Quais são as perspectivas do mercado imobiliário no cenário atual?

Após o afastamento da Presidente Dilma do cargo, houve um otimismo por partes dos brasileiros com a vinda de novos ministros e de uma nova equipe econômica, a qual gerou uma enorme expectativa na recuperação da crise que vem passando o Brasil.

No entanto, essa crise é decorrente de erros cometidos ao longo de vários anos e, certamente, não será de uma hora para a outra que os problemas serão solucionados.

O cenário atual e real tem um tripé da crise: aumento do endividamento das famílias, inflação e desemprego.

O mercado imobiliário, com certeza, sente esse atual momento econômico, e todo aquele entusiasmo de outrora no mercado de imóveis já não existe mais, por uma lógica simples: falta de dinheiro!

Vejamos alguns pontos que embasam a afirmação: primeiro, muitos compradores estão devolvendo os imóveis para as construtoras antes de iniciar o financiamento bancário, pois não têm crédito ou os valores não se enquadram no orçamento. O segundo ponto é o aumento de despejos por falta de pagamento. O terceiro fator é que há muitos imóveis novos vazios, e, por último, as próprias incorporadoras estão lançando poucos empreendimentos.

Diante desse quadro catastrófico, vislumbramos duas saídas para quem quer comprar um imóvel; uma para aqueles que querem deixar de pagar aluguel, e outra, para os investidores.

Para os que estão em busca da casa própria e têm um bom aporte financeiro, o segredo é procurar e pechinchar muito, pois como apontado acima, há muitos imóveis vazios, principalmente apartamentos. Mas cuidado: é preciso tomar as devidas cautelas ao analisar os documentos e as certidões, tanto do imóvel quanto do proprietário, evitando que o barato se torne caro.

Por fim, para os investidores, uma boa opção continua sendo a arrematação de imóveis em leilões judiciais, onde o deságio chega a 50% do valor de avaliação do bem. De qualquer forma, essa também é uma saída que requer bastante atenção. Na realidade, quando falamos em dinheiro, é imprescindível conhecer todo o cenário macroeconômico e a situação atual da sua escolha de investimento.

. Por: Luis Antonio de Melo Guerreiro, Advogado Sócio do Guerreiro e Andrade Sociedade de Advogados, Especialista em Direito Imobiliário (Escola Paulista de Direito – EPD), com Extensão pela FGV.