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26/07/2016 - 07:47

Visões distorcidas sobre a polícia

A onda de assassinatos de policiais nos Estados Unidos despertou uma reflexão em toda a sociedade brasileira(ou pelo menos deveria), especialmente no Rio de Janeiro, aonde a violência vem numa crescente, incluindo um alto índice de policiais mortos neste ano. Na Terra do Tio Sam, o presidente da República, junto com ex-presidentes prestaram homenagem aos policiais executados, além da comoção da sociedade em geral. Por aqui, a indiferença vem desde o mais alto escalão, predominando em toda a população, demonstrando que a execução de agentes públicos de segurança caiu numa inaceitável naturalidade, o que é preocupante.

Somente em 2016, já foram assassinados mais de 60 policiais militares no Rio. Obviamente, se somarmos as baixas de outros agentes de segurança, esse número é ainda maior. Algo incomparável aos episódios americanos, dos quais oito policiais foram mortos, ou seja, perdemos quase 10 vezes mais policiais, mas é lá que as autoridades se pronunciam e se juntam com a sociedade para demonstrar toda a indignação à agressão sofrida pelos agentes da lei e deixando clara a relevância coletiva aos profissionais que representam a defesa do cidadão. Mais que isso, há notória preocupação com o ser humano, independente de sua profissão.

O saudoso Renato Russo à frente da Legião Urbana cantarolou que “Quando nascemos fomos programados...a receber o que vocês...nos empurraram com os enlatados...dos U.S.A., de 9 às 6...”, numa crítica aos modismos americanos que, de certa forma, sempre nos impuseram, porém, dessa vez, devemos reconhecer o bom exemplo que eles estão dando.

Se nos mobilizamos por conta do aumento de passagens, não podemos ficar de braços cruzados diante da chacina gradativa de policiais. Aliás, não podemos, é claro, ficar inertes diante da violência de uma forma geral. Nossos cidadãos não podem se tornar estatísticas de uma cidade que vive o seu terrorismo peculiar, com números comparáveis aos dos países em guerra.

De alguma forma, o Estado brasileiro permitiu que a sociedade se tornasse indiferente e insensível à importância do papel das instituições de segurança, essencialmente a polícia. Isso é grave porque as novas gerações estão sendo formadas com os valores distorcidos, um equívoco na formação e educação cívica que precisa urgentemente ser reparado.

. Por: Marcos Espínola, Advogado criminalista.

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