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06/12/2016 - 07:49

Desconhecida Obesidade

Embora todos saibam que obesidade é uma condição que predispõe ao aparecimento de doenças graves, poucos se dão conta de que a mesma é considerada uma doença.

Considerada pelo público leigo como sendo uma situação decorrente de comportamento alimentar errôneo, a obesidade está classificada no Código Internacional de Doenças e é considerada pelas Sociedades Brasileira e Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica como tal.

Segundo informação contida no site de ambas as Sociedades Científicas a obesidade é hoje a segunda causa de morte evitável no mundo e predispõe em seu portador um potencial desenvolvimento com mais de 50 doenças associadas, entre elas a hipertensão arterial e o diabetes mellitus do tipo 2.

Mas, de fato, quem pode ser considerado obeso e portanto em risco de ter sua saúde comprometida? Será que apenas o "peso total" representa de fato o grau de obesidade?

Como exemplo ilustrativo podemos citar o lutador Mike Tyson, quando atleta, no auge de sua forma física, possuía 3% de gordura corporal e um índice de massa corporal de 42kg/m2.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde e Ministério da Saúde são considerados obesos mórbidos todos aqueles que estão com um IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou maior que 40kg/m2. Portanto, considerar Myke Tyson, nesta época, um obeso mórbido é no mínimo desconsiderar a natureza individual de sua composição corporal.

Os indivíduos com maior massa muscular são, naturalmente, mais pesados. Portanto, o peso total não é o melhor parâmetro para definir grau de obesidade.

Sendo assim, torna-se imperioso uma avaliação médica para determinar de fato qual o grau de obesidade.

Por essa lógica, indivíduos relativamente magros podem estar gravemente obesos. Entretanto, até hoje, do ponto de vista populacional, não existe melhor método para atribuir o grau de obesidade do que pesar e medir uma pessoa. A relação entre o peso e altura determinará o grau de índice de massa corpórea.

De acordo com a revista Lancet, em estudo recentemente publicado, existe uma alta correlação entre IMC elevado e doença coronária associada ao Infarto agudo do miocárdio, morte por doenças respiratórias e câncer. De acordo com este estudo, uma meta análise com 239 estudos prospectivos, confirmou que a elevação do IMC, de maneira diferente e proporcional à Etnia de cada população estudada, elevava também substancialmente o índice de mortalidade. Desse estudo participaram 10.625.411 pessoas da Ásia, Austrália, Nova Zelândia, Europa e América do Norte. O tempo de avaliação foi de aproximadamente 14 anos.

O objetivo deste estudo foi analisar a proporção de mortes prematuras que estivessem de alguma forma associadas ao excesso de peso. Estimou-se como IMC ideal a variação de 18,5 a 25 kg/m2. De acordo com esse estudo estar acima do peso demonstrou, substancialmente, um risco de morte elevada em todos os continentes.

Segundo Dr. Jonathan Samet, chefe da cadeira de Medicina Preventiva da Kech School of Medicine e um dos autores deste estudo, o Cálculo do IMC é uma medida imperfeita de gordura já que não mede a localização desta gordura. Para ele o grande perigo se encontra na localização abdominal desta gordura, fato que impacta diretamente no aparecimento da Síndrome Plurimetabólica, representada na associação de doenças como a diabetes , hipertensão e a hipercolesterolemia.

Os sistemas de Saúde Pública devem estar atentos para políticas de prevenção à obesidade. Hoje nosso país não morre mais de fome, ao contrário.

. Por: Dr. Fábio Viegas, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica-Capítulo RJ.

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