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Mais espanhóis para o Brasil

O FITUR em Madri - Maior evento de turismo na Espanha é um dos cinco que fazem parte da agenda de feiras no país em 2006 - que inclui ainda SITC (Barcelona), Eurocotal (Torremolinos), IGTM (Marbella) e EIBTM (Barcelona) - e que ajudam a cultivar relacionamento, divulgar oferta nacional e aprofundar experiência.

Instalado há cerca de um ano na Espanha, o EBT (Escritório Brasileiro de Turismo) do Ministério do Turismo, por meio da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), sediado em Madri, agora atinge maturidade e uma base sólida de conhecimentos que, agregados às análises e pesquisas estatísticas feitas com os visitantes no País, promovem uma verdadeira “descoberta da Espanha” em relação ao mercado turístico. Um caminho inverso ao feito pelo navegador que comandou as naus da coroa espanhola na descoberta das Américas. Hoje, o Brasil avança na construção de relacionamentos com os membros da cadeia produtiva do turismo, avaliando o comportamento de empresas, empresários, entidades e dos próprios cidadãos. Conhecimento estratégico.

“Quando assumi o EBT de Madri, em janeiro deste ano, o contato era ainda inicial, restrito aos principais operadores locais, até mesmo porque o próprio escritório havia sido implantado há pouco tempo”, relembra Fernanda Hummel, consultora à frente da unidade. Ela estava ciente de que a missão de desbravar um mercado novo não seria fácil, mas logo percebeu boa receptividade e apoio ao trabalho. “Havia uma carência generalizada de informações a respeito do Brasil”, conta a consultora. “Isso apesar de os espanhóis terem um grande interesse pelo Brasil, que costuma aparecer na TV, mas sempre de maneira mais superficial e muito ligado à nossa música”, detalha. Turisticamente, a informação estava muito centrada em alguns destinos tradicionais, como Rio de Janeiro, Salvador, Amazônia, Foz do Iguaçu e ao segmento de Sol e Praia, do qual a Espanha tem boa oferta nacional. “Era preciso diversificar”, detalha. “Mas esse quadro me animou, pois ficou claro que haveria bastante espaço trabalhar”, diz.

Planejamento - A estratégia adotada foi a de, inicialmente, reforçar o contato com as maiores operadoras espanholas, saber quais já trabalhavam com o destino Brasil ou não, e, num segundo momento, com as operadoras de menor porte e as agências de viagem. Neste caso, de acordo com a consultora, um facilitador para a disseminação do contato foi a ligação de muitas agências com os maiores grupos operadores. Este trabalho foi todo feito ao longo de 2006, em paralelo com as ações de apoio a eventos no país promovidos pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), como feiras, treinamentos para agentes de viagens, seminários de apresentação de destino e viagens do Caravana Brasil (programa que traz operadores de turismo estrangeiros para conhecer destinos nacionais), além de eventos promovidos por órgãos estaduais de promoção turística.

“Agora tenho me dedicado a ampliar o relacionamento com os profissionais em Barcelona, a segunda maior comunidade emissora do país”, revela Fernanda. Outra iniciativa que está em curso atualmente na Espanha (e também em Portugal) é o projeto "Agente de Viagens Especialista em Brasil" - Treinamento Online para Agentes de Viagens no Exterior, promovido pelo Ministério do Turismo, por meio da Embratur, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), e que tem o apoio do EBT. “Com o treinamento vamos conseguir diversificar a oferta dos produtos, serviços e destinos brasileiros e capilarizar o alcance até as agências de menor porte. E cada comunidade terá pelo menos um especialista em Brasil”, projeta a consultora.

Um dos avanços já constatados pelo EBT é autilização de informações adequadas e de material fotográfico disponíveis para os profissionais estrangeiros através do portal BrasilNetwork. Muitos catálogos que estão sendo lançados pelas operadoras agora já trazem esses dados e as novas fotos, que substituíram as mesmas que vinham sendo utilizadas há anos.

Consumidores e profissionais - Ao longo desse período de trabalho também foi possível identificar um mercado bastante heterogêneo nas diversas comunidades que formam o país. O turista catalão (região na qual está Barcelona) que vem ao Brasil, por exemplo, prefere pegar vôos que não param em Madri. “Ele não se incomoda em ter que fazer uma escala na França ou na Holanda para seguir viagem”, detalha Fernanda.

De maneira geral, ela aponta a procura pelo segmento de Cultura como o interesse prioritário do turista espanhol. O Ecoturismo e o Turismo Rural também têm ganhado bastante espaço, seguidos por programas de Turismo Sênior (para aposentados, com a vantagem de serem turistas fora da alta temporada), Lua de Mel e Incentivo. “Este último, especialmente na região da Catalunha. E neste caso temos Cuba, México e até o Peru como principais concorrentes”, aponta.

