Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

11/03/2008 - 11:28

Em nome da paz na América Latina

Quarenta e duas mil empresas e 500 mil trabalhadores gráficos latino-americanos querem entendimento, harmonia e tolerância.

O acordo quanto ao teor da resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a crise entre Equador e Colômbia e o restabelecimento das relações bilaterais entre este país e a Venezuela atenderam ao anseio da população das três nações e de toda a América Latina. Mais do que nunca, é preciso dialogar e conter o apelo bélico, evitando-se a mobilização de tropas nas regiões fronteiriças, pois, como se sabe, a proximidade física de forças militares pode suscitar incidentes e acidentes desencadeadores de conflito não-solucionável pelos caminhos do entendimento.

O episódio deixa uma preciosa lição: é preciso impedir que a eventualidade escreva a história antes dos diplomatas. Assim, é necessário que estes sempre tenham tempo e oportunidade para fazer prevalecer a razão e o bom senso na análise de questões desencadeadoras de desentendimento. Deve prevalecer sempre o equilíbrio e a justiça. No caso específico da recente crise, considerando os tratados internacionais, Bogotá errou ao realizar ação militar em território equatoriano. Porém, Quito também se equivocou, à luz dos acordos aceitos pelo mundo civilizado, ao não coibir, em seu território, a presença das FARC, força paramilitar não-reconhecida pelos organismos multilaterais.

No entanto, o nível grave da retórica dos presidentes dos três países impediu, num primeiro momento, essa análise mais racional do problema. As suas agressões verbais foram um choque para os signatários da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), entidade que, como poucas, estabelece a cooperação entre empresas e associações de classe de distintos países. Tanto assim, que é identificada como o motor do diálogo social na indústria gráfica do continente. Seu trabalho e suas ações na promoção do intercâmbio indicam a importância e pertinência do entendimento.

Um conflito, mesmo que apenas retórico, é tudo que nossas nações e povos não precisam e não desejam, como ficou claro na feira Graphics of Américas, de 28 de fevereiro a 1º de março, em Miami, Estados Unidos. Eleito por unanimidade pelas entidades associadas à Conlatingraf (inclusive a colombiana), o empresário equatoriano Félix Enrique Cortés Pinto é o “Líder Gráfico das Américas 2008” — Região Latino-Americana.

Mais auspicioso ainda foi o cordial e respeitoso diálogo ocorrido no evento, entre os presidentes das entidades gráficas da Venezuela, Carlos Bayo, e da Colômbia, Maria Reina. Diante de uma pergunta desta sobre o impacto das desinteligências políticas entre governantes, o representante venezuelano assegurou que seu país terá de continuar comprando da Colômbia itens que não produz, inclusive gráficos. Isto demonstra que o intercâmbio econômico, mais sensato, precisa prevalecer sobre a lamentável série de bravatas.

A indústria gráfica latino-americana é constituída por cerca de 42 mil empresas, que empregam aproximadamente 500 mil trabalhadores. Este imenso contingente de pessoas físicas e jurídicas é responsável por parcela apreciável de tudo o que se lê em todas as nações, considerando a penetração, abrangência e credibilidade da comunicação impressa. Com toda a responsabilidade de um setor que contribui, em escala tão relevante, para a formação de opinião pública, seus empresários e profissionais exigem paz, tolerância e entendimento.

. Por: Mário César de Camargo, empresário gráfico, administrador de empresas e bacharel em Direito, é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf).

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira