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30/09/2016 - 11:01

Programa Oeste em Desenvolvimento apoia o status sanitário Livre de Aftosa Sem Vacinação no PR

Campanha foi lançada no início do mês durante o 1° Encontro Regional de Sanidade Agropecuária e busca engajamento de produtores, instituições e população em geral.

Com o objetivo de mostrar que a responsabilidade da sanidade agropecuária é de todos, Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) lança campanha para que o Paraná conquiste o status Livre de Aftosa sem Vacinação. Apresentada em primeira mão aos produtores, profissionais e lideranças do setor no início de setembro, durante o 1° Encontro Regional de Sanidade Agropecuária, a campanha pretende chegar até a sociedade de forma geral, mostrando os benefícios que esse status pode gerar ao Estado.

Segundo o coordenador da Comissão de Sanidade do POD, Elias Zydek, há cinco anos não se tem casos de aftosa nas Américas e há dez anos no Brasil. A doença foi escolhida pelo mundo como termômetro para qualidade do serviço veterinário. “É uma doença que não temos como esconder. E quando aparece é sinal de que houve falha na vigilância. Não podemos permitir que ela reapareça. E, agora, temos um desafio ainda maior, evitá-la sem vacinação. Apenas com muita higiene e cuidado com os animais. A febre aftosa é uma doença que gera muito prejuízo, não só econômico, mas ambiental e social”, garante.

Com isso, busca-se gerar conhecimento aos atores das cadeias produtivas agropecuárias por meio da campanha, incentivando as discussões sobre o tema para que cada um faça sua parte no processo de obtenção do status. “A região oeste é fundamental para o Paraná conquistar o status, devido ao seu grande potencial produtivo. Como a missão da campanha é incentivar o desenvolvimento econômico do território, o Oeste em Desenvolvimento se coloca como parceiro e mobilizador nessa conquista”, enfatiza o presidente do POD, Mario Costenaro.

A preocupação, de acordo com o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – ADAPAR, Inácio Kroetz, é que os postos de fiscalização existentes no Estado não garantem sozinhos que não haverá entrada de agentes contaminantes no estado, mas a vacinação por si só também não pode ser vista como o meio mais eficaz de proteção, uma vez que a vacina só impede a manifestação clínica da doença, mas não combate a infecção. “Sem a vacinação teremos que adotar protocolos muito mais rígidos para garantir a sanidade do estado. Os desafios são muitos, mas a aftosa é o termômetro para avaliar a capacidade do serviço veterinário oficial de gerenciar e fazer o enfrentamento no caso de riscos”, completou.

Gargalos — O Paraná ainda precisa desenvolver algumas competências técnicas. Conforme nota divulgada pelo MAPA, em março de 2015 o Governo do Estado do Paraná confirmou ao Departamento de Sanidade Animal do MAPA e ao setor privado do estado, numa reunião em Curitiba, que reestruturaria o sistema de barreiras sanitárias, com a finalização e adequação dos 23 postos de fronteira com São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de portos e aeroportos, e empossaria os 169 fiscais aprovados no último concurso público até o mês de maio seguinte. Esse cenário não foi totalmente implementado, embora tenham ocorrido avanços significativos.

Porém, também é necessário ampliar os esforços no envolvimento do setor privado, o que inclui que as empresas tenham planos de contingência próprios e invistam nas boas práticas de produção e na qualificação da assistência técnica. O setor privado pode dar suporte ao serviço veterinário oficial com conhecimento e desenvolvimento tecnológico que também contribuem para a vigilância e a manutenção de um status sanitário desejado por todos.

O reconhecimento e a manutenção de zonas livres de aftosa, com ou sem vacinação, no país seguem as diretrizes preconizadas pela Organização Mundial de Saúde Animal – OIE, sendo que a condução desse processo no Brasil é de responsabilidade do MAPA.

Os movimentos favoráveis à campanha têm sido fortalecidos no Estado, embora as regiões Norte e Noroeste tenham posição contrária. Estas regiões concentram produção de gado de corte, mas principalmente o abate e temem pelo enfraquecimento da economia regional, porém, segundo o Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa – PNEFA, o ingresso de animais susceptíveis à febre aftosa em área livre sem vacinação é autorizado em casos, como, por exemplo, quando destinados ao abate imediato. Nos casos de ingresso que não seja para abate os animais devem apenas ficar isolados por determinado período de tempo e passar por testes de diagnóstico para aftosa.

Esses critérios dependerão, no entanto, das diretrizes estaduais que forem determinadas. No caso de Santa Catarina, por exemplo, é proibida a entrada de bovinos de outros estados. Como todo o rebanho catarinense é identificado, todo animal sem o brinco padrão é abatido.

Santa Catarina deixou de vacinar seu rebanho no ano 2000, e conseguiu a certificação junto a OIE em 2007. O último foco registrado no estado foi em 1993. Segundo pesquisas realizadas os esforços para manter o vírus da aftosa longe do rebanho catarinense são enormes e dependem de uma série de fatores como a intensificação do controle de trânsito, a identificação individual de todos os bovinos, com brincos verdes e um sistema de vigilância intenso nas propriedades, com vistorias periódicas e realização de sorologia anual, envolvendo bovinos, ovinos e caprinos.

O status sanitário catarinense, foi fundamental para a conquista de mercados competitivos para carne suína, como Japão, China e Chile, com perspectivas de exportação também para a Coréia do Sul e Estados Unidos.

A campanha —Além do vídeo institucional, lançado no início de setembro durante o 1° Encontro Regional de Sanidade Agropecuária, em Cascavel, serão produzidas outras mídias conforme o avanço dos trabalhos e necessidades de levar informação e mobilizar a sociedade para a conquista do status. O vídeo está disponível na internet nos perfis das redes sociais do POD.

Também está em processo de constituição a Comissão da Sanidade que dará sequência aos debates para conquistar o status Livre de Aftosa Sem Vacinação e, para encaminhar as demais ações deliberadas no evento, como a elaboração de um projeto de sustentabilidade econômica para alcançar e manter o status desejado; a ampliação dos CSA para mais municípios da região; e a busca por soluções integradas para a destinação dos animais mortos, dentre outros encaminhamentos.

A região Oeste do Paraná é o principal polo produtor de carne suína e de frango de corte no estado, e é também a principal região produtora de frango de corte do Brasil, respondendo por quase 10% da produção nacional. O Oeste também é responsável por 65% da produção de tilápia do país e cerca de 4,5% da produção nacional de leite, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015, e análises realizadas pelo POD.

Programa Oeste em Desenvolvimento — Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que reúne mais de 40 instituições como a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a Amop, a Emater e a Fiep.

O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico e sustentável do território oeste do Paraná por meio da integração de iniciativas, projetos e ações. Ele atua com foco nas cadeias produtivas propulsivas como de Proteína Animal e Agroalimentar Geral, e nos eixos considerados estruturantes para o desenvolvimento da região como Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Meio Ambiente e Energia.

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