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18/11/2016 - 09:09

Compartilhar responsabilidades para salvar nossos parques

Recentemente, vimos o Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, prestes a fechar suas portas e privar o público do acesso a tesouros arqueológicos que são Patrimônio Cultural da Humanidade. Foi uma situação extrema desencadeada pela escassez de recursos e dificuldades de gestão.

O episódio foi só uma amostra de problemas estruturais relacionados à vulnerabilidade dos parques brasileiros e à ameaça que isso representa para a manutenção do nosso patrimônio ambiental e cultural.

Os desafios para a gestão dos parques não são exclusivos do Brasil. A diferença está nas saídas encontradas. Bons exemplos vêm dos Estados Unidos, Nova Zelândia e África do Sul, que incrementaram a gestão dos seus parques justamente com maior ou menor envolvimento da iniciativa privada em atividades de turismo e conservação.

O Brasil, entretanto, apenas dá seus primeiros passos nessa direção. Ao menos três concessões em parques brasileiros - Parque Nacional do Iguaçu (PR), Parque Nacional da Tijuca (RJ) e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) - já apontam o potencial de sucesso. Apenas em Iguaçu, o número de visitantes dobrou: em 1998, no início da concessão, a média era de 760 mil pessoas por ano e, em 2015, chegou a cerca de 1,6 milhão.

Não há segredos. É possível conjugar interesse público e qualidade de gestão privada com geração de oportunidades econômicas e oferta de saúde e bem-estar para toda a sociedade. Basta que os contratos firmados respeitem a vocação de cada parque e a política pública pretendida para essas áreas, promovam o desenvolvimento local e garantam a sustentabilidade financeira para os parceiros privados.

A expansão desse debate abrirá um caminho seguro para atrair investimentos e garantir eficiência para os parques brasileiros. Eles precisam disso para realizar plenamente as razões de sua existência: conservação da biodiversidade, desenvolvimento socioeconômico e promoção do uso público.

. Por: Fernando Pieroni, especialista em infraestrutura e parcerias público-privadas e diretor executivo do Instituto Semeia.| O Semeia — Criado em 2011, é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para todos os brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, impostos e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar, qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país. | www.semeia.org.br.

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