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28/06/2016 - 07:01

Check-up oncológico: a importância do diagnóstico precoce

Cancerologista e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia alerta que, tão importante quanto o avanço nos tratamentos é a conscientização sobre a importância da prevenção, aplicada hoje a cerca de 40% a 50% de todos os tumores malignos.

No combate ao câncer, além da prevenção, o diagnóstico precoce é o principal elemento para a cura. Mamografia, toque retal, colonoscopia, ultrassom do colo uterino, endoscopia, pesquisa de sangue oculto nas fezes, entre outros, devem estar presentes na rotina dos pacientes como forma de se detectar lesões precursoras do câncer em suas formas iniciais. Contudo, percebe-se, muitas vezes, que esses exames não são realizados com a frequência e nas idades recomendadas, sendo que muitos profissionais somente os solicitam diante de um sintoma que comprometa determinado segmento do corpo.

Segundo o Dr. Robson Moura, cancerologista e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), quando se fala de rastreamento, estamos nos referindo a uma medida geral, com implicações em larga escala, e não somente diagnosticar um distúrbio que acomete o paciente, a partir de um determinado sintoma. “O rastreamento do câncer implica na realização de exames, sejam eles simples ou complexos, em pacientes assintomáticos, ou seja, que não exibem nenhuma disfunção clínica específica”, esclarece Dr. Robson.

Uma simples palpação das mamas, exame que deve ser rotina em uma avaliação médica, é capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama em muitos países, sendo uma medida incluída no exame mínimo das pacientes do sexo feminino em alguns deles. Da mesma forma, a realização da colonoscopia se torna obrigatória para todos os pacientes, independente do sexo, acima dos 50 anos, como forma de rastreamento do câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais prevalente no Brasil.

Outros aspectos são importantes para a decisão de quais exames se fazem necessários no rastreamento do câncer. “O histórico familiar é a principal informação para o médico avaliar quais são os exames indicados e em qual idade devem começar a ser realizados. Por exemplo, a existência de um parente com câncer de intestino indica a realização da colonoscopia em idades mais precoces, devendo os pacientes iniciar com a rotina dos exames aos 40 anos ou menos”, explica Dr. Moura.

O check-up oncológico pode, por vezes, empregar ferramentas mais modernas como os testes genéticos, com o objetivo de encontrar alterações no material genético que estejam implicados com o maior risco da ocorrência do câncer. É o que ocorre em casos familiares de câncer de mama e ovário que muitas vezes encontram sua origem em mutações de alguns genes. Esses testes estão disponíveis no Brasil e sua utilização deve ser estimulada sempre que necessário para que medidas profiláticas sejam adotadas.

Para o presidente da SBC, o check-up oncológico ganha espaço à medida que os números de casos de câncer crescem no país. “Um médico cancerologista deve ser procurado para orientar e para indicar os exames necessários. Todas as pessoas devem ser avaliadas para verificar sua condição de saúde e saber quando iniciar a realização dos exames”, diz.

Quanto antes, melhor —De acordo com o cancerologista da SBC, Dr. Robson Moura, tão importante quanto o avanço nos tratamentos, é a conscientização sobre a importância da prevenção, que é aplicável hoje a cerca de 40% a 50% de todos os tumores malignos. Somente o tabagismo é causa primária de cerca de 30% de todos os cânceres, como pulmão, cabeça e pescoço, bexiga, esôfago, rim, pâncreas, estômago, cólon e reto, entre outros, representando 22% das mortes por câncer atualmente.

“Outras medidas de prevenção são a redução da exposição solar, com o uso de protetor solar, vacinação anti-HPV e anti-Hepatite, redução do consumo de álcool e da dieta baseada em proteína animal, controle do sobrepeso e obesidade, manutenção da atividade física diária com estímulo à prática esportiva, uso de preservativos nas relações sexuais e controle de agentes infecciosos (vírus e bactérias causam cerca de 17,8% de todos os cânceres)”, recomenda Dr. Robson Moura.

INCA —De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), anualmente, mais de 15 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com câncer e cerca de oito milhões morrem. Caso medidas efetivas não forem tomadas, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030, sendo que dois terços das vítimas vivem nos países em desenvolvimento. No Brasil, são esperados 600 mil novos casos por ano, com cerca de 160 mil mortes.

A Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) é um órgão sem fins lucrativos, filiado à Associação Médica Brasileira (AMB), que visa promover e representar a especialidade no Brasil. Fundada em 1946 afim de apoiar e desenvolver o conhecimento técnico e científico da especialidade no país, é a entidade oficialmente autorizado a emitir o Título de Especialista em Cancerologia, conforme normas estabelecidas pela AMB e visa fomentar o debate referente às problemáticas em torno do combate ao câncer no Brasil.

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