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16/07/2016 - 07:23

Militar aposentado relata como superou a Depressão, chegando até a carregar a tocha Olímpica

Jorge Tadeu é uma inspiração para quem tem receio de procurar a ajuda de um psiquiatra.

Geralmente, quem é diagnosticado por uma doença psiquiátrica tende a escondê-la, a abordar o assunto com zelo e distanciamento. Isto acontece, pois as pessoas tendem a ver com maus olhos, como se o enfermo fosse alguém desiquilibrado ou que não está apto ao convívio social. Esse cenário se construiu ao longo dos anos. Basta observarmos o lugar que a psiquiatria ocupa no espaço físico das cidades: os hospitais psiquiátricos estão localizados “as margens de”. No bairro mais distante, na periferia dos grandes centros.

Esse histórico faz com que se sustente um distanciamento dessa especialidade médica. Por isso, muita gente deixa de procurar ajuda desses profissionais ou recorrer à psiquiatria em última instancia. Mudar esse cenário faz parte da práxis dos psiquiatras da Associação Catarinense de Psiquiatria, que incluem em suas práticas médicas a busca pela diminuição de estigmas, e para que seus pacientes não tenham receio de busca assistência médica, bem como, para que haja cada vez menos preconceito com a psiquiatria e com seus pacientes.

Dr. Walmor Lange lembra as adversidades que encontra em torno de sua profissão: “A chamada psicofobia, ou preconceito contra profissionais da área de saúde mental continua muito intensa, apesar de estarmos no século XXI. Ao longo da carreira de quase 20 anos dentro da psiquiatria ainda percebo os mesmos tabus e resistências do século XX ao se procurar um especialista na área. O esclarecimento da população sobre o impacto da depressão e dos transtornos ansiosos é de fundamental importância para que os necessitados de tratamento psiquiátrico busquem apoio em profissionais especializados. Muitos recorrem a clínicos ou neurologistas, descrevendo que “é apenas uma insônia”, ou “dor de cabeça que não passa”, porém revelam a intensa insatisfação com sua situação ao relatarem o intenso desânimo e a tão famosa “vontade de sumir” que os incomoda.”.

Nova perspectiva —E quando essa busca pela diminuição de estigmas parte do próprio paciente? Essa é a história de Jorge Tadeu Santos Granada, 65 anos, natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, reside no aconchegante bairro de Coqueiros, na região continental de Florianópolis, desde 2001. Jorge Tadeu sempre manteve uma vida ativa. Atleta há mais de 50 anos e militar aposentado, ele se deparou com o impactante diagnóstico de depressão. Isso foi no primeiro semestre de 2015, desde então, não deixa de ir periodicamente ao consultório de seu psiquiatra de confiança, Dr. Walmor Lange.

“Sempre fui brincalhão, muito ativo, com espírito jovem. De repente, me vi 15 noites sem dormir, calado, prisioneiro de si, me escondendo dos outros. Passei a não comer direito, perdi peso. Foi quando recebi o alerta de minha esposa, de que não estava em meu estado habitual. Eu mesmo percebi que havia algo de errado.”, declara Jorge Tadeu. O militar aposentado também revela que não tem receio ou vergonha de se expor falando sobre seu quadro de depressão: “Por eu ser homem e militar, acredito que posso servir de exemplo, pois, geralmente, os homens evitam a ir ao médio, de modo geral.”.

Para quem ainda tem receio de buscar ajuda de um psiquiatra Dr. Walmor Lange conta como acontece um primeiro contato entre médico e paciente: Em uma primeira consulta médica, psiquiátrica ou não, deve o médico sempre optar pela consulta motivacional, onde permite que o paciente relate claramente suas queixas, e o médico esclareça que está lá para trata-lo dentro das possibilidades da medicina e que seus males apresentam soluções, desde que concorde e colabore com o tratamento. Após uma consulta motivacional o paciente se sente fortemente acolhido pelo especialista, iniciando um vínculo médico/paciente que permitirá a ambos encontrarem prontamente a melhor solução para sua enfermidade, livre, muitas vezes, de preconceitos. Um bom profissional e um bom paciente são fundamentais para o êxito do tratamento.

Não foi de uma hora para a outra que o tratamento e o acompanhamento periódico com o psiquiatra passou a surtir efeito para Jorge Tadeu. Foram sete meses de tratamento intensivo e visitas frequentes ao Dr. Walmor Lange: “Ainda faço o tratamento, foram sete meses para eu me ver como antes, brincalhão como sempre fui. Custa, mas eu nunca desisti.”, garante.

Vida de Atleta —Jorge Tadeu mantém uma rotina de atleta desde os tempos da carreira como militar. Hoje em dia, participa de maratonas. No dia 17 de junho teve a oportunidade de carregar a tocha Olímpica. O celebre momento aconteceu na cidade de Santarém do Pará, onde exerceu o ofício de militar por muitos anos, por isso, fora convocado a participar desse momento que considera muito especial: “Carregar a tocha Olímpica foi o apogeu de minha vida esportiva. Neste momento não pude deixar de lembrar de meu querido amigo, Dr. Walmor Lange. Superei a depressão, realizei um sonho de toda minha trajetória esportiva. Agora, mantenho meus treinos duas vezes por semana. Estou me preparando para 18º Volta Internacional da Pampulha, que vai ser realizada em dezembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais.”, conclui entusiasmado Jorge Tadeu.

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