Eletrobrás comenta aprovação da MP 396

O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, disse que a aprovação da MP 396 pelo Senado não muda, de imediato, o dia-a-dia da empresa, mas permitirá que a Eletrobrás adote, em breve, uma nova postura empresarial. Para o presidente da holding, a aprovação da MP que modifica a lei de fundação da Eletrobrás permite uma flexibilidade que a companhia não possuía.

Segundo José Antonio Muniz, o conteúdo da MP aprovada vai ao encontro do desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O ministro Dulci [secretário-geral da Presidência da República e membro do Conselho de Administração] disse, na reunião do Conselho em que fui eleito, que o presidente Lula tem a determinação de transformar a Eletrobrás numa Petrobras, o que dá a dimensão do papel que ele pretende que a empresa assuma”, afirmou o novo presidente.

José Antonio Muniz, porém, afirma que a iniciativa privada não deve temer a nova Eletrobrás. “O espírito da MP é que nós possamos trabalhar em vários projetos, em conjunto com a iniciativa privada. Quando for um projeto estratégico, por exemplo, a Eletrobrás poderá assumi-lo sem limitações, respeitando, claro, o interesse dos acionistas”, garantiu.

Valter Cardeal, diretor de Engenharia da empresa, que presidiu interinamente a estatal até o início desta semana, acredita que a nova legislação, ‘aspiração acalentada por todos’, representa a maior mudança na história da Eletrobrás desde a sua criação. “A possibilidade de ser majoritária nos empreendimentos e contratos remove uma restrição antiga e arcaica que impedia a Eletrobrás de obter investimentos atrativos”, comemorou.

Cardeal destacou que a mudança na lei da Eletrobrás ajudará a empresa a multiplicar seus ativos, o que facilitará a obtenção do tão esperado registro para negociação de suas ações na Bolsa de Valores de Nova York. “Abriremos mais perspectivas de resultados, principalmente porque energia é um insumo em alta nas bolsas de valores de todo mundo”, afirmou.