Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

18/08/2016 - 08:19

Mercado de sêmen amplia produção, mas tem retração nas vendas no 1S16


A produção de sêmen bovino no primeiro semestre de 2016 atingiu 3.278.991 doses, sendo 2.923.190 relativas às raças de corte e 355.801 de leite. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o volume de produção ficou 62,2% maior, crescimento assegurado pelas raças de corte. No leite, houve queda de 33%, conforme os números do Index ASBIA - 1º Semestre 2016, divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA).

Já as vendas de sêmen registraram queda, com ligeira retração entre as raças de corte (-1%) e uma queda mais acentuada entre as leiteiras (-27%), em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidas 2.662.547 doses de corte e 1.692.396 doses de leite no primeiro semestre.

Minas Gerais correspondeu a 32% das vendas de sêmen das raças leiteiras, seguido de Rio Grande do Sul (16%) e Paraná (14%). Entre as raças de corte, as maiores compras vieram dos Estados Mato Grosso (22%), Mato Grosso do Sul (16%) e Goiás (11%). “Não há um único motivo para essa queda nas vendas neste primeiro semestre. São um conjunto de fatores e, dentre eles, está a insegurança do consumidor no primeiro semestre e o baixo valor pago ao leite neste mesmo período, além de toda a instabilidade econômica que o Brasil vive. No caso específico do leite, onde as vendas ficaram mais retraídas, temos que lembrar que a recuperação do valor pago ao produtor ocorreu no final do primeiro semestre, não permitindo a melhora do equilíbrio econômico financeiro da atividade.”, explica o presidente da ASBIA, Carlos Vivacqua Carneiro da Luz. Outros fatores que contribuíram para esse cenário no leite foram: uso de sêmen de raças de corte para inseminar vacas leiteiras; abate de fêmeas; desativação de fazendas de leite de pequeno e médio porte; fazendas que ainda tinham estoque de sêmen deixaram de comprar e diminuição de compras pelo setor público.

A expectativa é de que haja uma ligeira recuperação do mercado no segundo semestre, pois está faltando reposição de fêmeas de boa qualidade genética.

Mercado internacional - As vendas externas de sêmen chegaram a 101.554 doses no total. No cenário internacional, o comportamento do mercado foi inverso ao registrado no Brasil. A comercialização de doses das raças leiteiras saltou de 63.928 para 84.659. Os maiores compradores foram Colômbia e Costa Rica. No corte, as vendas caíram de 43.026 doses para 16.895. Os maiores importadores foram Paraguai e Argentina.

Durante o período, as importações apresentaram retração no leite e estabilidade no corte. No corte, foram importadas 1.629.506 doses ante as 1.685.940 doses importadas no primeiro semestre de 2015. Somando todas as raças leiteiras, foram importadas 1.127.760 doses contra 1.917.997 doses no mesmo período de 2015, com uma significativa queda de mais de 43%.

Balanço de vendas por raças em 2015 —A ASBIA também divulgou os resultados completos de comercialização no mercado nacional do ano de 2015 referentes às principais raças de corte e leite. Também traz a evolução dos dois segmentos, por raça, em seis anos. Neste período, as raças de corte que mais comercializaram sêmen foram Angus, Nelore, Nelore CEIP, Red Angus, Braford, Brangus, Nelore Mocho, Hereford Mocho, Senepol e Brahman.

O Angus teve 3.878.384 doses comercializadas em 2015, crescimento de 18% em relação ao ano anterior e de 230% entre 2010 e 2015. O Nelore, pela primeira vez no relatório de 2015, apresentou os números separados em Nelore (1.992.455 doses) e Nelore com CEIP (488.023 doses). Na soma das duas categorias, a raça computou vendas em 2015 de 2.480.478 doses, um crescimento de 18,09% em relação ao ano de 2014. No acumulado dos últimos seis anos, o Nelore apresentou ligeira queda das vendas ante as 2.498.025 doses que a raça comercializava em 2010.

Entre as raças leiteiras, a lista é liderada por Holandês, Jersey, Girolando 5/8, Girolando 3/4, Gir Leiteiro, Pardo-Suíço Leiteiro, Holandês Vermelho e Branco, Guzerá Leiteiro, Normando Leiteiro e Sindi Leiteiro. O Holandês comercializou 2.799.897 doses em 2015, queda de 11%, mas no acumulado dos seis anos manteve uma alta de 16%. O Jersey teve 630.073 doses vendidas no ano passado, registrando reduções de 20%, em comparação com 2014, e de 4%, entre 2010 e 2015.

Laboratório de análise de sêmen da ASBIA inicia trabalhos —Uma das principais realizações da atual diretoria foi a instalação do Laboratório de Análise Sêmen ASBIA - BIO, que entrará em funcionamento este mês de agosto, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Durante a ExpoGenética 2016, exposição que reúne apenas animais avaliados pelos principais programas de melhoramento do país, a entidade apresentará aos visitantes as instalações do laboratório. A proposta é dar maior padronização nos exames e garantir uma segunda análise de sêmen com elevado critério técnico, equipamentos modernos e consistência no padrão de análise.

“O criador terá uma garantia de qualidade na análise da fertilidade do sêmen, o que lhe permitirá fazer uma ‘projeção’ mais segura para o uso do sêmen na IATF.”, diz Vivacqua. Além da prestação de serviços relacionados à análise de sêmen, o novo Laboratório irá manter o Banco Genético das raças Zebuínas.

Para Maurício Peixer, médico veterinário e gestor comercial da BIO, a empresa firmou parceria com a ASBIA para formação do laboratório por acreditar que a melhor forma de se fazer melhoramento genético em larga escala é através da Inseminação Artificial, sendo que o sêmen congelado traduz a maneira mais eficiente de se trabalhar com a biotecnologia de IA.

“O Laboratório ASBIA-BIO foi idealizado com o intuito de auxiliar produtores rurais e empresas que trabalham no segmento da inseminação artificial.

Existe um conceito de que a análise da motilidade espermática, traduz de forma simples a fertilidade da amostra do sêmen congelado. Entretanto, temos a consciência de que apenas a motilidade espermática não traz a efetiva eficiência da análise.”, explica Peixer.

Segundo ele, grande parte das análises de sêmen congelado realizadas em nosso país são feitas de maneira subjetiva, e muitas vezes realizadas por técnicos e, sobretudo, equipamentos que não permitem uma boa avaliação.

O Laboratório ASBIA-BIO possui equipamentos altamente sofisticados que determinam diferentes parâmetros de qualidade de uma amostra espermática, em diferentes espécies animais. “A ASBIA-BIO tem por finalidade, avaliar de forma correta e inequívoca, estes diferentes parâmetros de um ejaculado”, completa.

A BIO – Biotecnologia Animal, fundada no final dos anos 1990, surgiu com o incrível avanço nos resultados das pesquisas em biotecnologia e com a sua viabilidade na medicina veterinária. Idealizada por cinco médicos veterinários, especializados em Reprodução Animal e Biologia Celular, a BIO cresceu e se consolidou no mercado por acreditar no perfeito equilíbrio entre a otimização produtiva e a saúde animal. Uma das primeiras a desenvolver a técnica de Fecundação in vitro na América Latina, a empresa possui veterinários altamente qualificados, que percorrem o Brasil de norte a sul e de leste a oeste.

Presidente da ASBIA encerra mandato com balanço positivo.

Com a missão de difundir e fomentar o uso da técnica há mais de 40 anos, a ASBIA vem realizando ações para promover o desenvolvimento do setor e o melhoramento dos rebanhos brasileiros de corte e leite por meio da adoção de novas tecnologias. Nos últimos dois anos, a entidade atuou para congregar não somente as centrais de inseminação artificial, mas também outras empresas de biotecnologia da reprodução e as associações de raça que atuam em prol do avanço genético do rebanho nacional. “A ASBIA é o palco da fusão dos interesses do melhoramento animal das diversas raças, uma vez que ela representa o mercado, sem interesses individuais por raça. A entrada das empresas do segmento de embriões e segmentos correlatos, além das associações, nos permite o desenvolvimento de um mapa nacional com as tecnologias de reprodução artificial e melhoramento animal”, explica o presidente da ASBIA Carlos Vivacqua. A entidade teve o estatuto alterado para atender as necessidades atuais do mercado.

Outra ação importante foi realizada junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o combate do comércio ilegal de sêmen. Desde 2015, vários protocolos sanitários entre o Brasil e outros países estão sendo firmados, permitindo as exportações de material genético.

A entidade também investiu na comunicação com o mercado, profissionalizou as áreas jurídica e de assessoria de imprensa com a contratação de profissionais especializados, e promoveu a valorização institucional com a inauguração da sala dos diretores — 40 anos de ASBIA e a criação do Tributo ASBIA, que homenageia profissionais do setor.

Na parte do INDEX ASBIA, mudanças foram feitas para garantir informações mais segmentadas sobre o mercado. Para isso foram criadas duas segmentações CEIP e Nelore e Girolando ¾ e e Girolando 5/8 no INDEX ASBIA. Além disto, segmentamos o INDEX em Sêmen efetivamente Comercializado, Exportação, Importação, Produção e Prestação de Serviços. Esta segmentação permite uma análise mais adequada a todos os segmentos do setor. É um importantíssimo relatório para as decisões estratégicas das empresas do setor e também empresas de pesquisa e fomentos estadual ou federal.

Segundo o presidente da ASBIA, que encerra seu mandato em outubro, várias ações estão em andamento como a homologação de cursos de Inseminação Artificial no Brasil com a Chancela ASBIA (ouro,prata e bronze), inclusão do ítem Valor Médio de venda de doses, por raça no INDEX, bem como a segmentação por doses sexadas e convênio com da ASBIA/NAAB, a Associação Americana de Criadores, a congênere da Asbia, nos EUA.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira