Movimento Produz Brasil: lançamento reúne players da indústria de petróleo e gás

Eduardo Eugenio reforçou a importância da discussão relacionada a conteúdo local em conjunto com as esferas governamentais e a sociedade.

Unindo 14 instituições em todo o país, o Movimento Produz Brasil, foi lançado no dia 8 de dezembro(quinta-feira), na sede do Sistema FIRJAN. O objetivo do Movimento é valorizar o setor produtivo, garantir a competividade entre fornecedores nacionais e internacionais, defender o conteúdo local como um dos mecanismos de política industrial e ressaltar a contribuição da produção nacional na geração de emprego, renda e arrecadação de impostos para o país.

O lançamento do Movimento Produz Brasil, que tem como lema “Mais indústria, mais empregos, mais Brasil”, contou com a presença de empresas estrangeiras que compartilharam suas experiências com a política de conteúdo local no Brasil.

Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da FIRJAN, destacou a importância da oficialização da proposta do Movimento Produz Brasil para a competitividade dos estados envolvidos. “Nosso objetivo é fomentar a produtividade e defender os interesses da indústria para alavancar o desenvolvimento econômico, geração de renda e empregos no país”, definiu.

Ela destacou ainda a importância do Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor). “A FIRJAN acredita que este pode ser um ambiente para trabalhar os pleitos do mercado com seriedade, lutando contra o Custo Brasil e a favor de uma política industrial competitiva e satisfatória”, definiu.

A criação do Pedefor, em meados de 2016, tem entre seus objetivos elevar a competitividade da cadeia de fornecedores do país, estimular a engenharia nacional e promover a inovação tecnológica, como destaca Margarete Gandini, diretora do Departamento de Indústrias para Mobilidade e Logística do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços: “Nesse sentido, o diálogo com o setor produtivo é primordial na construção de propostas de aperfeiçoamento das regras de conteúdo local”.

Panorama brasileiro do mercado de petróleo e gás — Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da FIRJAN, lembrou que o fim da obrigatoriedade do operador único do pré-sal trará investimentos externos, mas reforçou a importância da discussão relacionada a conteúdo local em conjunto com as esferas governamentais e a sociedade.

“É preciso aperfeiçoar os processos e melhorar o conteúdo local, agregando novos incentivos. A discussão não passa pelo fim dessa política”, alertou, sustentando que a prioridade deve ser discutir uma política industrial ampla, considerando a redução do Custo Brasil, a isonomia das condições de competitividade e a inserção sustentável dos fornecedores nacionais.

Acrescentando às ponderações de Eduardo Eugenio, o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, também defendeu que o país precisa de uma política industrial de fomento à competitividade do mercado de petróleo e gás: “É imprescindível definir a questão tributária antes de discutir o marco regulatório. Para o empresário decidir como irá conduzir seus negócios, precisa saber o imposto que irá pagar. O governo está errando nisso”.

Renato Corona, gerente do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ressaltou que o Custo Brasil e o câmbio valorizado neutralizaram, nos últimos anos, tanto a política de conteúdo local como qualquer outro instrumento de política industrial.

“A perda de mercado bem como redução da margem, da rentabilidade, dos investimentos e a estagnação da produtividade contribuíram para acelerar o processo de desindustrialização”, complementou, explicando que a participação da indústria de transformação no PIB chegou a 10,9% no 1º semestre de 2016, o menor patamar desde 1947.

O evento sobre o Movimento Produz Brasil será realizado também na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), e na Federação de São Paulo (Fiesp), nos dias 13 e 16 de dezembro, respectivamente.