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23/09/2016 - 09:34

Saúde suplementar: desafios e perspectivas


Presidente da Fenasaúde apresenta visão sobre o atual cenário da saúde privada no Brasil.

O segmento de saúde suplementar representa hoje cerca de 40% de toda a arrecadação do mercado de seguros e responde por mais de 50% das indenizações pagas. Diante dessa relevância, um auditório lotado assistiu a palestra de Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que abordou a visão da Federação sobre o atual cenário da saúde privada no Brasil, bem como suas perspectivas e prioridades. O evento foi realizado pelo Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG), no dia 21 de setembro (quarta-feira), em Belo Horizonte, e reuniu corretores de seguros, representantes de seguradoras, de operadoras e profissionais que atuam no ramo.

De acordo com a presidente da Fenasaúde, o encontro foi uma oportunidade para apresentar as entregas do segmento à sociedade e os desafios que ameaçam sua própria sobrevivência: “A sociedade reconhece a saúde suplementar como setor que agrega valor e que é pertinente ao sistema de saúde. E o setor público começa a entender a necessita de parceria com a assistência privada. Afinal, nossas dificuldades são as mesmas, ou seja, os recursos são escassos e a demanda está além da capacidade de pagamento”.

Segundo João Paulo Moreira de Mello, presidente do CSP-MG, a palestra contribuiu para elevar o conhecimento e encontrar caminhos para a sustentabilidade do sistema. “Foi uma visão atual e abrangente do mercado de saúde suplementar. Todos saem daqui com mais informações, mais instruídos. Obtivemos um panorama das principais prioridades e desafios da área e foi uma oportunidade de nos atualizarmos a respeito”, considerou.

Desafios — Em sua apresentação, Solange Beatriz apresentou números para ilustrar a importância do setor, que em 2015 registrou uma arrecadação de R$148,3 bilhões. E conta com 48,5 milhões de beneficiários, apenas em planos de assistência médica. Somente no ano passado, a saúde suplementar realizou, aproximadamente, 1,4 bilhão de procedimentos.

A presidente da FenaSaúde também demonstrou os desafios do setor, que, com a crise econômica, amargou a saída de 3,3% beneficiários de planos de saúde – cerca de 1,7 milhão de pessoas. De acordo com a executiva, as próprias empresas contratantes do serviço enfrentam a elevação dos custos com a saúde de seus empregados. Se em 2000, o custo dos benefícios de saúde na folha de pagamento estava na ordem de 10%; em 2015, saltou para 11,57%. Outro dado que mostra o impacto da elevação das despesas assistenciais é a chamada inflação do setor. Entre 2007 e 2016, a inflação médica alcançou 228,46%, enquanto que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 74,74%.

O combate ao desperdício é outro ponto-chave do setor. De acordo com a executiva, 30% do que é gasto na saúde do Brasil é desperdício. Em paralelo, a transição demográfica também é um fator preocupante, como aponta Solange Beatriz. A previsão é que, em 2050, 29,4% da população ou 66 milhões de brasileiros terão mais de 60 anos de idade.

Em relação às implicações das inovações tecnológicas para o setor, a presidente da Fenasaúde apresentou diferenças de preços entre as regiões — por exemplo, o preço de um marcapasso CDI varia de R$29 mil, na região sul, a R$ 90 mil, na região norte. Para evitar distorções e melhorar o controle sobre novos procedimentos, a executiva defende o desenvolvimento de critérios para discriminação das inovações, com intuito de identificar quais devem ser adotadas no sistema de saúde, sem trazer qualquer prejuízo no atendimento prestado à população.

Quanto ao modelo de remuneração, Solange Beatriz considera que é o momento de mudar de fee-for-service (por unidade de serviço; procedimento) para o pagamento por performance (por desempenho-metas do prestador; qualidade do cuidado). Na visão da FenaSaúde, o ideal é que o prestador receba valores compatíveis em razão do tratamento de cada paciente.

Por fim, a presidente da FenaSaúde mostrou os números de judicialização em Minas Gerais. O estado está em segundo lugar em ações judiciais na saúde, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizado em 2014. De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Estado, o numero de demandas judiciais envolvendo a saúde suplementar é de 19.290 (dezembro de 2015).

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