Eliminando do armazenamento os desafios chatos do gerenciamento de virtualização

São Paulo — Como parte da iniciativa de limpeza de armazenamento, no qual eu corajosamente procrastinei por quase um ano, encontrei caixas que continham ruínas do meu passado em TI. Entre as fotografias e placas, estava um velho fichário que usava com minha equipe. Ele continha anotações manuscritas e guias de construção que representavam o resultado do conhecimento duramente adquirido geralmente nas primeiras horas da manhã depois de uma maratona de solução de problemas. A ideia do fichário era que o time podia atualizar e controlar problemas e registrar alterações que podiam ser aplicadas às nossas declarações de trabalho (SOWs) e procedimentos de equipe. Além de proporcionar uma viagem pelo túnel do tempo por algumas experiências embaraçosas, percebi como os problemas que tratamos no fichário ainda são alguns dos mais comuns que encontro no trabalho com administradores de virtualização para resolver problemas em seus ambientes virtuais, como parte de minha função atual na SolarWinds. Assim, achei que poderia ser útil abordar alguns deles aqui também.

Utilização de recursos — Não importa se você está gerenciando um ambiente virtual herdado ou uma nova instalação com novo hardware, parece que nunca há recursos virtuais suficientes (RAM, CPU, armazenamento e rede). Mais especificamente, nunca há recursos virtuais suficientes onde e quando você precisa deles. É aí que a reestruturação proativa do seu ambiente traz benefícios. Também fundamental é a identificação de discos virtuais órfãos que estejam desperdiçando terabytes de dados, ou VMs que foram superdimensionadas com RAM excessiva ou vários vCPUs onde apenas um seria suficiente. O último problema de alocação excessiva de vCPUs é particularmente comum em ambientes em que um gabarito foi usado sem considerar adequadamente a utilização de recursos, resultando na degradação de desempenho devido à contenção da vCPU.

Planejamento de capacidade — O planejamento de capacidade adequado pode ajudar a identificar futuras cargas de trabalho, o que é essencial para determinar qual será o limite superior do ambiente atual, mas também para determinar quanto mais de recursos serão necessários para acomodar o crescimento futuro. Se sua experiência for parecida com a minha, os ciclos de orçamento para equipamento adicional nunca chegam rápido o bastante e, não importa o quanto você se prepare, sempre haverá projetos ou necessidades de recursos inesperadas — aquela carga de trabalho de aplicativo chata que de repente aumenta vertiginosamente. Saber quando seus recursos estão terminando (esgotamento de recursos) fornece o prazo para preparação de iniciativas de correção ou argumentos adequados para novas compras. O planejamento de capacidade com cargas de trabalho simuladas pode ser realizado com uma série de ferramentas úteis, mas mesmo que você não tenha a ferramenta, ainda existe valor na identificação de tendências relacionadas à utilização de recursos com qualquer solução de monitoramento que você esteja usando, combinada com seu conhecimento do ambiente, para estimar de forma aproximada o esgotamento dos recursos.

Desvio de configuração — Quando maior um ambiente fica, mais difícil se torna controlar as mudanças da configuração de hosts individuais que causam desvios de configuração. As discrepâncias de configuração resultantes podem ser aparentes somente durante eventos críticos em que um host não executa adequadamente uma ação de alta disponibilidade devido a uma incompatibilidade de grupo de portas causada por excesso de administradores: panela que muitos mexem, desanda. O ideal é que se tenha uma solução de monitoramento de virtualização que alerte quando uma alteração de configuração ocorrer, o que pode operar maravilhas para evitar o desvio de configuração e também manter seus hosts em conformidade. Entretanto, há algumas outras etapas que você pode adotar para evitar a proverbial autoimolação da TI. Primeiro, aproveite as funções de administrador de virtualização adequadas, que podem ajudar a prevenir alterações de configuração inadvertidas de outros administradores restringindo as contas que têm acesso às atividades de administração de nível superior. E lembre-se: aproveitar os modelos administrativos menos privilegiados evita alterações indevidas. Em segundo lugar, tenha em mente que atualizar os drivers ou substituir o hardware pode eliminar as variáveis de configuração definidas para fornecer o melhor desempenho. Por isso, planeje e garanta que você tenha os backups de configuração para caso algo seja inadvertidamente apagado.

Monitoramento — O monitoramento deve ser a base de qualquer estratégia de TI adequada e contínua, razão pela qual já foi mencionado antes. Mas é importante que ele ganhe sua própria seção também. O monitoramento do seu ambiente virtual deve ir além de simplesmente conhecer o status ativo e inativo de suas VMs e hosts. Seja usando ferramentas nativas ou plataformas de monitoramento de terceiros mais robustas, o monitoramento não só ajuda a garantir que seu ambiente esteja operando com máximo desempenho agora, mas também ajuda a garantir que ele se dimensionará capturando todas as métricas ambientais importantes necessárias para tomar decisões inteligentes. E lembre-se: ao estabelecer suas práticas de monitoramento, certifique-se de que definiu seus limites de alerta para avisar com bastante antecedência sobre pontos críticos com o fim de que medidas possam ser tomadas para remediar problemas potenciais antes que eles resultem em tempo de inatividade inesperado. Além disso, configure seus relatórios para se concentrar nas necessidades e problemas imediatos essenciais, bem como em relatórios de cauda longa para ajudar você a identificar tendências em seu ambiente. Educação do administrador — Nem é preciso dizer que um ambiente nunca é melhor que o administrador responsável por ele. Uma situação muito comum é a do administrador acidental. Ele geralmente começa como administrador que desempenha muitas funções diferentes construindo um pequeno ambiente virtual em que a capacidade e o desempenho não eram uma preocupação essencial. Com o tempo, entretanto, a utilização do ambiente virtual cresceu, e à medida que isso ocorreu, também cresceram sua importância e visibilidade na organização. Em casos assim, o administrador é muitas vezes forçado a aprender na prática. Uma abordagem muito melhor, entretanto, é que o administrador obtenha o suporte da organização para adquirir o treinamento e as ferramentas necessárias para garantir que o ambiente funcione bem agora e no futuro.

Compreendo, porém, que para alguns isso simplesmente nunca se tornará realidade. Assim, em lugar do treinamento pago, aqueles entre vocês que se inserem nessa categoria deverão fazer uso de blogs e comunidades de TI, como a comunidade Thwack da SolarWinds, onde especialistas em virtualização e a comunidade me geral podem fornecer muito da educação e assistência necessárias. E também procure aproveitar os laboratórios práticos muitas vezes oferecidos pelos fornecedores de hipervisor.

Conclusão — Para finalizar, não permita que seu ambiente virtual se torne como o meu armazenamento (e talvez o seu também): negligenciado por muito tempo, tornando a tarefa de deixá-lo sob controle muito mais difícil do que ela precisa ser. O aprimoramento da utilização de recursos e do planejamento de capacidade, a prevenção do desvio de configuração, o aproveitamento do bom monitoramento e a educação trarão muitos benefícios no longo prazo.

Com 14 anos de experiência em engenharia de sistemas de TI em vários ambientes corporativos, Chris Paap atualmente atua como gerente técnico de produtos da SolarWinds, fornecedora de software para gerenciamento de desempenho de TI híbrida, onde se concentra especificamente no premiado SolarWinds Virtualization Manager. Nessa função, ele é responsável por definir o planejamento do produto e identificar novos recursos importantes para solucionar problemas de TI.

. Por: Chris Paap, gerente técnico de produtos da SolarWinds.