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20/09/2016 - 08:45

Pronunciamento de Lula e a história da Carochinha

Um dia após o Ministério Público Federal ter convocado uma coletiva de imprensa para esclarecer as provas e a motivação do oferecimento da denúncia criminal contra o ex-presidente, Lula veio a público apresentar sua resposta.

Como era de se esperar, negou que tenha cometido ato de desvio de dinheiro público ou que estivesse envolvido em qualquer esquema de corrupção.

Com a facilidade de orador, iniciou seu pronunciamento dizendo estar sendo perseguido, que construíram uma mentira, é “hora de concluir a novela” e “acabar com a vida política de Lula”.

Se a operação Lava Jato é uma novela com vários capítulos, o pronunciamento do Lula é a história da Carochinha. A novela real da Lava Jato, com suas várias fases, identificou um amontoado de pessoas (tesoureiro do PT, Empresários, Doleiros, Políticos) quase todas ligadas ao ex-presidente, envolvidos diretamente com a corrupção.

É de bom alvitre lembrar que Lula, juntamente com Delcídio Amaral (ex-líder do governo no Senado), José Carlos Bumlai (pecuarista, seu amigo) são réus em outro processo em trâmite na Justiça Federal de Brasília, por tentativa de obstrução na Justiça.

Não versou em sua declaração que todas as empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão eram ligadas a ele e, segundo apurado na 24ª fase da novela real (operação Lava Jato), foram responsáveis por cerca de R$ 20.000.000,00 de doações ao Instituto Lula e outros R$ 10.000.000,00 pagos por suas palestras.

No pronunciamento, o ex-presidente disse que desde 2005 tentam desmoralizá-lo e que o “PT é tido como o partido que tem que ser extirpado da política brasileira”. Esqueceu o pronunciante de esclarecer que naquele ano veio à tona o primeiro escândalo envolvendo pessoas de seu partido, o Mensalão, no qual foram condenados a prisão o tesoureiro do PT, o ex-ministro da Casa Civil, entre outros, pela mais alta corte de justiça do país, o Supremo Tribunal Federal.

Ao defender a classe política, em sua verborragia: “Eu de vez quando falo que as pessoas achincalham muito a política, mas a profissão mais honesta é do político. Sabe por quê? Por que todo ano, por mais ladrão que seja, ele tem que ir para rua encarar o povo, e pedir voto. O concursado não; se forma em uma universidade, faz um concurso e está com o emprego garantido o resto da vida (...)”. O despropósito de sua fala chega a ser hilário, se não fosse a seriedade do caso. O escarnecer não é da classe política, mas sim daquele que utiliza do cargo para fins ilícitos, seja um servidor público ou concursado.

O voto não legitima e muito menos o autoriza a prática ilícita pelo eleito. A eleição tem seus limites legais, para que o pleito seja justo, com paridade de armas entre candidatos, sem macular a vontade do eleitor, não há de haver abuso de poder econômico pela prática comum, infelizmente, do caixa dois nas campanhas eleitorais.

Por fim falou o ex-presidente: “Provem uma corrupção minha e irei a pé para ser preso”. À frase, um conselho: Compre um tênis confortável para a longa caminhada.

. Por: Bady Curi Neto, advogado, ex-juiz do TRE (MG), fundador do escritório Bady Curi Advocacia Empresarial.

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