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13/09/2016 - 09:45

Os perigos da beleza inexistente

O fato de estarem sendo vendidas belezas inexistentes e/ou que cobram muito da vida de alguém é preocupante, não apenas porque a pessoa sempre se achará feia e/ou inferior ao que deveria ser, mas que esperará o mesmo das pessoas com quem se relaciona.

Em uma foto ou vídeo, existem pelo menos três níveis de máscaras: a maquiagem inicial (que pinta o rosto com traços e cores irreais, incluindo fazer acrobacias com o cabelo), as luzes (que tiram mais traços ou "defeitos" do rosto) e os programas que alteram a imagem e vídeo como quiserem. Resumindo, quando vemos uma dessas imagens, estamos vendo máscaras ou "avatares", mas não corpos e rostos reais. Para adicionar à coisa das maquiagens e suas manobras, há ainda a "exigência" de ser magro, jovem e "fitness".

Essa é uma situação preocupante. Por isso, me faz questionar algumas coisas: - Quando um homem ou uma mulher conseguirá olhar no espelho e achar que atingiu um nível de beleza similar ao que viu de alguém da televisão ou revista? (Sim, muitos acreditam que aquela beleza é “nata”, que os artistas acordam daquele jeito, e sentem-se feios por não alcançarem o mesmo “feito”)

- Com que facilidade um homem ou mulher comparará o que viu na revista ou numa mulher bem maquiada e achará que o respectivo namorado/namorada/esposo/esposa está "caído" demais?

- Quanto do sentimento é alterado quando amantes pensam "ele é feio!" sobre quem amam?

- Qual o mínimo de tempo diário de preparação é necessário para atingir a estética da beleza maquiada, magra, jovem, "fitness" e bem vestida?

Sou a favor de um cuidado razoável com a aparência e nunca vi alguém que realmente se preocupasse zero com isso. Mas o fato de estarem sendo vendidas belezas inexistentes e/ou que cobram muito da vida de alguém é preocupante, não apenas porque a pessoa sempre se achará feia e/ou inferior ao que deveria ser, mas que esperará o mesmo das pessoas com quem se relaciona, gerando problemas contínuos pouco falados (pois seriam considerados superficiais), mas muito sentidos.

Ter uma boa autoestima na área da estética é um dos aspectos mais naturais que existe, mas tornar as próprias emoções acerca de si e de outros reféns dessa estética desumana, aleija a si e as relações.

E no Templo de Delfos está escrito melhor: "Nada em excesso".

. Por: Bayard Galvão, Psicólogo Clínico formado pela PUC-SP, Hipnoterapeuta e Palestrante. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra palestras, treinamentos e atendimentos individuais utilizando esses conceitos. | www.institutobayardgalvao.com.br.

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