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12/03/2008 - 13:34

Justiça bloqueia bens de construtora gaúcha

Vasconcellos Engenharia construiu silo que desabou em Paranaguá.

A Companhia Brasileira de Logística (CBL), terminal privado que opera no Porto de Paranaguá, no Paraná, obteve o bloqueio dos bens da construtora Vasconcellos Tecnologia em Engenharia Civil Ltda (Vastec). Com sede em Canoas, no Rio Grande do Sul, a empresa é responsável pela construção do silo que desabou no dia 5 de novembro de 2007, no porto paranaense. Desde então, a construtora retirou seus funcionários do local e interrompeu as obras já pagas e contratadas pelo terminal.

O patrimônio bloqueado pela liminar concedida pela Comarca de Paranaguá no dia 28 de fevereiro de 2008 é composto por imóveis na cidade de Canoas. Há indícios de que outros bens em nome da construtora e dos sócios Alexandre de Vasconcellos e Milena Beatriz de Vasconcellos já tenham sido transferidos para novos proprietários "laranjas" com o objetivo de esvaziar o patrimônio da Vastec e seus sócios, frustrando um futuro e provável ressarcimento dos prejuízos causados pelo acidente.

Este é o caso do edifício "Residencial San Lorenzo", empreendimento de quarenta e quatro unidades, também em Canoas, que foi repassado para uma empresa recém constituída de nome Silva e Bender Incorporações Ltda. O negócio aconteceu em janeiro deste ano, dois meses após o desabamento.

Com a liminar de indisponibilidade dos bens obtida, a CBL pretende resguardar seus direitos para garantir o ressarcimento dos custos com a contratação da obra – contratada pelo valor de R$ 4,7 milhões – e com os demais prejuízos causados pela Vastec.

O terminal entrará ainda este mês na Justiça com a ação principal pedindo o ressarcimento dos valores, já que a Vasconcellos não prestou nenhuma assistência à empresa desde a queda do silo. A reconstrução começou a ser feita no mês passado por outra construtora contratada pela CBL – que tinha como meta utilizar os três novos silos como complemento à sua estrutura de armazenagem para a safra de grãos de 2008.

Falhas na construção do silo - A Vasconcellos Engenharia, como é conhecida no mercado, foi contratada no ano de 2006 pela CBL para construção de três silos de armazenagem de grãos no Porto de Paranaguá. O primeiro (com capacidade para 15 mil toneladas) foi entregue com seis meses de atraso e, após apresentar fissuras – desabou logo na primeira carga de grãos. Já as obras dos outros silos, ambos com capacidade de 20 mil toneladas, foram abandonadas pela construtora.

Segundo o parecer técnico realizado pela Carlos Leal Engenheiros Consultores - empresa contratada pela própria Vastec, o silo que desabou era uma obra condenada. O laudo apresentado aponta erros grosseiros sobre as técnicas de construção e procedimentos adotados pela Vastec e seu engenheiro responsável (e sócio da empresa), Alexandre de Vasconcelos. Além da ausência de descrição do processo construtivo, foi constatado que diversos cálculos e projeções estão equivocados.

A Vasconcellos Engenharia atua em seis estados brasileiros (RS, SC, PR, MT, MTS eTO) e até no Paraguai, segundo informações disponíveis no seu site. A empresa já esteve envolvida em outros incidentes.

Há sete anos foi obrigada a interromper a construção de oito silos na fábrica Moinho Paulista, em Santos, São Paulo. Segundo fontes da empresa, no decorrer da obra os silos foram "entortando" e a Vastec suspendeu o serviço pelo risco iminente de desabamento: "Havia todo tipo de problema, desde funcionários mal preparados em condições insalubres de alojamento até a visível falta de preparo técnico e recursos financeiros para tocar o que foi negociado contratualmente", disse.

Companhia Brasileira de Logística (CBL) - É a primeira vez que ocorre um problema dessa natureza no terminal da CBL. A empresa, que foi fundada em 2000, é um dos sete terminais privados que operam no Porto paranaense – principal unidade de exportação de grãos do Brasil.

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