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06/09/2016 - 08:48

Políticos, é hora de ampliar o conceito de comunicação


A comunicação vem se tornando complexa, à medida que mais e mais canais de interação, aplicativos e redes sociais surgem. Mas uma coisa é certa: políticos só associam comunicação com divulgação, seja pela imprensa ou pela publicidade oficial.

Um exemplo disso é o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad. Em sabatina promovida por UOL, Folha de S.Paulo e SBT, Haddad afirmou que houve um déficit de comunicação durante sua gestão, devido à cobertura de temas nacionais pela imprensa e à redução da verba destinada à publicidade pelo seu governo. No entanto, atribuir a má avaliação da gestão a pouca divulgação de suas realizações é confundir comunicação com publicidade. Explico o porquê.

Primeiro, a imprensa noticiou amplamente a implantação de ciclofaixas, a ampliação de corredores de ônibus, o fechamento da Av. Paulista para lazer aos domingos e a redução de velocidade nas marginais e principais vias da cidade. À época de cada uma dessas mudanças, o que faltou foi maior clareza sobre os motivos e impactos, além de ampla divulgação do planejamento dessas ações e tempo para efetiva implantação e aceitação. Tudo pareceu ter sido feito sem um plano consistente, às pressas, sem diálogo e transparência.

Segundo, veicular propagandas em diferentes canais com as realizações da gestão é uma estratégia de comunicação - mas e as outras existentes? Por que não usar mais as redes sociais para dialogar com a população? Esse, aliás, é um canal subutilizado por todos os políticos no Brasil, talvez pela abertura que dá aos usuários para se manifestar. A via de mão única da publicidade oficial impede que as reais e múltiplas opiniões apareçam, além de enfatizar apenas os feitos, os dados e as histórias que condizem com a imagem que se deseja passar aos eleitores.

Vale dizer: Haddad não está sozinho. É preciso que os políticos em geral assumam uma nova postura no mundo digital em que todos (inclusive eles) vivemos e que concebam a comunicação em sua complexidade, não apenas associando-a à divulgação, via imprensa ou publicidade. Divulgar planos, ser transparente nas implantações de ações, usar redes sociais, participar de fóruns abertos e de audiências públicas durante todo o mandato – e não apenas em período pré-eleitoral – são atitudes fundamentais para que as demandas da população sejam ouvidas e (ao menos) discutidas - e para que os frutos da gestão sejam sentidos no cotidiano das pessoas, e não apenas publicizados.

. Por: Vivian Rio Stella, sócia-diretora da VRS Cursos, Palestras e Coaching (www.vrscursos.com.br), especializada em comunicação, liderança e empreendedorismo. Doutora em Linguística pela Unicamp e pós-doutora pela PUC-SP. | A VRS oferece soluções customizadas, criativas e off-the-shelf para capacitação e aprimoramento de competências profissionais nas áreas de Liderança, Comunicação e Educação, como palestras, coaching e cursos para elaboração de emails eficientes, comunicação assertiva e interpessoal, formação de instrutores, produção de slides eficazes e como falar em público, entre outros. Fundada por Vivian Rio Stella, doutora em Linguística pela Unicamp e com mais de dez anos de experiência, a VRS conta com clientes no Top 100 do mercado brasileiro, a exemplo de Johnson&Johnson, Sodexo, Novartis, BRF e Nespresso. |www.vrscursos.com.br.

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