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09/09/2016 - 08:18

República Democrática do Congo: a caminho dos Jogos Paralímpicos Rio 2016

Quatro orgulhosos atletas congoleses se preparam para representar o seu país nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro, de 7 a 18 de setembro, com o apoio do Comitê Paralímpico nacional e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

“Nunca imaginei que chegaria tão longe. Estou tão feliz!”, contou Luina, que começou no atletismo em 2010. Foi naquele ano que parte da sua perna direita foi amputada depois que ela pisou em uma mina terrestre em Rutshuru (Kivu do Norte) – uma região atormentada por conflitos armados na República Democrática do Congo. Por meio do programa de reabilitação física do CICV, ela recebeu tratamento e um equipamento ortopédico. Luina conta que o esporte mudou a sua vida e a ajudou a superar essa tragédia. No Rio, ela e outro atleta compatriota Tolombo competirão em arremesso de peso e lançamento de dardo. Será a primeira vez que Luina participa de uma competição dessa importância.

Outros dois atletas - Mwengani e Kinzonzi – competirão em provas de corrida. Neste tipo de competição, os participantes devem trazer o seu próprio equipamento. O CICV doou duas cadeiras de rodas e peças de reposição. “Quando os atletas têm o equipamento correto, eles se sentem motivados”, explica o presidente do Comitê Paralímpico Nacional Congolês, Betty Miangindula. “Esta doação do CICV incentivará os atletas a enfrentarem os adversários em igualdade de condições.”

Os quatro atletas congoleses começaram a treinar em fevereiro deste ano, no Estádio dos Mártires, em Kinshasa. Segundo o treinador principal, Claude Weshanga, os atletas estão prontos: “Estamos aperfeiçoando a nossa preparação. É o ultimo esforço, só precisamos fazer alguns ajustes finais.”

Para esses atletas que competirão no Brasil, ganhar não é o objetivo principal. O importante é ajudar a dar às pessoas com deficiência um senso de mérito e dignidade. “Se eles conseguirem bater os próprios recordes, já será uma grande vitória. As medalhas não são tão importantes para nós”, afirmou Miangindula.

Entre janeiro e junho de 2016, 530 pessoas com deficiência na República Democrática do Congo foram beneficiadas com os serviços de reabilitação física do CICV, das quais 302 com a colocação de aparelhos ortopédicos.

A inclusão social por meio do esporte: basquete — O basquete em cadeira de rodas é outro dos esportes que o Comitê Paralímpico nacional promove. Existem diversas equipes femininas e masculinas em Kinshasa, assim como nas províncias de Kivu do Norte e Kivu do Sul. A parceria com o CICV permitiu que obtivessem equipamentos adequados e peças de reposição.

Os soldados feridos foram beneficiados recentemente. De acordo com o secretário-geral da associação de veteranos, Ali Ramazani, esta atividade ajuda a mudar a percepção que a sociedade tem dos ex-combatentes com deficiência: “As pessoas percebem que mesmo que esses soldados não possam mais ir para as linhas de frente, eles ainda representam um papel importante na sociedade. O esporte lhes ensina a ser independentes. Eles podem atingir o seu potencial mediante uma ocupação alternativa.”

E os veteranos não pensam em parar no basquete. Eles planejam se dedicar a outros esportes e, finalmente, competir em diversos torneios nacionais ou continentais.

Palestra "Reabilitação física, esporte e guerra: a experiência da República Democrática do Congo"|Palestrantes: Betty Miangindula, presidente do Comitê Nacional Paralímpico da RDC Luina Rosette, atleta paralímpica, dia 12 de setembro (seguna-feira), às 19h, no Baixo Suíça, Campo de beisebol, Lagoa Rodrigo de Freitas (próximo ao Corte do Cantagalo), Rio de Janeiro.

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