Bradesco compra Ágora e aposta em expansão do mercado acionário

São Paulo - O Bradesco anunciou no dia 6 de março (quinta-feira), quinta-feira a aquisição da Ágora Holdings, maior corretora do país, tornando-se líder no segmento de homebroker.

O negócio foi fechado no valor de 500 milhões de reais mais 330 milhões de reais em função das ações da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) detidas pela Ágora. O pagamento será feito com emissão de ações do banco de investimentos do Bradesco (BBI) e a operação ainda depende de aprovação do Banco Central e de due dilligence que deve ser concluída ainda neste semestre.

Com o negócio, o Bradesco, maior banco privado do país, também sobe no ranking de transações na Bolsa de Valores de São Paulo, com 239 bilhões de reais movimentados em 2007. As corretoras do Bradesco e da Ágora só perdem nesse quesito para Credit Suisse e Hedging-Griffo combinados.

Já na BM&F, a movimentação por meio de Bradesco e Ágora fica em 9o lugar.

"O mercado acionário brasileiro vem apresentando bom crescimento. Nossa percepção é de que esse crescimento deve continuar por mais anos", afirmou a jornalistas o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, citando os bons fundamentos da economia, a trajetória decrescente do juro no país e a proximidade do grau de investimento.

"O banco é grande no varejo... temos uma base de clientes extremamente grande, com certeza o crescimento (na base das corretoras) será grande", acrescentou Cypriano sem fazer projeções.

Executivos do Bradesco também lembraram que menos de 10 por cento dos investimentos feitos no Brasil estão em ações, enquanto nos Estados Unidos a parcela supera 60 por cento.

Pela manhã, uma fonte havia antecipado à Reuters que o negócio estava para ser anunciado. As duas corretoras serão mantidas como unidades separadas e a Ágora continuará sediada no Rio de Janeiro.

O impacto da aquisição no resultado do Bradesco será nula no primeiro ano. O banco quer amortizar integralmente o ágio da operação o quanto antes, mas o prazo depende de regulamentações do BC e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após mudanças na legislação das Sociedades Anônimas.

Cypriano acrescentou que o Bradesco está sempre atento a novas oportunidades de aquisição, mas se mostrou satisfeito na área de corretoras.

"A gente não vê necessidade de outras ações (para ampliar posição no mercado de derivativos, por exemplo). O banco está sempre olhando as oportunidades, não necessariamente em corretoras."| Por: Daniela Machado/Reuters.