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27/09/2016 - 08:55

Potencial para produção de pescados no Brasil

O cultivo de pescados no Brasil é significativo, atingindo em média 1,4 milhão de toneladas em 2015. Porém, em mais de um ano de atuação da Abipesca— associação que foca na regulação e fortalecimento da indústria brasileira de pescados –, é possível perceber uma maior capacidade de produção, com expectativa de que, em dois anos, 80% do consumo de pescados no Brasil seja de produtos nacionais.

O cenário é favorável. De acordo com a instituição financeira Rabobank, atualmente o comércio de pescados e frutos do mar é o maior negócio global entre todas as proteínas animais, superior ao comércio de carnes bovina, suína e de aves. Segundo dados mais recentes disponíveis sobre o setor, o consumo de pescado per capita aumentou de 10 quilos na década de 1960 para mais de 19 quilos em 2012 e já representa 17% do consumo de proteína no mundo.

A procura dos brasileiros por esse tipo de alimento também aumentou. Dados do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura indicam que este consumo anual é de 10,6 quilos de pescado per capita, ainda abaixo da média mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde, de 12 quilos por habitante/ano.

Com o mercado seguindo o crescimento, há oportunidade de aproveitar o momento para impulsionar a indústria nacional. O Brasil possui clima ideal para produção e criação de pescados, além de espaço, com 7.400 quilómetros de extensão de litoral e 8 mil quilómetros cúbicos de reservas de água doce. Mesmo assim, a indústria brasileira ainda se apresenta como coadjuvante no mercado mundial e, para se tornar um grande player, necessita do apoio do governo com investimentos em capacitação para processamento, modernização das indústrias parques e fomento à atividade.

O equilíbrio da concorrência estrangeira também é uma preocupação para a indústria. Em 2015, foram importadas mais de 306 mil toneladas de pescados, somando mais de US$ 1 bilhão, enquanto a exportação foi de 31 mil toneladas, com rendimento de pouco mais de US$ 198 milhões.

Os produtos importados, que em sua maioria são de origem chilena, chinesa e vietnamita, possuem baixa fiscalização. Dos asiáticos, muitos ingressam no País com índices elevados de aditivos químicos, má conservação e alta concentração de água congelada para aumentar o peso e, consequentemente, o preço, além de não enfrentarem o mesmo rigor que os produtos nacionais.

Para chegarem ao consumidor, os pescados têm que passar por análises que atestam a qualidade do produto e a ausência de microrganismos que podem ocasionar danos à matéria-prima, sua qualidade e à saúde de quem os consome. A ABIPESCA preza pela qualidade dos produtos e exige que as indústrias associadas não trabalhem com qualquer tipo de fraude, realizado auditorias anuais junto às empresas.

Com a união da indústria e a pressão junto aos órgãos governamentais, além da valorização do produto interno pelas redes varejistas, será possível incentivar e valorizar a produção nacional. Assim, o consumidor dará preferência para o pescado nacional, consumindo produtos de melhor qualidade e gerando mais empregos e renda para todos os participantes do setor.

. Por: Eduardo Lobo, Vice-Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca).

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