento. Há uma série de ações que vão desde a educação básica – informática e internet para que os agricultores se integrassem ao mundo e pudessem melhorar seus processos produtivos, até treinamentos específicos para que pudessem se atualizar e operar as máquinas de ponta que a agroindústria adotou para tornar-se mais sustentável.

Um grande exemplo dentro do próprio setor sucroenergético é o Projeto RenovAção, iniciativa desenvolvida para oferecer oportunidades aos trabalhadores impactados pela adoção do Protocolo Socioambiental em São Paulo ou seja, com o fim da queima da palha da cana e da colheita manual e a consequente mecanização da lavoura no Estado, que já atingiu mais de 90% dos canaviais paulistas.

Desde que foi iniciado em 2009, o projeto já foi responsável pela requalificação de mais de 6 mil trabalhadores do setor, unificando mais de 150 iniciativas locais e regionais desenvolvidas por empresas e organizações sociais, que serviram de referência para a formação de outros 20 mil novos profissionais em programas semelhantes aos das industrias paulistas.

Estes investimentos precisam ser feito de forma planejada e estruturada. Nesse sentido, é fundamental incentivar a criação de centros de excelência privados de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias da agricultura tropical – sementes, defensivos, equipamentos agrícolas e de aplicações nas indústrias de alimentos e bebidas. Assim, também em parceria com centros governamentais de tecnologia, produzindo massa crítica e ambiente favorável para inovação.

Além disso, é muito importante incentivar a formação de especialistas que integrem meio ambiente com uma agricultura de excelente performance em termos de custo de produção e produtividade. Essa ação precisa estar aliada a um forte trabalho de marketing de nossos produtos, de forma que as marcas vinculadas ao “ Brazil ” se tornem top of mind dos consumidores e símbolos de qualidade e desejo no mundo todo.

Ampliando a educação de qualidade no setor agrícola em nível técnico e superior, além da inclusão social de milhares de brasileiros que têm o DNA agrícola no sangue, o agronegócio brasileiro será ainda mais competitivo e reconhecido globalmente.

A fórmula é essa. Agora é trabalhar e, mais do que isso, educar!

. Por: Jacyr Costa Filho, diretor região Brasil da Tereos.

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