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Economistas indicam as melhores aplicações financeiras para 2007


Quem quiser maior rentabilidade em aplicações financeiras em 2007 terá que correr maior risco. Nos últimos 12 anos, para ganhar dinheiro com risco praticamente zero, bastava aplicar em títulos públicos do Governo federal. Entre 31 de dezembro de 1994 e 1º de dezembro de 2006, o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) rendeu aproximadamente 1.141%. O CDI serve como indexador para correção de aplicações tradicionais como os fundos de depósito interfinanceiro (DI) e os de renda fixa, que possuem a maior parte de sua carteira composta por títulos públicos federais.

Nos últimos 12 anos, o CDI bateu, por exemplo, a variação do Ibovespa, índice que registrou ganho de 849% em igual período. Também apresentou rentabilidade bem superior a da caderneta de poupança, que obteve alta de 350%, e do dólar, que alcançou sofríveis 156% de correção.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), José Maria Porto, diz que, com os consecutivos cortes na taxa básica de juros (Selic), que passou de 19,75% em setembro de 2005 para 13,25% em novembro deste ano, quem opta por investimentos mais tradicionais, como os fundos DI, já está percebendo redução da rentabilidade líquida. Porto lembra que, diante deste novo cenário da economia, para buscar ganhos expressivos nas aplicações será preciso correr mais risco. "As pessoas vão ter que acreditar na relação risco e retorno", completa.

Com a tendência de continuidade na redução dos juros em 2007, apostar em aplicações que tenham a carteira mais flexível e na renda variável vai ser a melhor alternativa para ganhar mais. Assim as grandes promessas para 2007 são os fundos multimercado e as aplicações em renda variável como os fundos de investimento em ações ou a compra direta dos papéis via corretoras.

De fato, os investidores já começaram a atentar para as mudanças no mercado. Dos R$ 68,85 bilhões captados em 2006 pela indústria de fundos de investimento até 11 de dezembro, R$ 50,11 bilhões foram para os fundos multimercados. Por outro lado, os fundos de renda fixa e DI perderam R$ 13,89 bilhões este ano. José Maria Porto explica que os fundos multimercado possuem uma maior flexibilidade na composição da sua carteira, ou seja, o gestor não fica limitado a aplicar somente em títulos públicos, podendo adquirir também títulos privados (como debêntures e CDBs) e até mesmo ações.

O economista e professor de Mercado de Capitais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Eleutério Rocha, assim como o presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Ênio Viana, apontam o mercado de ações como um investimento promissor para 2007. Isso porque com os juros em queda o ambiente de negócios das empresas com papéis negociados em Bolsa deve melhorar, além de haver perspectiva de um maior crescimento econômico em 2007. "Os fundos de ações são uma boa opção para o investidor mais arrojado, ou seja, menos conservador", diz Eleutério.

Na avaliação dos especialistas, quem não estiver disposto a correr maiores riscos em prol de melhores ganhos, a dica é optar pelo fundo multimercado que, em relação ao investimento em ações, geralmente é bem menos arriscado. Mas quem não está preocupado com rentabilidade e quer mesmo é segurança, o jeito é ficar nos fundos DI e nos de renda fixa e se conformar com o menor rendimento em 2007.

Previsões - O que promete melhor rendimento: 1) Fundos multimercados: porque possuem sua carteira mais diversificada, podendo o gestor aplicar em títulos privados e renda variável, entre outros ativos, não ficando a aplicação tão refém dos títulos públicos (e das taxas de juros).

2) Renda variável (fundo de ações): com a queda da Selic, o ambiente de negócios deve melhor e alavancar os ganhos das empresas com ações em bolsa de valores. A economia também deve crescer mais em 2007. Na prática, as ações, de uma forma geral, devem ter maior valorização no próximo ano. Um fundo de ações é aquele que possui, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista.

O que deve ter menor ganho: 1) Fundo de Depósito Interfinanceiro: porque precisa ter sua carteira composta por, no mínimo, 95% de títulos ou operações que busquem acompanhar as variações dos juros (CDI ou Selic). Como há tendência de continuidade na queda dos juros, a aplicação deve continuar perdendo rentabilidade em 2007.

2) Fundo de renda fixa: também devem ser afetados com as reduções da Selic, taxa usada para corrigir os títulos públicos. Esse tipo de aplicação possui, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais ou ativos com baixo risco de crédito.

3) Fundos cambiais e outras aplicações atreladas ao dólar: o mercado não espera valorizações significativas para a moeda americana, ao longo de 2007.

Entenda os termos: Fundo de investimento - é um produto que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas), sendo administrado por um gestor. São facilmente encontrados nos bancos e têm o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários.

Selic - significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia e é determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. É considerada a taxa básica de juros da economia e serve para remunerar os investidores no negócio de compra e venda de títulos públicos.

Renda variável - rendimento que não é prefixado, não faz parte das condições do título e varia em função das condições de mercado. Os exemplos mais comuns são as ações, ou seja, títulos emitidos por empresas de capital aberto (negociadas em bolsa de valores) e que representam a menor fração do capital social destas companhias.

Ibovespa - índice de valorização de uma cesta das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). | Por: Brenda Marques Pena/Cofecon

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