Entre os profissionais do mercado, o que se pôde perceber é que se tratam de negociantes muito práticos e objetivos. E que gostam de estabelecer relacionamento baseados na confiança, muitas vezes dispensando papéis e formalidades para fechar um negócio. Se um determinado destino lhes interessa para ser comercializado, gostam de receber logo as informações e prontamente colocar à venda. De acordo com a consultora do EBT, uma regra básica para manter uma boa relação é não prometer nada que não se possa cumprir.

Alguns outros dados sobre o mercado - Um hábito crescente entre os turistas espanhóis é o planejamento de viagens por conta própria. Segundo os números mais recentes do estudo "Demanda Turística Internacional 2004-2005", mais da metade dos turistas espanhóis que vieram ao Brasil em 2005 não utilizaram nenhum serviço de agências. De acordo com um levantamento Ipsos/Europ Assistance, que ouviu mais de 3 mil europeus em sete países, os espanhóis, ao lado dos britânicos, são os europeus que mais gostam de organizar viagens por conta própria, contratando transporte, alojamento e demais serviços em separado.

“Do ano passado para cá houve um avanço muito grande na utilização da Internet para o planejamento e a compra de viagens entre os espanhóis”, acrescenta Fernanda. De acordo com o último dado do Instituto de Estúdios Turísticos (IET), órgão oficial do governo, em 2004, 16,6% das viagens internacionais foram compradas pela rede. No início da década a participação dessa modalidade de compra para este fim estava na casa dos 10%. Os espanhóis também seguem uma outra tendência mundial: cada vez menos tempo para férias longas. Com isso, a viagens são mais curtas, com cerca de 7 a 10 dias, e divididas ao longo do ano.

Fluxo - Segundo IET, em 2005 os espanhóis fizeram 171 milhões de viagens. Desse total, mais de 90% foram dentro do próprio país e ao redor de 6% ao exterior. O que coloca o mercado emissor internacional espanhol com cerca de 9 milhões de viagens ao ano. A própria Europa segue como destino para mais de 70% das viagens internacionais. Ainda de acordo com o IET, alguns fatores apontados pelos espanhóis para que não saiam tanto ao exterior são os custos das viagens internacionais e o fato de que muitos possuem uma segunda residência dentro do próprio país.

Em 2005, os dados do Anuário Estatístico 2006 da Embratur registram a vinda de 172.179 visitantes espanhóis ao Brasil (com um crescimento de 11,30% sobre o fluxo de 2004), o que corresponderia a quase 2% do total das viagens feitas por eles ao exterior no ano. A nação ibérica é hoje o nono maior emissor de turistas internacionais ao País. E o fluxo deve se manter crescente em 2006: no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Aena (empresa que administra os aeroportos espanhóis), aumentou 9,35% o tráfego de passageiros da Espanha para o Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado. A estatística inclui os desembarques tanto de turistas estrangeiros como de brasileiros em retorno ao País.

Os hábitos e opiniões dos turistas espanhóis em visita ao Brasil de acordo com o a "Demanda Turística Internacional 2004-2005" mostra que o turista espanhol costuma vir ao Brasil, ou seja, veio ao Brasil entre 2004 e 2005, com estimativa aumentada em 2005 para lazer, ver a família e para negócios, congressos e convenções. O turista espanhol utiliza Hotel, Flat, Pousada e Casa de amigos para se hospedarem. Estes turistas gastam em média US$ 85,66 por dia, basicamente em lazer, e chegam a ficar no país até 24 dias. A surpresa é que eles não usam agências de viagens, e sim serviços avulsos. A volta ao destino tem registro de fidelização, e a intenção de retorno sempre aumenta a cada ano.

Outro dado interessante é que este turista na sua maioria tem acima de 25 anos até o teto dos 50, mas há um empate entre os de 51 a 59 e os jovens de 18 a 24 anos. O grau de instrução é acima do Médio até Pós-Graduação, a renda familiar está em torno de R$ 4.221,65 e a individual R$ 3.042,097, o nível de satisfação atinge os 54,3%, a decepção em geral fica com 3,3%.

Avaliação da viagem para o positivo ou negativo deu 90,2 para Serviços de Taxi, 77,8% para as Telecomunicações e Tansportes Públicos, e o pior, cerca de 35,3% para Sinalização Turística, já Aeroporto, Alojamento, Restaurante e Diversão Noturna ganharam de 89,9% a 96,3% respectivamente,na opinião deles. Hospitalidade levou 96,6%, e na ordem decrescente até 89,7% ficou Gastronomia, Guias de Turismo e Informação Turística.

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