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21/09/2016 - 08:53

RTM realiza Conferência Blockchain no auditório do Cubo


Como parte das iniciativas do Programa de Inovação Conecta RTM, foi realizada a conferência Blockchain reunindo especialistas no tema.

A RTM, maior provedora de serviços para integração do mercado financeiro, realizou no dia 14 de setembro(quarta-feira), no auditório do Cubo em São Paulo, a Conferência Blockchain, reunindo 135 pessoas entre gestores de TI e Telecom, autoridades, fornecedores, parceiros e startups.

O evento reuniu os palestrantes Edilson Osório, CEO da Original My, Robert Sagurton, diretor da R3 CEV, Marcelo Yared, chefe do departamento de Tecnologia do Banco Central, Joaquim Kavakama, superintendente geral da CIP; Rony Sakuragui, gestor de Pesquisa e Inovação do Banco Bradesco, Maurício Sallas, Chief Enterprise do Itau-Unibanco, além do diretor de inovação da Accenture, Guilherme Horn.

Em seu discurso de abertura, o diretor geral da RTM, André Mello, agradeceu a presença de todos e apresentou as iniciativas do programa de inovação Conecta RTM, lançado em agosto deste ano, com o objetivo de proporcionar um ambiente criativo para colaboração e troca de ideias através de um ecossistema cooperativo, gerando inovação que resulte em soluções para os clientes.

O primeiro expositor, Edilson Osório, CEO da Original My, fez uma breve introdução ao Blockchain, enfocando a história, o funcionamento, o conceito de descentralização das transações e governança.

Segundo ele, trata-se de um livro de registros público onde ficam armazenadas todas as transações efetuadas. Como infraestrutura de suporte, armazena de forma descentralizada os registros de transações que aconteceram na história, não depende de uma entidade central para funcionar, gerir ou definir regras; e está presente em todo o planeta.

Edilson destacou ainda o poder do blockchain para usos além da criptomoeda, surgindo como uma nova internet, autônoma, poderosa, capaz de gerir recursos financeiros e regras de negócio, melhorando a eficiência da governança, bem como o potencial do DLT, distributed ledger, de alterar o modelo de prestação de serviços financeiros.

O DLT possui grande potencial disruptivo aos serviços financeiros atuais, pois propõe total descentralização, imutabilidade, transparência e auditabilidade, gerando eficiência e redução de custos. Outro pilar é o consenso, que, em rede distribuída, possibilita controle de integridade.

Nada pode ser alterado ou removido, somente adicionado.

Centenas de empresas pelo mundo estão explorando as possibilidades que a nova tecnologia oferece como Slock.it, OneName, BitNation, Nasdaq e OriginalMy.com. “É uma transferência de confiança em um mundo desconfiado”.

Em sua exposição, Robert Sagurton, diretor da R3 CEV, afirmou que o Brasil está preparado para ser um líder em blockchain, pois possui características únicas: as redes de contatos já foram construídas e estão ativas, os papeis e responsabilidades estão definidos, entidades governamentais e órgãos reguladores estão envolvidos e há colaboração nos setores público e privado. “Blockchain já é uma realidade, é o novo mundo, é trabalhar junto e fazer cada vez melhor”.

O chefe do departamento de Tecnologia do Banco Central, Marcelo Yared, relacionou possíveis impactos da nova tecnologia no sistema financeiro: contratos inteligentes, atualizações em tempo real de títulos e juros, acesso múltiplo simultâneo, assimetrias eliminadas, atualizações em tempo real de garantias, movimentação de títulos e ativos em minutos, eliminação de intermediários em alguns tipos de contratos; e monitoração do regulador em tempo real.

Destacou as oportunidades e os riscos envolvidos: eficiência x falta de flexibilidade; agilidade x desempenho; transparência x falta de privacidade; redução de custos de observância e regulação x desrespeito às normas; resiliência x governança complexa; e segurança contra fraudes x escalabilidade.

Em resumo, o Banco Central está atento à nova tecnologia realizando estudos. “A hora é de observar e pesquisar. Todos os envolvidos têm muito a ganhar”.

Joaquim Kavakama, superintendente geral da CIP, iniciou sua apresentação falando que a Câmara acompanha o tema desde 2012. Em sua palestra, ressaltou a mudança de paradigma do cenário atual para a adoção do blockchain e listou os desafios da nova tecnologia, como falta de padrões, escassez de desenvolvedores, integração dos sistemas legados, escalabilidade, privacidade e segurança, gerenciamento de mudança, regulação ainda não definida, requerimento de compliance, interferência do governo, entre outros. Segundo ele, blockchain não mudará o mundo financeiro, mas resolverá muitos problemas atuais. A CIP ainda está em fase de experimentação com a tecnologia para depois decidir como e onde aplicá-la. “É preciso um ambiente regulatório apropriado para que a tecnologia possa ser 100% utilizada”.

Rony Sakuragui, gestor de Pesquisa e Inovação do Bradesco, apresentou argumentos sobre investimento em blockchain, citando como vantagens obter know-how, custo relativamente baixo e possibilidade de estabelecer parcerias em estado inicial, bem como influenciar no ecossistema a ser criado. Em contrapartida, pouco se sabe sobre a regulação para o setor e a tecnologia ainda permanece imatura, sem muitos cases em produção.

Citou os atuais investimentos em blockchain destinados a alocação de times internos, participação em consórcios, em empresas, parceiros e fornecedores.

Nas considerações finais, reforçou alguns pontos: há diversas formas de investimento em blockchain; grandes bancos e instituições financeiras têm investido, ainda que timidamente, na tecnologia; e a necessidade de preparar um time interno para atuar como conselheiro no tema. “Blockchain não é apenas adoção de tecnologia, é também associação colaborativa entre partes”.

Através do Programa InovaBra, o Bradesco tem duas startups focadas em blockchain.

Maurício Salas, Chief Enterprise do Itau-Unibanco, falou sobre os obstáculos para a adoção da nova tecnologia, como a inexistência de implementação de expurgo dos dados por conceito, o baixo número de transações confirmadas por segundo, confidencialidade dos dados, a não identificação do cliente que está transacionando, a indefinição de responsabilidade e possibilidade de atualizações em caso de problemas, tendo em vista a descentralização e imutabilidade. “Estamos no início de uma nova revolução tecnológica cujo impacto é muito significativo”.

Ao final do evento, o diretor de Inovação da Accenture Guilherme Horn foi mediador no debate entre os palestrantes e a plateia.

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