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Mulheres empreendedoras: quais os desafios que elas ainda enfrentam?

Pesquisa revela que mulheres estão em menor número em negócios com mais de quatro anos de atividade.

Conciliar vida pessoal, filhos e os negócios ainda têm sido o maior dilema encontrado pelas mulheres que decidem empreender. Segundo pesquisa do Sebrae, apesar de estarem em igual número com homens quando o assunto são negócios em estágio inicial, com um a três anos de atividade, há menos mulheres à frente de empreendimentos já estabelecidos, que são aqueles que possuem mais de quatro anos de atuação. O levantamento apontou que entre os empreendedores estabelecidos, homens correspondem a 56% e mulheres, 44%. Hoje, o Brasil conta com mais de 5,7 milhões de empreendedoras, aproximadamente, 8% da população feminina.

De acordo com Paola Tucunduva, especialista em negócios da Academia do Empreendedor e professora da Fundação Dom Cabral, o maior desafio para a mulher empreendedora ainda é equilibrar vida pessoal e profissional. “Ela se sente responsável pela casa e pelos filhos e por isso acaba puxando pra si um número de atribuições muito grandes, o que compromete o tempo e a atenção dela para o negócio.”, afirma a especialista.

Outro ponto indicado por Paola é o fato do incentivo ao protagonismo das mulheres ser algo recente. Vale destacar que a cultura latino-americana ainda é muito carregada de preconceitos, e que o empreendedorismo feminino não era visto com bons olhos e muito menos estimulado. “O evento da mulher trabalhando fora de casa é algo mais recente que o homem, que desde a época das cavernas já saía pra caçar. Então é natural que exista alguma diferença.”, conta Tucunduva.

Silze Marques, de 29 anos, é uma destas mulheres que optaram por tocar o próprio negócio. À frente da Instapop, empresa de serviços interativos e foto lembrança para eventos, ela lembra das dificuldades que teve de superar por ser mulher e empresária. “Eu sempre fui responsável pela parte comercial e sentia que muitos donos de empresas não queriam negociar comigo porque achavam que eu não seria capaz. Senti alguma hostilidade por parte deles por não estar tratando da venda com outro homem. Alguns já pediram para falar com meu chefe, sendo que eu sou a dona da empresa”, relata a empresária.

Ela atribui parte das dificuldades que enfrentou ao machismo que ainda é presente no mundo dos negócios. “Gosto de me impor em algumas situações porque observo o mundo hoje ainda machista, mas evoluindo aos poucos. Então muitas vezes já foi preciso que eu tivesse uma postura mais firme para ser respeitada.”, afirma Silze.

Uma evolução nas questões relacionadas à desigualdade de gênero no mundo dos negócios já vem sendo percebida. Para Paola Tucunduva, esta mudança de cultura não acontece da noite para o dia. “O fato das mulheres estarem se apropriando e assumindo cargos dentro de empresas ou empreendendo já é um movimento importante para a diminuição desta desigualdade. E acredito que esse movimento do empreendedorismo é uma consequência deste crescimento das mulheres no ambiente profissional.”, finaliza Paola. | www.paolatucunduva.com.br.

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