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06/08/2016 - 07:33

Nova técnica facilita a edição de genomas

“Mais fácil, mais barata e mais flexível”. É assim que o pesquisador da Embrapa Soja Alexandre Nepomuceno descreve a tecnologia CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), a mais nova técnica de edição de genomas que promete revolucionar a ciência.

Em entrevista ao programa Conexão Ciência, Nepomuceno explicou que o sistema CRISPR, é bem menos complexo do que outras técnicas e, consequentemente, leva bem menos tempo para ser executado. “A edição de genoma já vem sendo feita em várias espécies como plantas e animais desde a década de 80, só que eram técnicas muito mais trabalhosas. Já o CRISPR tem entre quatro e cinco anos e sua grande novidade, é que ele é bem mais fácil. Antes demorávamos de três a quatro meses para editar um genoma, com o CRISPR, isso pode ser feito em questão de uma semana”, explicou.

Segundo o pesquisador, a tecnologia foi desenvolvida na Califórnia por um grupo de especialistas que estava estudando como bactérias se defendem do ataque de vírus. Eles verificaram que quando o vírus infectava, a bactéria destruía o DNA desse vírus e armazenava parte da sequência do DNA. Assim, toda vez que a bactéria era atacada pelo mesmo vírus, ela o reconhecia rapidamente.

“Esse foi o pulo do gato da pesquisa. Os cientistas mudaram essa informação do patógeno, do vírus, e colocaram no lugar a informação de qualquer sequência de DNA. E assim eles construíram o sistema CRISPR de edição de genoma”, comentou Nepomuceno.

De acordo com ele, com esse sistema é possível identificar qualquer região genômica, em qualquer espécie. “Isso que foi identificado nas bactérias, funciona em plantas, animais e outros microrganismos.” Com isso, segundo Nepomuceno, é possível editar os genomas e alterar algumas bases nitrogenadas, no ponto exato. “A gente chama esse processo de engenharia genética de precisão”, afirmou.

Segundo o pesquisador, essa mutação não se trata de um transgênico porque não se coloca um gene inteiro de um organismo em outro. “Essa mutação feita pelo sistema CRISPR poderia acontecer também naturalmente, mas em num tempo bem maior.”

Por ser uma técnica muito recente, ainda não existem muitos produtos elaborados por meio do sistema CRISPR. Segundo ele, os Estados Unidos liberaram comercialmente um milho para fabricação de papel e utilização na indústria alimentícia. “É uma revolução, que também levanta vários questionamentos de como usar a tecnologia da melhor maneira possível”, concluiu. | Juliana Freire.

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